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Gabriel: 

Sete meses depois Bárbara dava luz a uma linda menina, a qual foi batizada com o nome Gabriela Valentina pois ela dizia que toda a mudança na vida dela começou quando Valentim entrou em minha vida, e ela tinha razão, Valentim me trouxe alegria, me trouxe esperança, me trouxe o amor e tudo isso refletiu em minha família, pois tudo havia se transformado.

Minha mãe morava com Bárbara e Kleber e a ajudava a cuidar de Biela, minha irmã então... essa  estava mais do que irreconhecível, ela havia nascido de novo, apesar de estar em uma cadeira de roda, ela não parava, havia entrado de vez na luta contra violência contra mulheres e de lá onde morava ela liderava a rede em vários países, além disso ela ainda estava para se formar em engenharia, assim como Valentim e eu, ou seja mais três engenheiros na família, pois Martin pai de Valentim já era um.

Meu pai nunca mais soubemos de nada a seu respeito, era como se a terra tivesse se aberto e engolido ele, nunca mais nem ouvimos falar de seu paradeiro, sabemos apenas que ele ainda está no rol dos procurados, mas não acredito que o delegado se empenhe tanto. 

Hennrry e Cássio ficaram noivos, Léo continua solteiro mas jurou que até a formatura pretende está com alguém, as meninas Amber, Amélie e Hanna também permanece solteiras, mesmo sabendo do interesse de Hanna em Léo e de Léo em Hanna esse romance não ata nem desata.
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Lara completou treze anos, mas em vez de festa ela preferiu reunir alguns amigos e viajar para desespero de Martin e Isaac que permitir ela viajar teve que ela insistir muito, mas no fim com a sua personalidade bem definida conseguiu convencê-los, mas eles só permitiram por que a mãe de uma das amiguinhas dela iria junto, eram em torno de seis adolescentes incluindo Kevin que Valentim ainda encrencava com o garoto, sentimento esses compartilhado por seus pais. 

Quanto a Valentim e a mim, estamos cada dia mais apaixonados, estamos a poucos dias para nos formarmos, receberemos o nosso diploma, a turma iriam viajar depois da formatura, porém Valentim e eu resolvemos fazer a nossa própria viagem, iríamos para o hotel fazenda de Heloísa a amiga dos pais de Valentim, ele a considerava uma tia e já nos cobrava uma visita fazia tempo, eu havia conhecido no aniversário do meu amor e me simpatizava bastante com ela.  
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As malas já estavam prontas, assim que deixássemos o auditório onde seria realizado a cerimônia de colação de grau iríamos direto para o hotel fazenda, Valentim estava mesmo muito lindo com a beca azul e o capelo, ele era o orador da turma, enquanto ele discursava Martin e Isaac demonstravam seu orgulho gravando e tirando fotos, vez ou outra soltavam uns gritos que arrancava risada de todos, eu não estava orgulhoso, eu era orgulhoso do homem que eu podia chamar de meu, sim ele era meu, me pertencia assim como eu o pertencia. Antes de nos encontrarmos eramos duas vidas sem rumo, mas agora eramos duas almas conectadas.

Cada momento era único para nós, e ainda tínhamos tanto a conquistar, tínhamos planos de no futuro adotarmos uma criança, tínhamos planos de ficarmos velhinhos juntos, de sentar na varanda da nossa casa e vermos os nossos  futuros netinhos correrem por toda ela, tínhamos planos de viajar juntos e cada dia surgia um plano diferente mas isso pertencia ao futuro no presente eu estava ali admirando aquele homem que me sorria de cima de um palanque enquanto discursava com desenvoltura. 

Agora era oficial, eramos chamados um a um para recebermos o canudo, o ritual de jogar o capelo para o alto  ficou destinado as ordem de Cássio Schneider e ele nos dava a ordenança, nesse momento vários capelos eram jogados ao ar, um abraço coletivo se formou, e eu procurei os braços do Valentim e seus lábios vieram de encontro ao meu. 
Isso causou um pouco de estranheza em alguns, é normal, as pessoas ainda não estão adaptadas  em ver demostrações de amor entre as pessoas do mesmo sexo, isso por que por medo de represarias nós preferimos nos esconder dentro de quatro paredes, não que precisamos ficar nos mostrando para provar a alguém que nos amamos, não se trata disso mas mesmo nos dias atuais  andar de mãos dadas, fazer um carinho, dar um beijo é desafiar e ofender "as pessoas de moral", chega a ser engraçado isso, não queremos ofender ou desafiar ninguém, o mais irônico é que   nós gays, lésbicas, trans ou seja qual termo a pessoa queira usar, não nos sentimos desafiados ou ofendidos quando vemos um casal hétero aos beijos em uma praça, em um restaurante, no cinema ou em um show, mas se torna promiscuidade quando se trata de pessoas do mesmo sexo, as pessoas foram criados com uma mentalidade tão fechada tão tacanha que não querem enxergar que somos apenas pessoas que queremos nos amar, alguém em sã consciência acredita fielmente que escolhemos gostar de alguém do mesmo sexo por que gostamos de ser humilhado, ofendido e agredido e até morto por isso, se fosse uma escolha todos nós escolheríamos ser conhecidos como "normais" e não como os diferentes. 


Eu amo o Valentim, não amo ele por ser um homem, mas as atitudes dele me fizeram o amar,  eu amo o sorriso dele, amo o jeito carinhoso como ele me acordar beijando o meu rosto e pescoço, amo o jeito como ele me toca na hora de fazermos amor, amo o olhar dele quando fica bravo, tudo nele me fascina, e daí que ele é um homem, as pessoas se ofendem por que ele tem um pênis no meio das pernas e eu também tenho,  nós dois nos resolvemos muito bem quanto a isso, não nos falta e nem nos sobra, por que sabemos usar o que temos, nós não nos preocupamos com que um homem faz dentro de quatro parede com sua mulher, não vejo necessidade em se preocuparem com que Valentim e eu fazemos na nossa. Mas esses são os meus pensamentos, eu não posso impor a outro que pensem como eu, quisera eu poder, ainda assim, mesmo sob olhares preconceituosos me permitir ser beijado por aquele que eu desejava, por aquele que eu amava.  Me deixei ser beijado por Valentim, pelo meu Valentim. 





Tudo o que eu quero é você (quando o amor acontece 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora