A festa segue para um apartamento na orla de Copacabana. Preciso admitir que, embora às vezes eu acredite ter ganho bastante dinheiro nos últimos meses, não é nada comparado à cobertura deles. Deixamos os dois carros na garagem do edifício e subimos até o décimo oitavo andar. O lugar tem móveis claros e lembra aquelas casas de revistas. Eles oferecem o longo sofá da sala principal.
— Que tal um vinho? — pergunta Cauê, diante da adega. — Tinto ou branco?
Ezra e eu nos entreolhamos.
— Tinto — respondo. — Vinho branco é coisa de marica.
Cauê ri, sem graça. Ele não pode me condenar. Aquela situação toda é estranha o bastante e praticamente me obriga a fazer piadas constrangedoras na tentativa de quebrar o gelo. Gabrielle traz as taças, e ele nos serve.
— Tenho aqui um que guardei para uma ocasião especial — conta Cauê. — Vinho do Porto. Safra de 1990.
Eu me pergunto o motivo de aquela ocasião ser especial. De qualquer maneira, nunca liguei muito para vinhos. Um bom uísque é mais o meu negócio.
Eles se sentam. Cauê prepara um baseado e o acende. O cigarro passa por todos na sala.
— O que conta de bom, Alex? — ele pergunta.
Estou sem saco para amenidades, e provavelmente já esgotei minha paciência durante a festa. No entanto, para minha salvação, a campainha toca no momento em que penso na resposta.
— Acho que é ela — Cauê comenta, embora eu não faça ideia de sobre quem ele está falando.
Gabrielle se levanta e vai até a porta.
— É mesmo ela — confirma pelo olho mágico.
A atriz abre a porta. Uma loira de cair o queixo espera do outro lado, com um vestido amarelo tão justo que me permite sonhar com suas curvas mesmo acordado. Ela tem as pernas bronzeadas – provavelmente graças à exposição diária ao sol nas praias cariocas. O decote provocativo cobre apenas metade dos peitos.
— Deixe-me apresentá-la a você — diz Cauê. — Esta é Naomi.
Posso ver de longe que ela é profissional, então aquele deve ser um pseudônimo. Ela entra e nos cumprimenta um a um, deixando uma marca de batom no meu rosto. Não posso negar: meu pau sobe imediatamente.
— Bem, veja a hora! — diz Ezra. — Infelizmente eu tenho que ir.
Lanço um olhar a ele, estranhando a saída repentina. O que esse agente pervertido anda tramando?
— Já vai embora?
— Preciso ir, Alex. Esqueci que minha filha vai dormir na minha casa, hoje.
— Você tem filha?
— Sim, tenho — ele responde, um pouco decepcionado por eu não saber.
— Podemos dar uma palavrinha?
— Claro.
Ezra e eu vamos até um corredor próximo à sala, onde eles não podem nos escutar.
— O que você está aprontando?
— Eu tenho que ir, só isso.
— Você não me falou nada sobre isso. Foi tudo planejado. O que essa gente quer?
— Você prestou atenção na loira que acabou de entrar?
— É claro que sim. Ela tem um decotão e tudo. Como eu poderia não prestar atenção nela?
— Então, é por isso que eles convidaram você.
— Como assim?
— Alex, eles querem... uma festinha particular. Achei que te faria bem.
— Você quer dizer...
— Isso mesmo.
— Oh.
Ficamos em silêncio enquanto eu absorvo toda a droga da informação pela qual não estava esperando.
— E então? — ele me pergunta. — Não vai amarelar agora, vai?
— Claro que não. Onde já se viu? Você pode ir embora. Tchau.
Dou as costas para ele, mas, de súbito, me lembro de fazer uma pergunta um tanto quanto importante.
— Ele não é...
— Ele não, mas ela sim. Bom, não que eu saiba, ao menos. Eles gostam de uma farrazinha com alguém diferente vez ou outra.
— Ninguém pode culpá-los. Casamento deve ser mesmo um saco.
— Por que você acha que minha filha não mora comigo?
— Sei lá, eu nem sabia que ela existia até um minuto atrás.
Voltamos à sala. Ezra se despede e deixa o apartamento. Ficamos os quatro sozinhos na sala.
— Mais vinho? — Cauê pergunta.
Todos aceitam, e ele volta a encher as taças. Tenho a leve sensação de que o anfitrião tenta embebedar os convidados. Aquela safra me parece bastante forte, e em pouco tempo estou mais leve e sorridente.
O papo continua sobre qualquer coisa que não me lembro e não importa. Nunca sei sobre o que estou conversando depois que começo a ficar bêbado. Ouço alguma coisa sobre Naomi tentar ser modelo. Não consigo prestar atenção nos detalhes, mas ela provavelmente não vem sendo bem-sucedida; caso contrário, não estaria naquele apartamento. Vejo duas mulheres se beijando. É algo que não passa despercebido. Encaro Cauê, que dá uma risadinha, como quem tenta me tranquilizar. Ele é inocente, e não sabe de nada. Já fiz muitas viagens na estrada que ele atravessa pela primeira vez.
Em seguida, ele começa a deslizar a mão pelo ombro da própria mulher. Eu me sento ao lado de Naomi. Beijo o ombro dela, que retribui acariciando minha orelha. A mão desce pelo meu peito e vai até o meio das minhas pernas. Ela começa a me esfregar. Abro os olhos e vejo o casal ao meu lado. Ela tira a camisa dele, exibindo o peitoral firme. Maldita gente da televisão. Eles sempre têm o corpo definido porque não sobrevivem se não o tiverem. Naomi abre meu zíper e coloca meu pau para fora, me masturbando com movimentos rápidos.
Cauê não tira os olhos da gente. Ele larga sua mulher quase nua, se posiciona atrás de Naomi, e então começa a apalpar a bunda gigante dela. Posso ver a felicidade dele, que provavelmente não come nenhuma outra mulher faz tempo. Ele levanta o vestido de Naomi até a altura da cintura, deixando-a completamente desnuda do quadril para baixo. Ela está sem calcinha. Gabrielle, ainda no sofá, se aproxima e toca o meu rosto. O beijo dela é delicado, e posso sentir que ela está nervosa pela maneira como treme.
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Do Jeito que o Diabo Gosta
HumorLIVRO INTEIRO JÁ DISPONÍVEL PARA LEITURA GRATUITA AQUI NO WATTPAD✌🏻 Alex Britto é uma subcelebridade decadente. Depois de vencer um reality show musical com sua banda de rock e se tornar famoso da noite para o dia, seu sucesso desapareceu na mesma...