Um novo destino

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A fuga de Sephira deixou os heróis emudecidos.

Sabiam sem dúvida de que ela era perigosa, mas uma ajuda fantástica de fora? Teria ela materializado aquele dragão do nada?

Ela com certeza os vira e os mostrara ao elfo ao seu lado. Então ele estava realmente vivo, mas não puderam vê–lo direito por causa da distância. Teria sido aquele jovem de cabelos vermelhos do quarto com a jovem enfraquecida? Quê isso, o universo conspirava contra eles?

Não tocaram no assunto enquanto ela fugia, só teve um xingamento ocasional da guerreira, mas isso não era muita novidade. Trataram de focar a atenção nos habitantes da cidade que precisavam de ajuda – eram heróis, afinal de contas, precisavam cumprir seu papel.

Em algumas horas, Larfael voltava à sua costumeira rotina, depois do incêndio controlado, alguns muros consertados e alguns mendigos silenciados por ficarem gritando 'fim dos tempos' a torto e a direito. Os heróis exaustos resolveram ir à taverna, para cumprir a sequência do estilo RPG *34 – melhor local para recolher informações. Não era possível que depois de todo o acontecido, não houvesse boatos e mentiras a respeito da moça. Claro que não precisariam acreditar em tudo, mas, vindo de Sephira, qualquer coisa podia ser verdade.

Escolheram a maior taverna de todas, acomodaram–se no local mais ao canto da casa para ficarem mais discretos e pediram bebidas, para começar. Ainda havia muito – não diria 'tudo' para não desanimar – que não sabiam sobre Sephira. Haviam passado na biblioteca antes, mas sem sucesso – provavelmente ela eliminara todas as provas para não ser encontrada.

Estava ficando muito complicado.

O clérigo ainda não havia dado as caras, mas era sinal de que estava por perto.

Porque quando uma coisa começa a dar errado, pode acreditar. Vai ficar pior.

Não que seja um pensamento pessimista, nada disso.

Questão de probabilidades. Sempre as probabilidades.

Enquanto estavam apenas bebendo e pensando – na verdade só Hiro estava pensando, o resto só estava bebendo mesmo – um homem com uma bandana azul amarrada na cabeça prendendo os cabelos; por alguns fios era possível notar que era vermelho – aproximou–se deles lentamente. Foram erguendo os olhos um a um à medida que ele se aproximava até que chegou, puxou uma cadeira e sentou–se confortavelmente com as costas do assento para frente, de um modo bem relaxado.

Sorriu de modo sorrateiro e anunciou–se, o que já não era sem tempo.

– Saudações. Meu nome não importa.

– Já começou bem – disse Blaze.

– Estou à procura dos valorosos heróis das bandas de Luthien. Ouvi falar muito a respeito deles.

Blaze deu um soco na mesa.

– Não importa o que tenham falado, é tudo mentira!

– Cala a boca, sua anta – pediu Hiro, educadamente – Por favor, prossiga.

– Há um boato de que esse grupo de heróis anda circulando pelas terras do reino à procura de uma jovem ameaça... Estarei eu falando com esse grupo de heróis?

– Depende. Como soube?

– Bem, fui enviado pelo rei para ajudar em sua busca. Ele soube.

– Pelo rei? Que rei? – indagou Mizuki, curiosa.

– E como ele soube? – indagou Blaze, por sua vez.

– Ora, não importa. Digamos que foi um passarinho verde que contou. O rei quer manter sigilo. Afinal, não é qualquer um que tem a coragem que vocês têm, e pode despertar a ambição de muitos inimigos que vão querer Sephira para eles. O fato é que devo entregar uma informação valiosa a respeito dela. É pegar ou largar.

Quem Precisa de Heróis?Onde histórias criam vida. Descubra agora