18. Eu prometo

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Esse capítulo voltará a ser narrado pelo Minhyuk

Perdoem essa troca troca de narrador, espero que não esteja ficando confuso.... Boa leitura

💘

Eu não sabia que horas minha mãe voltaria no dia seguinte, então eu queria deixar tudo arrumado hoje para ela amanhã, por mais que eu não estivesse com cabeça para nada agora. Escutei batidas no portão e estranhei, já estava de noite e não costumávamos receber visita essa hora, muito menos sem alguém avisar antes. Me aproximei do portão e o abri devagar

— O que está fazendo aqui? — perguntei ao ver Jooheon, o analisei por alguns segundos e reparei que seus olhos marejavam

— E-Eu sei que você não me quer mais por perto — ele deixou algumas lágrimas caírem e eu abri mais o portão — Mas eu preciso de você. — assim que terminou de falar, eu saí da casa e o abracei.

— Ei, calma — me afastei um pouco e o puxei pelo braço — Vem, entra — a casa estava completamente desorganizada e era impossível sentar no sofá, já que eu tinha um método diferente de arrumar. Guiei Jooheon para o quarto, onde estava menos bagunçado. Continuei o guiando até a cama e ele se sentou, me sentei ao lado dele e o olhei por alguns segundos. Me afastei um pouco e o puxei para que ele deitasse a cabeça em meu colo, ele não hesitou, ao invés disso, se deitou e se permitiu chorar.

— D-Dezessete anos — ele disse em meio aos soluços. Ver Jooheon daquele jeito me doía de uma forma inexplicável.

— Eu o amei por dezessete anos, sempre fiz tudo por ele e nunca consegui fazer com que ele despertasse algum interesse em mim — ele chorava e apertava minha perna, eu acariciava seu cabelo e o observava. Jooheon parecia estar sofrendo muito e tudo o que eu queria naquele momento, era tomar a dor dele para mim, mesmo que eu já estivesse sofrendo bastante e talvez não suportasse, eu não me importaria. Seja lá quem Jooheon amou por tanto tempo, já estava sendo substituído por Changkyun, esse que eu conhecia bem, sabia que ele cuidaria bem de Jooheon e o faria esquecer qualquer coisa ruim ou qualquer outra pessoa, assim como fez com Kihyun.

— Às vezes os nossos sentimentos não são correspondidos, isso é normal e realmente dói, mas vai ficar tudo bem. — eu disse após alguns minutos, quando Jooheon já havia parado de chorar e apenas soluçava, ainda com sua cabeça deitada em meu colo.

— Isso já aconteceu com você? — ele perguntou e me olhou, essa pergunta vindo dele era algo tão irônico que me deu uma leve vontade de rir, mas eu apenas sorri e o olhei enquanto acariciava seu rosto. Era bom ter Jooheon por perto e poder toca-lo, mesmo que não fosse do jeito que eu gostaria, e que ele só esteja em meu colo porque eu era sua única opção naquele momento.

— Umas duas vezes — ele arqueou as sobrancelhas e parecia surpreso

— E como você superou? — ele perguntou e eu suspirei

— Quando você ama alguém, você quer ver essa pessoa bem, independente se for com você ou não. — ele se levantou e ficou sentado na cama, observei seus movimentos e me surpreendi quando ele me abraçou

— Obrigado, Minhyuk. — eu retribui o abraço e fechei os olhos. Estar nos braços de Jooheon e sentir o cheiro do seu perfume era com certeza a melhor sensação do mundo. Assim que nos separamos, nos encaramos por alguns segundos. Arrumei o cabelo de Jooheon e ele sorriu. — Pelo menos agora você tem Kihyun — ele disse e suspirou — ele parece gostar muito de você

— N-Não, eu e Kihyun não... — eu tentei explicar, mas Jooheon me interrompeu

— E eu tenho Changkyun — ele molhou os lábios e abaixou o olhar — Nós estamos nos dando muito bem

— É, imagino — revirei os olhos

— Esse é o seu quarto? — ele disse enquanto seu olhar passeava pelo cômodo, eu suspirei e assenti. — Viu, eu sabia — o olhei e arqueei uma das sobrancelhas

— Sabia do que?

— Sua casa é aconchegante. — ele sorriu e eu acabei sorrindo também. — Suhee vai voltar que horas?

— Ela não volta hoje.

— Então vai ser mais tranquilo — minha expressão mudou de surpreso para confuso — Arrumar a casa, sem pressa

— O que?

— Eu reparei no sofá arrastado com todas as coisas das prateleiras em cima dele — ele riu — Suhee me disse que você sempre faz isso quando arruma a casa

— Eu não acredito que minha mãe fica falando essas coisas de mim

— Ela nunca falou nada que não me fizesse achar você ainda mais fofo — ele sorriu e depois ficou sem graça. Jooheon não pensava antes de falar e mesmo que a maioria das palavras que saiam de sua boca fossem boas e generosas, me machucavam. O fato de que ele achava tudo aquilo de mim e mesmo assim não sentia nada demais, fazia com que eu me sentisse mal, apesar de todos os seus elogios. — Eu te ajudo — ele disse ao se levantar e eu me levantei logo depois

— O que? Não! Não precisa.

— Eu preciso me distrair.

— Realmente precisa, mas fazendo outra coisa, não arrumando a minha casa

— Vamos juntar o útil ao agradável — ele sorriu e eu suspirei antes de assentir e ir com ele até a sala.

Demoramos apenas uns vinte minutos para arrumar tudo, já que minha casa era pequena e com duas pessoas trabalhando, ficou bem mais fácil. Arrumei as estantes e tirei pó, enquanto Jooheon varria o chão e cantarolava algumas músicas, fazendo a vassoura de microfone e desafinando de propósito para me fazer rir, o que funcionava perfeitamente e eu não conseguia parar de gargalhar. Assim que terminamos, nos sentamos no sofá e ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas encarando a televisão desligada.

— Quer assistir algo? — eu perguntei e o olhei, ele sorriu e assentiu, então eu peguei o controle, liguei a televisão e comecei a passar os canais

— Minhyuk — ele me chamou baixinho

— Sim? — parei de trocar os canais e o olhei, ele molhou os lábios e olhava fixamente para a televisão

— Me promete uma coisa?

— Depende. — o respondi meio hesitante e preocupado com o que ele diria em seguida.

— Me promete que vai estar sentado no meu sofá quando eu descer as escadas segunda de manhã? — ele me olhou e nossos olhares se encontraram, fiquei longos segundos em silêncio, apenas o encarando antes de respondê-lo

— Eu prometo. — eu respondi e ele deu um sorriso largo.

A New Life [Joohyuk; Jookyun]Onde histórias criam vida. Descubra agora