Capítulo 58

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Com um suspiro, eu virei de lado, me ajeitando na cama, querendo dormir para me preparar para a noite.

Eu estava pedindo para que o Salvador de mais cedo não tivesse avisado Negan e ele viesse até aqui conferir como eu estava, mas não demorou muito até minha porta se abrir e, em seguida, passos pesados ​​ecoarem suavemente através do quarto. A mão próxima ao meu peito enrolou-se em um punho, não sabendo se era Negan ou Dwight ou qualquer outra pessoa.

Eu fiquei completamente quieta, sem dar indícios de que eu estava bem acordada, todos os meus sentidos se alertaram. Meus ouvidos captaram cada som que o intruso fez, passos próximos dando uma parada e depois de alguns segundos, a porta se fechando.

Arriscando eu abro um pouco os olhos, espiando por entre os cílios o quarto mal iluminado.

Negan.

Ele estava de costas, olhando para o chão, para a bagunça de garrafas que eu supostamente bebi.

Por que ele estava aqui? Não conseguia me sentir alegre, não havia pensamentos positivos que circulavam em minha mente. Não, eram são escuros e autodestrutivos, enquanto eu olhava para o homem que eu teria dado a minha vida há algumas semanas.

Ainda de costas, ele apoiou as mãos abertas na parede, parecendo exausto e... sozinho.

Não conseguia falar, não podia respirar. Mil pensamentos caíram na minha cabeça, mas eu não conseguia entender nem um.

Quando ele se endireitou, ele tirou a jaqueta, movimentos pesados ​​e cansados. Meus olhos se agitaram, e eu não estava mais disposta a testemunhar suas ações futuras.

Eu fui substituída como um velho par de sapatos, como um brinquedo que ele não gostava mais. Porque eu nunca fui e nunca serei outra coisa para ele. Em meus olhos, ele deixou claro que não se importava. A promessa de me manter segura estava vazia. Nunca houve uma chance para nós estarmos verdadeiramente juntos.

Agora, tudo dói enquanto meus pensamentos se tornam mais escuros a cada segundo, a mente conjurando imagens doloridas dele com Rachel.

É como uma adaga no meu coração, a dor florescendo no meu estômago. A náusea sobe e aperto os olhos com mais força.

Passos se aproximam, e a bile na minha garganta aumenta incansavelmente. Mas fico em silêncio, imutável. Fingindo dormir. É a única coisa que posso fazer, todas as palavras, todos os pensamentos claros se dispersaram. O tempo passa e finalmente - temido por mim - o colchão mergulha quando Negan desliza na cama atrás de mim.

A gravidade faz o seu trabalho, meu corpo escorrega em direção ao dele. Buscando amor, buscando esperança. Diga-me que não é assim como eu penso. Diga-me que temos uma chance. Diga-me...

- Eu sinto sua falta - sua voz é mal acima de um sussurro, áspero de emoção - Sinto falta de como tudo era antes.

Meu coração gaguejou, assim como seus grandes braços se enrolaram em torno de meu corpo por trás, puxando-me suavemente, mas insistentemente contra os músculos de seu corpo. Havia um cheiro de uísque vindo dele, mas ele não estava terrivelmente embriagado, mas ainda sim sua fala peca um pouco, mostrando-se um pouco mansa.

Ele é quente, quase com febre, calor ardente, abrasando minha pele. O choque senta profundamente e eu sou como uma boneca; olhos fechados e tão mole quanto eu consigo.

- Hoje foi estressante - ele murmurou em meu cabelo, enterrando seu rosto na minha nuca, os lábios cheios sobre minha pele, aplicando um beijo. Seu aperto em torno de meu corpo se aperta - Os novos Salvadores... são tão inúteis como eu prevei. Alguns deles nem sabem como segurar uma arma corretamente.

Dois Lados | NeganOnde histórias criam vida. Descubra agora