O sol estava batendo implacavelmente, e cada centímetro do meu corpo estava coberto de suor.
Eu tinha limpando mais da metade dos jardins da Hilltop, e havia dois alqueires cheios de todo tipo de vegetais imagináveis. Cenouras, tomates, feijão verde, alface. Os pepinos eram enormes, e eu os observava o dia todo, quase rasgando-os com os dentes como um homem das cavernas - mesmo não gostando muito do gosto deles.
Eu não conseguia ficar parada e depois dos turnos ou de qualquer coisa tática que eu e Daryl fazíamos, então eu vinha para cá. Chame de terapia se quiser, mas isso me manteve ocupada, e eu estaria tão cansada no final do dia que eu cairia na cama, dormindo como um bebê.
Havia também um carrinho de mão que estava sobrecarregado com ervas daninhas, prova de um trabalho bem feito, e sentei-me nos calcanhares para limpar a testa quando uma garrafa de água apareceu na frente do meu rosto, fria e coberta de condensação.
- Você tem que se manter hidratada - disse Paul gentilmente enquanto eu a pegava da mão dele, sugando metade dela antes de responder.
- Eu entro no personagem, sabe? - eu brinquei, colocando a garrafa no chão - É a coisa mais fácil que eu fiz em meses.
Ele se agachou ao meu lado, arrancando uma erva perdida, uma pequena coisa crescendo sob a planta de tomate que eu estava podando, e ele a jogou no carrinho que estava logo atrás dele.
- Eu acredito nisso.
- Como você está se sentindo?
Jesus havia sido baleado cinco dias antes durante o cerco, e ele ainda estava se recuperando. Esfregando distraidamente a atadura que saía de sua gola, ele deu os ombros, encolhendo-se ao fazê-lo.
- Coça mais do que qualquer coisa. Eu abri os pontos duas vezes no meio da noite quando estava dormindo. Nem percebi que estava arranhando.
Cinco longos e muito calmos dias haviam se passado desde que colocamos os caminhantes no Santuário, e não houve um pio desde então. Rick montou turnos de doze horas para os observadores que estavam de olho no local, e eles não tinham visto mais do que duas pessoas desde então. Ambos estavam no telhado, observando as centenas de caminhantes que circulavam pelo terreno, uma colmeia morta de máquinas irracionais que tentavam entrar em busca de carne fresca.
Também houve silêncio no rádio, só soube que Negan estava lá dentro porque ele tentou se comunicar com um dos postos dele, mas deve ter percebido que nós estávamos ouvindo e parou.
Ele não tinha saído da fábrica e não havia respondido nossos pedidos de hora em hora para se render. Era desconcertante, para dizer o mínimo, e eu pensava nele constantemente, imaginando se ele estava bem e o que estava planejando.
Eu sabia que o Santuário começaria a ficar sem suprimentos, devido aos estoques que Dwight sabia de cor e salteado. Negan só tinha cerca de uma semana de comida e provisões em mãos, preferindo manter o resto armazenadas em vários pontos diferentes, todos os quais estavam agora sob o controle de Rick. Ele distribuiu metade para as outras comunidades, e o resto foi levado para um local secreto no caso de Negan sair.
Então, com todos os grupos recebendo agora seu material suado de volta, nenhum deles estava lutando. Era uma atmosfera muito diferente quando as pessoas tinham o suficiente para viver, um ar de esperança tinha assumido o lugar da revolta, e eu sabia que tinha feito a coisa certa.
- Venha - disse Jesus, subindo a seus pés - Eu vou ajudar você a trazer isso, e eu vou te dar uma salada incrível.
Minha boca se regou com suas palavras, e eu joguei minhas luvas no carrinho de mão.
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Dois Lados | Negan
FanfictionEu achei que estava sozinha, até o encontrar. O que eu não imaginava era que isso fosse mudar e que eu, que tanto aceitava e obedecia as regras, fosse as quebrar. Mas o sangue é mais grosso que a água. Sempre. Daryl e Ellie estavam juntos até que o...