Eu achei que estava sozinha, até o encontrar. O que eu não imaginava era que isso fosse mudar e que eu, que tanto aceitava e obedecia as regras, fosse as quebrar. Mas o sangue é mais grosso que a água. Sempre.
Daryl e Ellie estavam juntos até que o...
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Os dias após do acidente de Thomas passaram rápido. Todas as novas pessoas estavam se adaptando bem e trabalhando dentro e fora da comunidade, e o novo médico havia ganhado um consultório secundário ao lado do de Harlan.
No dia seguinte que eu o vi, me surpreendi com sua mudança. No dia em que ele socorreu Thomas, tudo que eu vi foi barba, cabelos desgranhados e sujeira, muito diferente do que vi na manhã seguinte.
Ele estava limpo, barba feita e cabelos cortados, e ele era realmente um homem muito bonito e absurdamente elegante. Parecia até uma piada dizer que existia alguém elegante nos dias de hoje, mas a forma dele gesticular, falar e se portar eram absolutamente fluídas e naturais. Ele também tinha um sotaque inglês leve, que me levava a crer que ele não era americano.
- O que achou dele? - Paul perguntou e só aí vi que eu estava encarando-o como uma psicopata. Dei os ombros, disfarçando. Paul riu.
- Parece ser uma boa pessoa.
- Parece mesmo - Paul concordou, resmungando alto quando tirou uma caixa pesada da carroça e colocou no chão.
- O que tem aí? - perguntei quando ouvi um barulho de vidro batendo. Ele abriu um sorriso.
- Cachaça de amora.
- Ah, mas eu quero uma garrafa - eu disse e agachei para pegar uma.
- Paul! - Glenn gritou e acenou com os dois braços no ar - Preciso de uma ajudinha aqui!
- Você pode levar essa caixa pro estoque, por favor? - ele perguntou e eu assenti.
- Vai lá.
Ele chamou outro homem para decarregar o resto das caixas e eu peguei a que ele me pediu para levar. A caixa de madeira era mais pesada do que eu pensei, mas eu a levantei pelas alças de corda e comecei a caminhar para o estoque.
Quando estava chegando na esquina do corredor onde ficava o primeiro estoque, eu levantei minha perna para apoiar a caixa pesada na minha coxa porque meus músculos estavam queimando, mas foi quando um par de mãos apareceu ao mesmo tempo que sua voz.
- Eu ajudo - Benjamin disse, pegando a caixa das minhas mãos.
- Obrigado - eu sorri e liderei o caminho, logo abrindo a porta da sala de estoque - Pode por ali - eu apontei para a terceira prateleira da estante de ferro.
- Como está Thomas? - ele perguntou enquanto colocava a caixa lá e então ficou de frente para mim.
Ele era alto e, embora magro, tinha músculos bem feitos, pelo menos era isso que dava para perceber por cima da camisa, e assim, tão próximo, ele era desconcertantemente atraente.
- Está bem e de castigo - eu disse e ele sorriu. Meu pulso latejou mais forte em minhas veias. Seu olhar fez isso, ou talvez seja o leve sorriso, como se eu tivesse sendo avaliada de alguma forma. Eu ainda não poderia dizer o que.