24. Agora eu entendi

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Acordei assustado com o som alto de uma porta batendo e assim que abri meus olhos, avistei Changkyun na frente da porta do banheiro.

— Me desculpa, foi sem querer, eu juro que tentei não fazer barulho

— Tudo bem — eu ri e me sentei na cama

— Bom dia — ele disse ao se aproximar mim, me selou e eu sorri

— Bom dia — me sentei na cama e o encarei — Por que está arrumado?

— Eu preciso ir embora cedo, mas não queria te acordar, então tomei a liberdade de tomar banho no seu banheiro, tudo bem? — eu assenti e me levantei, andei até o banheiro e tomei um banho rápido, enrolei uma toalha na cintura e me retirei do banheiro, sorri para Changkyun, que estava sentado na cama e andei até o guarda-roupas, peguei uma cueca, uma bermuda, uma blusa e me vesti. Changkyun se levantou e se aproximou de mim, o puxei pela cintura e o beijei.

— Você tem mesmo que ir agora? — eu disse após separarmos nossos lábios e fiz um bico, ele riu.

— Prometi ao meu pai que voltaria antes de meio dia — continuei o bico e ele me deu vários selinhos rápidos — Vamos descer, eu preciso ir. — ele tentou se afastar de mim, mas eu não deixei e o puxei para mais perto, ele riu e me abraçou — Se eu não for agora, o meu pai vai encher o meu saco. — eu o soltei e me afastei um pouco, o olhei e assenti. Entrelacei meus dedos nos dele, descemos as escadas e fomos até a porta

— Você não vai nem tomar café? — o celular dele tocou e ele o tirou do bolso

— É, meu carro chegou. Me desculpa por ter que ir assim.

— Tudo bem. — ele tentou se virar mas eu segurei seu braço e o olhei — O pedido que você fez ontem, foi sério mesmo? — ele assentiu.

— Se arrependeu de aceitar? — eu neguei com a cabeça e sorri, ele retribuiu o sorriso — Tchau, até amanhã.

— Tchau, Changgie. Até amanhã. — eu respondi e o selei antes de abrir a porta e ver ele se retirar. Fechei a porta e sorri.

Estar com Changkyun era bom, mas a ideia de namorar ele era melhor ainda. Assim que me virei, vi Suhee me olhando.

— Agora eu entendi — ela disse.

— O que?

— Porque sua blusa estava jogada no chão da sala. — assim que abri a boca para respondê-la, ela colocou a mão na cabeça e pressionou os olhos um contra o outro, parecia tonta e então eu corri até ela.

— Ei, o que houve? — perguntei enquanto a sentava no sofá, ela continuava com a mão na cabeça e reclamava de dor

— M-Minha cabeça...

— Calma, deita. — eu a deitei no sofá

— Meu remédio tá na minha bolsa.

— Onde ela tá? — ela apontou pra bolsa dela, que estava em cima da estante. Procurei o remédio assim que encontrei algum, perguntei se era aquele e ela assentiu. Corri até a cozinha, peguei um copo de água, voltei e entreguei a ela, a observei tomar o remédio, me sentei no chão, ao lado dela e a encarei reclamando de dor por alguns minutos, até que ela finalmente pareceu melhor e mais tranquila.

— Ainda dói? — perguntei e ela assentiu devagar — Você me assustou, não faz mais isso. — ela deu uma risadinha baixa e começou a se levantar, mas eu à impedi — O que pensa que está fazendo?

— Eu tenho que trabalhar, Jooheon.

— Você não vai a lugar nenhum, na verdade você vai sim, você vai pra casa.

— Jooheon eu... — ela dizia, mas eu a interrompi.

— Melhora mais um pouco e vai pra casa, por favor. — eu pedi e ela se deu por vencida. Suhee era teimosa, então imaginei que ela ter cedido tão rápido, fosse por causa da dor.

Suhee foi embora depois de uns vinte minutos, pedi para que o motorista a levasse. Meu pai estava em casa, mas ficou trancado no escritório dele o dia inteiro. Passei o dia trocando mensagens com Changkyun e pensando se seria uma boa ideia mandar mensagem ou ligar para Shownu, ele não me mandou nenhuma mensagem desde aquele dia e por mais que o amor que eu sinta por ele agora não seja nada além de amor de irmão, me senti aliviado por não precisar falar com ele depois daquilo, fiquei chateado e com raiva de mim mesmo por nunca ter dito a ele e tentado algo durante todos esses anos. Eu sabia que ele não tinha culpa e então decidi o chamar, mesmo que eu não quisesse falar com ele por agora, eu estava preocupado, ele raramente ficava tanto tempo sem conversar comigo.

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Honey🐝: Ei, tudo bem?

🐻💓: Não

Honey🐝: O que aconteceu?

🐻💓: O de sempre

Honey🐝: Eles brigaram de novo?

🐻💓: Sim
🐻💓: Dessa vez foi pra valer

Honey🐝: Como assim?

🐻💓: Meu pai saiu de casa

Honey🐝: Ele já saiu outra vez e voltou, eles vão se resolver
Honey🐝: Vai ficar tudo bem

🐻💓: Eu sei
🐻💓: Mas vão brigar de novo depois
🐻💓: Eu não aguento mais isso

Honey🐝: Pq não me ligou? Nem me mandou mensagem??

🐻💓: Eu não quis te incomodar

Honey🐝: Eu já disse que isso não me incomoda
Honey🐝: Que merda
Honey🐝: Eu vou te ligar agora

🐻💓: Me desculpa
🐻💓: Não precisa

Honey🐝: Eu não estou perguntando
Honey🐝: Não me obriga a pegar o primeiro ônibus que eu ver e ir aí
Honey🐝: Atende isso logo

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Passei o resto do dia escutando desabafos de Shownu, eu tinha certeza de que ele tinha chorado pouco tempo antes de atender o telefone, eu conhecia ele, sabia dizer como ele estava só pelo seu jeito de escrever ou pelo som de sua voz.

A New Life [Joohyuk; Jookyun]Onde histórias criam vida. Descubra agora