Hold on Tight

So pick me, choose me, love me.

(...)

— Eu estou indo pro Canadá. – disse enquanto me ajeitava na poltrona do avião. – Canadá! – olhei pro Shawn animada, enquanto ele não tirava o sorriso do rosto. – Droga, eu queria te beijar. – disse desanimada.

— Eu escutei isso, e eu estou aqui, Victoria Hudson, se comporte. – meu pai disse olhando na minha direção e eu revirei os olhos, ele estava sentado na outra fileira de poltronas, mas ao nosso lado.

— Daqui a pouco ele adormece. – Shawn falou sorrindo no meu ouvido e eu assenti com a cabeça, escutando a aeromoça falando as informações do voo.

As instruções para o voo foram dadas e percebi o avião entrando em movimento. No mesmo momento, senti Shawn segurando em minha mão e olhei pra ele, que estava com os olhos fechados e mordendo o lábio inferior.

— De novo não. – ele disse num tom desanimado e eu sorri, segurando sua mão, logo levando-a até a boca.

— Vai passar logo. – meus lábios estavam encostados no dorso de sua mão e eu comecei uma contagem, na tentativa que ele se acalmasse. – Um, dois, três, quarto... – Senti o avião decolar e a mão do Shawn foi relaxando na minha. – Cinco. – disse calmamente e dei um beijo demorado ali, fazendo com que ele olhasse pra mim.

— Obrigado. – ele disse com um sorriso tranquilo no rosto, me fazendo sorrir. – Que vergonha, continuo com medo de avião, e pagando mico na frente da minha namorada. – ele riu olhando pra frente, balançando a cabeça negativamente, logo voltando a falar algo, mas eu paralisei na palavra "namorada".

Ele pegou um caderno em sua bolsa e puxou o apoio da cadeira da frente, logo começando a escrever algo no papel.

Eu? Estava parecendo uma estátua, olhando pro seu rosto enquanto ele mordia o lábio inferior, parecia animado com isso.

Respirei fundo e pisquei os olhos, tentando sair do transe.

— O que vai fazer? – perguntei deitando minha cabeça em seu ombro e ele continuou escrevendo algo no caderno.

— Eu acabei de te falar. – deu uma risada. – Preciso terminar essa música. – disse voltando a escrever e eu pude observar o título "Kid in love", sorrindo sem nem perceber.

Me encostei na poltrona e fechei os olhos, sentindo meu coração bater mais rápido enquanto tentava não pensar em beijá-lo com meu pai ao seu lado.

— If this is what it's like falling in love, then I don't ever wanna grow up... – Ele cantarolou baixinho e eu abri os olhos, vendo que ele lia algo no papel. – É engraçado. – ele olhou de lado e voltou a olhar no papel.

— O quê? – perguntei me aproximando e podendo ver a letra.

— Eu comecei a escrever isso depois de umas semanas que eu te conheci, aí tem aqui... – ele riu, segurando melhor o papel e cantarolando baixo no ritmo da música. — I know that we just met, and maybe this is dumb, but it feels like there was something from the moment that we touched... – ele olhou pra mim sorrindo e eu franzi o cenho.

— E você fez isso quando... – esperei ele continuar minha frase.

— Você não facilitou. – deu de ombros sorrindo. – Primeiro teve aquilo na casa da Roberta, você dançava e falava de assuntos que me atraiam, depois eu soube que você estava chorando na sala depois de ler o sexto livro de Harry Potter.

— O Dumbledore morreu! – disse explicando o motivo do meu choro. – Mas como você sabe disso? – perguntei franzindo o cenho.

— Tenho minhas fontes, loirinha. – piscou o olho sorrindo e eu assenti com a cabeça, sorrindo. – Então eu achei que fosse coisa da minha cabeça, que eu só estava idiota daquele jeito porque você era minha vizinha, linda, loira, irresistível. – continuou dando de ombros, me fazendo rir. – Aí eu percebi que não tinha volta, que eu tinha que lutar por você até o fim, mesmo que isso incluísse a Tori voltando pra San Diego, o Nash se metendo nisso tudo, você inventando de ficar em coma, fingindo esquecer de tudo e dificultando as coisas. – ele riu, me fazendo sorrir mais ainda. – E então eu escrevi mais músicas, se duvidar eu tenho um CD inteiro. – brincou, mas parecia estar falando sério. – Você é a minha inspiração. – ele olhou de lado pra mim e eu olhei pro meu pai, que estava praticamente roncando.