Sephira espreguiçou–se, erguendo os braços o máximo que podia. Apesar de ter adormecido no ombro de Djin na noite anterior, estava agora deitada na relva molhada por orvalho e seu amigo não estava lá. Fal dormia de bruços, com as asas suavemente balançando enquanto roncava.
A jovem pegou a pequena pelas asas e sacudiu–a, acordando–a abruptamente.
– Ei, Fal, você viu Djin?
– Ahh! – gritou a fada, com o susto – me larga, sua maluca! Sei lá eu o que esse elfo faz quando...
Sephira soltou–a antes que terminasse a frase, na verdade atirou–a para trás quando percebeu que a fadinha não sabia de nada. Esta foi gritando até esborrachar–se contra a árvore.
– Filha da...
– Sephira! – gritou Djin, contente – Olha só, achei alguns ovos! Vamos fazer o desjejum e daí vamos embora!
– Embora? Embora pra onde?
O elfo ruivo depositou os ovos no chão ao lado de alguns cogumelos que colhera anteriormente e respondeu, bastante animado.
– Meu brilhante cérebro teve uma idéia! Já que a gente sabe tão pouco sobre você, que acha de irmos procurar informações? Sabe, se realmente tem o poder de destruir o mundo, com certeza deve haver algum livro que possua alguma profecia ou coisa do gênero, afinal, os feiticeiros seladores já sabiam de você antes que nascesse para prendê–la por tanto tempo! Na maior biblioteca do mundo, que fica em Larfael, a gente deve encontrar algum livro sobre o assunto!
Parece que Djin e seu cerébro finalmente fizeram as pazes.
Ela não respondeu nada, apenas parecia refletir, pensativa. Fal ergueu–se, limpando a sujeira da roupa.
– E o seu brilhante cérebro sabe como poderíamos chegar até lá? Só eu vôo aqui, e nem posso com grandes distâncias. Larfael fica a umas duzentas milhas, sei lá, e ainda mais, lembre–se que elfos e fadas não são bem aceitos nesses lugares!
– Tenho certeza que meu brilhante cérebro vai pensar em alguma coisa! – argumentou Djin, não se dando por vencido – Coma bastante, Seph! Vai precisar quando a gente começar a caminhada.
– Seph? Mas meu nome é Sephira... você esqueceu?
– É um apelido carinhoso que pus em você! – retrucou, contrariado – Não reclame e coma logo! O dia vai ser beem longo hoje!
Ela sentou–se sobre a relva e os três juntaram–se para rir e conversar enquanto o novo fogo feito por Sephira queimava fracamente, cozinhando o alimento que Djin trouxera.
Podiam relaxar por um breve período de tempo.
Não que acompanhantes da mulher mais poderosa do mundo pudessem relaxar de todo.
Francamente, era só esquecer isso por um tempo.
Isso não podia ser. O espelho devia estar quebrado, ou dando alterações. Aquele elfo pretendia mesmo levar sua amada Sephira para um covil de perseguidores? Será que depois de tudo não percebera que a jovem não podia ficar no meio das pessoas?
Deu um murro na mesa, contrariado. Não havia um dia sequer que passava sem olhar Sephira pelo espelho do destino e agora que ela encontrara aquele elfo idiota tinha que observá–la todo o tempo. Ah, mas ao menos ela saíra daquela aldeia de seladores! Não podia resgatá–la, pois corria o risco de ser selado também. E que grande feito seria para aqueles covardes de Lando aprisionarem o mais poderoso mago do reino de Crystal.
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Quem Precisa de Heróis?
Fantastik"Sephira é uma jovem donzela que está fugindo, sendo perseguida por dois encapuzados. Para a sorte da moça, quatro heróis estilosos surgem para salvá-la. Azar o deles se morrem pelas mãos da mesma. São ressuscitados por um clérigo e têm que pagar um...