31. Te devo desculpas

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Minhyuk se sentou e pegou uma fatia de bolo, eu andei até a geladeira e peguei uma jarra de suco, peguei dois copos e dois pratos, coloquei tudo sobre a mesa e me sentei. Nós começamos a comer em silêncio, ele voltou a ficar cabisbaixo e eu ainda estava sem graça por ter o beijado, então evitava contato visual.

— Meu pai me ligou agora a pouco — ele disse enquanto enchia seu copo com um pouco mais de suco — O enterro vai ser amanhã de manhã, eu já falei com os outros meninos sobre o que aconteceu também, eu deveria ter falado antes, eles me disseram coisas que fizeram com que eu me sentisse um pouco melhor.

— E o que você vai fazer depois? Digo, como vai ser daqui pra frente?

— Meu pai pediu que eu morasse com ele, mas eu não posso, mesmo que seja a melhor opção pra mim.

— Por que não?

— Eu sou a única pessoa que Kihyun tem, sou o único com quem ele pode contar, eu não posso ir embora e deixar ele aqui, meu pai mora muito longe.

— Você ama mesmo ele, não é? — eu perguntei, tentando fazer parecer com que eu não estivesse tão chateado com isso, como eu realmente estava.

— O dela era melhor. — ele disse olhando para o bolo, ignorando minha pergunta.

— Os dois são ótimos. — ele me olhou e eu sorri — Você vai morar aonde, então?

— Vou continuar na minha casa.

— O que? Mas como você vai manter ela?

— Meu pai vai continuar pagando meus estudos e vai começar a me dar mesada, eu não pedi muito, não queria abusar, mas ele vai me dar o suficiente para que eu consiga me manter.

— Mas você não gosta de ficar sozinho.

— Não tem outro jeito.

— Você pode ficar aqui se quiser. — eu disse e ele me encarou por um tempo antes de me responder.

— Eu tenho que começar a crescer e cuidar de mim, Jooheon. — ele se levantou — Vai comer mais? — neguei com a cabeça e ele pegou meu prato, juntou com o seu e levou para a pia, começou a lavar os pratos em silêncio. Me levantei, guardei a jarra de suco na geladeira e quando me virei, os copos já não estavam mais alí. Peguei um pano de prato e comecei a secar e guardar toda a louça lavada. — Vou me trocar e ir pra casa, obrigado por tudo. — ele disse, deu uma rápida acariciada em meu braço e saiu antes que eu pudesse respondê-lo.

Fui para o meu quarto e tomei banho, eu estava todo sujo de farinha e outros ingredientes também. Desci as escadas e avistei Minhyuk sentado no sofá, eu adorava vê-lo alí.

— Estava te esperando para me despedir. — ele disse ao se levantar e andar até a porta — Obrigado por tudo mais uma vez.

— Eu posso pelo menos te levar em casa?

— Não precisa, você já fez muito por mim.

— Eu não me incomodaria em fazer mais. — ele me olhou e sorriu.

— Não precisa, sério. — eu assenti e andei até a porta, abri para ele e ambos tivemos uma surpresa: Changkyun estava alí, prestes a tocar a campainha

— Minhyuk — ele disse e o abraçou — eu sinto muito.

— Eu vou ficar bem Changkyun.

— Pode contar comigo se precisar de qualquer coisa, ta bom? — Minhyuk assentiu e saiu da casa, acenou para nós dois e começou andar. Olhei para Changkyun e suspirei.

— Acho que eu te devo desculpas.

— Pelo que? Fui eu que menti e te deixei plantado no shopping.

— Eu posso entrar? — ele perguntou e eu assenti, dei passagem a ele, que logo entrou, fechei a porta logo depois e ele se virou para mim — Eu fiquei irritado e não deixei você explicar nada, dei chilique atoa. Eu deveria ter conversado com você quando descobri sobre a mentira, e deveria ter deixado você se explicar ontem.

— Você errou Changgie, mas eu também. Eu não deveria ter mentido e tinha a obrigação de te avisar que eu não ia poder te encontrar.

— Estamos quites então?

— Eu acho que não.

— O que? Mas...

— Eu tenho que te contar algo, Changkyun.

— O que foi? Aconteceu mais alguma coisa?

— Eu beijei o Minhyuk agora pouco.

— O que?! — ele arregalou os olhos e aumentou o tom de voz.

— Não foi nada demais, nem teve língua, foi coisa rápida, eu não sei porque fiz aquilo. — ele suspirou tocou meu cabelo

— Tudo bem.

— Sério?

— Sim, nós terminamos, então não foi traição, certo?

— Mas ainda é errado. — ele me puxou pela cintura e me deu um selar demorado

— Eu já disse que está tudo bem, não precisa se preocupar. Desde que não aconteça mais, está  tudo bem. — ele sorriu e eu o beijei.

💘

Perdoem a lerdeza pra atualizar, vou atualizar essa aqui de novo e "A Bad Life" amanhã.

A New Life [Joohyuk; Jookyun]Onde histórias criam vida. Descubra agora