15/04/2019

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O breu noturno não facilitava a caminhada e por medo de me perder em relação à noção de distância apertei o passo no que achava ser a parte final do caminho. A ideia do ataque era que ocorresse em algum momento da madrugada, que usássemos a noite como camuflagem, então qualquer atraso seria catastrófico para nós.

O inicio de tudo estava nas mãos de Frank, era em relação à explosão dele que eu deveria me basear para a minha mas algum de nós não estava exatamente no local e hora certa como planejamos.

Alcancei os muros da cidade antes de Frank e me vi numa situação bastante complicada. A minha frente tinha uma parede de 4 metros de altura e logo atrás de mim uma floresta infestada de zumbis que logo me alcançariam.

O único ponto positivo é que naquela região do muro não havia nenhuma torre de vigia e minha chegada até então não havia levantado suspeitas. De onde estava também era impossível enxergar por depois do muro e não pude saber com quantos homens precisaria lidar assim que entrasse.

Aproveitei o momento de desencontro do plano para começar a implantar os explosivos. Espalhei boa parte no decorrer de uns cinco ou seis metros, alinhados a base do muro. Guardei algumas poucas bananas de dinamite para usar na parte interna, minha principal intenção era conseguir derrubar as torres de vigia.

A demora em ouvir a explosão vinda do lado de Frank me angustiava e os primeiros zumbis da horda começavam a aparecer junto ao muro. Eu não poderia continuar ali muito mais tempo senão ficaria encurralado entre os mordedores e a explosão, precisava agir rápido ou sair logo dali.

Dois zumbis alcançaram o muro a minha esquerda, um pouco depois do primeiro ponto que pus uma parte dos explosivos e assim que vi o inicio massivo da horda começar aparecer por entre as árvores estiquei o cordão de acionamento e comecei a me afastar à direita.

Apertei o passo à medida que seguia mas os zumbis haviam se espalhado de mais e comecei realmente a temer que a região mais a frente já estivesse completamente tomada por eles. Quando menos percebi já estava correndo para conseguir me ver longe da garra dos mordedores, corri ao ponto de não perceber que o cabo guia do acionamento da dinamite já estava próximo ao fim.

Carregava em mãos a mochila com o cordão de acionamento do kit principal dos explosivos e quando menos esperei a bolsa voou da minha mão após o cordão chegar ao seu estiramento máximo. Parei imediatamente a corrida e só aí percebi o quanto estava ferrado.

Não podia me afastar mais dali senão jamais iria conseguir acionar os explosivos que havia instalado sob o muro e não podia estragar o plano acionando primeiro meus explosivos. Estava a um passo de morrer na minha própria armadilha.

Deixei a bolsa no chão e puxei o arco das costas, arranquei a primeira flecha do estojo e apliquei tensão ao arco. O primeiro zunido da flecha sendo disparada foi seguido do som abafado da queda do mordedor que se aproximava a minha direita.

Estava de costas para o muro e enquanto o mar de mortos vivos caminhava até mim continuei a disparar. A segunda flecha acertou um zumbi que poderia atrapalhar minha passagem à esquerda. E então a terceira, quarta, quinta e demais flechas se sucederam, um a um os zumbis mais próximos iam ao chão.

Após perder as contas de quantas flechas acertei eu passei a alternar os disparos com golpes usando o próprio arco e meus pés e mãos. Um pisão no peito derrubou o mordedor que se aproximava bem a minha frente e um golpe com o arco afastou o que estava logo ao seu lado. Coloquei o arco em frente ao peito e estendendo os dois braços o empurrei contra outros dois zumbis que se desequilibraram e caíram rolando abaixo um pequeno declive por trás deles.

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