Eu achei que estava sozinha, até o encontrar. O que eu não imaginava era que isso fosse mudar e que eu, que tanto aceitava e obedecia as regras, fosse as quebrar. Mas o sangue é mais grosso que a água. Sempre.
Daryl e Ellie estavam juntos até que o...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
TEMPOS DEPOIS
- E aqui - Ben apontou com a régua para o desenho da coluna - Ficam os nervos raquidianos.
Thomas e ele haviam feito um corpo humano em tamanho real com papel e colado na parede da sala. Eles desenharam todos os ossos e agora estavam indo para os nervos. Era irreal a forma como eles se davam bem, como Ben tinha paciência para responder cada pergunta de Thomas.
Eu estava inserindo Benjamin devagar na nossa rotina, e há dias atrás, quando Thomas perguntou se ele era meu namorado, eu não tive como negar. Nós mantemos nossa rotina de não dormir um na casa do outro por enquanto, mas sempre estávamos juntos.
- E o que tem que acontecer para a pessoa parar de andar? - Thomas perguntou.
Eu estava sentada no sofá, vendo Benjamin agachado e Thomas ao seu lado, super interessado.
- Para que haja paralisia, tem que haver algum dano na medula, aqui - Ben passou o dedo pelo desenho - A coluna vertebral é composta por 33 vértebras: sete cervicais, doze torácicas, cinco lombares... - ele continuou explicando, mas meu foco mudou para meu filho.
Thomas era uma esponja, adsorvia tudo e guardava, e eu queria que ele aprendesse o máximo que pudesse com Ben.
Eu olhei para o relógio e estava muito tarde, mais do que eu o deixava ficar acordado.
- Thomas, já está tarde - eu disse e fiquei de pé. Ben piscou para mim quando Thomas fez um murmúrio de negação,
- Você vem amanhã? Podemos desenhar os músculos? - ele perguntou e Ben olhou para mim, contendo o sorriso, esperando que eu desse o aval. Eu assenti.
- É claro, amanhã começamos outro boneco, dessa vez com músculos e veias - ele levantou uma mão para Thomas bater.
- Oba! - ele bateu sua mão na dele e eu não consegui segurar o sorriso - Boa noite, Benjamin - Thomas acenou quando eu peguei sua mão para subir as escadas.
- Eu já volto - eu disse para Ben.
- Eu gosto dele - Thomas disse quando eu o coloquei na cama, me pegando de surpresa.
- Você gosta?
Thomas geralmente gostava só das pessoas que ele conviveu desde bebê, as mais próximas da gente. Ver ele falando assim de um estranho - sim, porque apesar de Benjamin ser legal e tudo mais, ele era um corpo estranho entrando no habitat de Thomas, mas que apesar de tudo, o aceitou bem.
