A viagem transcorreu calma, sem maiores delongas. Nem sequer passaram perto do redemoinho, que agora jazia bem ao longe. A cidade de Sade não era muito distante, sendo que alcançaram o porto em menos de duas horas, após algumas no sol escaldante.
Era quase tão grande quanto à outra em que estavam, mas não tão movimentada; os passantes eram representados especialmente por cavaleiros elegantemente vestidos ou por mercantes bem trajados, com tapeçarias decorando suas montarias, que faziam questão de exibir passeando pelas ruas. Pelo caminho no rio, haviam encontrado algumas varas de pesca e iscas sob um dos bancos do barco, o que ajudou a providenciar um aliviante desjejum gratuito, pescado pelos rapazes. Não estavam com uma fome grande o suficiente para comerem os peixes sem serem cozidos – mesmo sushi precisa ser bem preparado, não sei sai por aí comendo peixe cru a torto e a direito – mas seus olhos brilhavam e gritavam alegres quando um dos componentes levantava um pescado fresco para fora da água. Mal podiam esperar estar em terra firme.
O barco agitou–se mais ao chegar perto do porto, principalmente pelas ondas causadas pelos barcos maiores mas, na verdade, segundo Tzu, o movimento era provocado pela inquietação de Mizuki pulando dentro da embarcação.
– Aah! Vou poder esticar as pernas – gritou ela, aliviada – e tirar essas roupas suadas e tomar um bom banho!
– Vai invadir a casa de alguém? – cortou Blaze, acabando com a alegria – Porque, não sei se você sabe, mas estamos sem dinheiro.
A ninja fez uma expressão de desapontamento e Hiro tentou aliviar a pressão.
– Calma, gente! Talvez encontremos algum trabalho de rápido expediente, pelo menos para podermos descansarmos em alguma estalagem.
– Nosotros estamos chegando... Venham, vamos atracar! – chamou o mago – Después nosotros vemos isto.
O grupo desembarcou assim que um dos marinheiros que estava a esmo no cais ajudou a parar o barco. Um homem de aparência alegre e bem vestido que estava por perto fitou–os por algum tempo e aproximou–se.
– Com licença... Estariam interessados em vender o barco?
– Mas claro! Quanto quer por ele? – adiantou–se a guerreira.
O bárbaro grunhiu e Mizuki argumentou.
– Alex está certo. Não podemos vender o barco. Como iremos voltar para pagar o clérigo?
– Sinceramente, se esse clérigo não pode transpôr distâncias em poucos segundos como só essa classe tem a habilidade de fazê–lo, não há porque voltarmos para pagá–lo. – disse ela.
– Blaze está certa – concordou Hiro, nem acreditando que estava realmente fazendo isso – Ele vai nos achar onde quer que formos.
– Bem, nesse caso – continuou o homem – eu estou disposto a pagar uma boa quantia, preciso dele para levar minhas mercadorias. Só que posso pagar ainda mais se fizerem um serviço pra mim, inclusive permitir que descansem de graça em minha estalagem.
– Bem... parece–me que o senhor caiu do céu. – disse Hiro, contente – O que precisamos fazer?
– Bom, o fato é que eu perdi minha carteira...
O grupo olhou para ele, desapontado.
– El señor quier comprar nuestro barco siendo que não puede pagar nosotros? – esbravejou Tzu.
– Calma, calma... eu sei onde ela está, só não consigo alcançá–la. Como vocês têm uma ninja no grupo...
Mizuki adiantou–se, sentindo–se importante. Afinal, era hora dela provar seu valor naquela aventura.
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Quem Precisa de Heróis?
Fantasi"Sephira é uma jovem donzela que está fugindo, sendo perseguida por dois encapuzados. Para a sorte da moça, quatro heróis estilosos surgem para salvá-la. Azar o deles se morrem pelas mãos da mesma. São ressuscitados por um clérigo e têm que pagar um...