Minha expressão era a mais chocada que alguém poderia imaginar, pensar que meus pais cogitaram a possibilidade de Valentim me fazer algum mal, quando na verdade ele só me fez bem, aquele dia foi o dia em que eu pela primeira vez me senti acolhido em algum lugar, mesmo que por apenas algumas horas eu me senti em família coisa que nunca me senti:
_ Você tem que ter mais cuidado Gabriel, você é o herdeiro de uma das família mais ricas do pais, e não conhece a maldade das pessoas.
_ Mãe... não é nada disso, eu apenas fui na casa de um amigo.
_ Que amigo Gabriel, a Bárbara nos ligou preocupada falando que você não retornou depois da aula, quem é esse amigo, de que família ele é?
Nesse mesmo instante meu pai aparecia com a expressão taciturna:
_ Então aí está o fujão, você tem noção garoto estúpido de que eu tive que cancelar um jogo com um dos empresários mais requisitado no ramo da indústria por causa da sua irresponsabilidade?
Abaixei a minha cabeça, evitando o seu olhar endurecido:
_ Onde esteve socado o dia todo Gabriel?
Permaneci em silêncio, cabisbaixo:
_ Não me ouviu garoto?
O tom da minha voz saia tão baixa que mal se podia ouvir de tão inaudível que era:
_ Na casa de um amigo.
_ Você ouviu isso Cindy, o seu filho foi para casa de um amigo.
Ele virou-se para minha mãe carrancudo:
_ Eu perdi uma partida de golfe com o meu amigo, razão o seu filho – ele apontava para ela _ resolveu passar a tarde na casa de um amigo.
_ Ele é tão meu filho quanto seu não se esqueça disso Denis. Não venha jogar as responsabilidade somente nos meus ombros.
_ Você é a mãe, eu sustento, pago os estudos deles, mas os cuidados é sua responsabilidade.
Eles brigavam ali no meu quarto, um culpando o outro com ofensas, mas como sempre a última palavra era do meu pai:
_ O erro foi dispensar aqueles segurança, por pedido deles mesmo, diziam ser responsáveis e na primeira oportunidade nos prova que não são. Pois está decidido, contrataremos novamente pessoas para vigiá-los vinte quatro horas, Bárbara também se meteu em confusão com um rapaz na faculdade, rapaz esse que quase chegou a agredi-la isso é um absurdo, mas esse rapaz irá se arrepender.
Pela primeira vez ousei a erguer a cabeça e falei:
_ Bárbara não está dizendo a verdade, ela que queria agredir ao Hennrry e o Valentim o defendeu.
Os dois me olharam com um olhar repreensivo:
_ Bárbara é uma moça sensível Gabriel, como pôde acusar sua irmã assim – indignada minha mãe me indagava:
_ Você não conhece a filha que tem, ela é má, dissimulada, cruel, todos devem se curvar as suas vontades e Valentim ousou a não se curvar por isso ela está com raiva dele, mas estou dizendo a verdade, ele jamais agrediria quem quer que fosse.
_ É isso o que vamos descobrir agora mesmo, Bárbara venha aqui agora.
Meu pai gritava e logo ela aparecia, ao ser questionada ela começava a chorar:
_ Pai, mãe, eu não sei porque o Gabriel está dizendo isso, todos na escola sabe que esse rapaz me ofendeu, talvez ele esteja dizendo isso pelo fato de se tornar amiguinho dele, meu irmão ficou amigo do meu agressor pai.
Meu pai a abraçou, minha mãe passava a mão sobre seus cabelos, quando pararam de mimá-la, meu pai virou para mim:
_ Gabriel, eu não quero você perto desse garoto, sua irmã é uma Synclair, uma menina de classe, mesmo que esse rapaz não tenha a agredido de fato concreto, olha como ele deixou a sua irmã, você deveria ser o primeiro a ficar indignado com essa situação, mas ao contrário está contra ela e a favor de um delinquente.
Bárbara fazia cena para eles, enquanto os dois a olhavam ela chorava como uma vítima, quando eles se viravam para mim, ela por trás de seus ombros esboçava um sorriso debochado.
Essa discussão durou ainda algumas horas no meu quarto até que eles se retiraram, tranquei a porta e deixei o peso do meu corpo cair sobre minha cama colocando o travesseiro no rosto.
Meus pais se deixaram manipular pelas mentiras e farsa de minha irmã, mesmo sendo cristalino que ela mentia eles se deixavam enganar. No fundo eu sei que eles sabem que ela mentia, mas era mais fácil para eles se deixar engendrar em suas manobras do que corrigi-la, mesmo não querendo admitir era nítido que meus pais eram os grandes culpados por ela ser assim.Eles eram pais ausentes e negligentes em nossa educação, meu pai acreditava que por nos sustentar nos dar tudo o que queríamos e precisávamos já estava empenhando o seu papel de pai, minha mãe era omissa, se submetia as vontades do meu pai em tudo, o seu refúgio era viajar e gastar.
No fundo Bárbara era uma vítima desses pais relapsos.
Demorei para dormir aquela noite, um turbilhão de pensamentos se tumultuava na minha mente, Valentim e nossos beijos, meus pais e as mentiras e tramoias de Bárbara.
Tomamos café de manhã os quatro juntos, porém o clima estava longe de ser um clima familiar, meu pai lia o exemplar de seu jornal, minha mãe folheava uma revista de fofocas, Bárbara se entretinha com o celular.
Em silêncio terminamos o café, Bárbara e eu entramos no carro, e o motorista nos conduziu a faculdade, Valentim estava no corredor vi quando um sorriso se desenhou no seu rosto quando cheguei, eu retribui o sorriso, mas ao me aproximar passei direto por ele, não queria que minha irmã percebesse o que havia entre nós, embora tenha agido assim eu pretendia dar um jeito de me explicar com ele. Assim que entrei na sala eu mandei um recado a ele."_ Valentim, me desculpe pela forma como passei por você sem falar depois te explico direito isso, me encontre na cantina entre uma aula e outra, beijos já estou com saudades"
Valentim lia a mensagem quando entrava na sala e no mesmo instante ele me olhou e um sorriso lindo foi esboçado por ele, ali não me importava com a opinião dos outros, eu da mesma forma retribui aquele sorriso sob o olhar inquisitório de Bárbara.
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Tudo o que eu quero é você (quando o amor acontece 2)
RomanceEm meio a pessoas preconceituosas, Valentim luta para está junto a pessoa que ama, muitas coisas os mantém separados, a inveja de pessoas maldosas, o preconceito dos pais de Gabriel, as diferenças sociais econômicas, o medo da rejeição, entre ou...