28/11/2018

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Não tardei a acordar hoje. Me levantei antes de Alessandra e quando desci até a sala vi que apenas meu irmão, Rodrigo e Castilho estavam acordados. Os dei bom dia e todos me retribuíram o cumprimento.

Meu irmão me avisou que já estavam se aprontando para começar a vasculhar as casas pela redondeza e de prontidão me ofereci. Voltei ao quarto para pegar meu arco e a dúzia de flechas que me restavam. Tentei não fazer barulho pra não acordar Alessandra mas acho que ela já nem dormia quando entrei. Avisei sobre nossa saída e pedi que ninguém saísse até a nossa volta e ela disse que avisaria aos outros quando acordassem.

Voltei logo à sala e Castilho me esperava, ele falou que Rodrigo e meu irmão já estavam no jardim vendo algo nos carros, então logo saímos para acompanhá-los.

- Você foi rápida mesmo Izabel – Rodrigo falou assim que saí.

- Ótimo! Todos aqui. Vamos nos dividir para cobrir o máximo de área possível – Meu irmão falou em tom sério interrompendo qualquer gracejo.

- Tudo bem. Você vai com o piadista e eu levo o Castilho. – Respondi.

Todos esboçaram um leve sorriso e concordaram com a divisão então seguimos. Eu e Castilho fomos pela esquerda na direção dos fundos da casa enquanto meu irmão e Rodrigo seguiram vasculhando as casas da nossa rua.

Rapidamente passamos pelo pequeno beco entre as duas casas e saímos na rua de trás. Eu na frente com o arco na mão e Castilho logo atrás levando um facão. O garoto é corajoso em vim conosco nessa espécie de patrulha, pelo jeito o local tem poucos mordedores, mas ainda sim existem e isso é perigoso.

Seguimos de casa em casa revirando tudo que podíamos e até então tudo estava calmo, não vimos zumbis nas casas apenas alguns perambulando distantes pela rua mas não nos notaram. As primeiras casas estavam praticamente vazias, nada de muito útil nelas. Não queríamos roupas nem nada do tipo, o que nos importa agora são mais os alimentos então restringimos nossas buscas basicamente a cozinha e despensas.

Na terceira casa que olhamos enfim encontramos algo. A porta ainda estava de pé e trancada, eu não tenho força suficiente para derrubá-la mas Castilho deu a idéia de entrar pela janela de um dos quartos mais a esquerda e foi isso que fizemos.

Acertei com meu arco o vidro da janela que facilmente se quebrou e dei um calço para que Castilho pudesse entrar. O peitoril da janela era um pouco alto então achei melhor que ele destrancasse a porta por dentro para eu entrar. Não demorou muito e a porta foi destrancada e enfim estávamos os dois dentro.

A casa estava inexplicavelmente quase que intocada apenas um pouco suja e com algumas roupas, lençóis e objetos espalhados pela casa como se as pessoas que moravam ali tivessem saído com bastante pressa, demos sorte de encontrar uma assim.

Fomos primeiro a cozinha como sempre e pegamos tudo que tinha e estava na validade, latas de leite e aveia, três pacotes de arroz e mais alguns de macarrão, sardinha e café. Aproveitamos também para pegas algumas panelas bem chiques que vi no armário e alguns talheres que pareciam ser bem caros.

- Já podemos voltar ou vamos a mais alguma casa? – Castilho perguntou.

- Calma, não terminamos nem de vasculhar esta. Vamos lá em cima ver o que encontramos.

Seguimos a escadas em direção aos quartos no primeiro andar, já que pelo jeito ninguém entrou aqui e os donos saíram tão apressados talvez ainda exista algo útil pra nós, principalmente produtos de higiene e roupas.

Ainda enquanto subíamos Castilho parou de andar e me segurou pela manga da camisa:

- Você ouviu isso?

Diário de Um SobreviventeOnde histórias criam vida. Descubra agora