Hold on Tight

Lets get lost tonight.

Andei pelo corredor e bati na porta do quarto do Shawn, entrando em seguida.

— Victoria? – ele perguntou se levantando na cama, ele vestia apenas uma bermuda.

— Eu preciso saber, Shawn, e eu juro por Deus que vai ser a última vez que eu tento ou toco no assunto. – ele continuou calado como se me esperasse continuar. – Ainda há chance entre nós? – perguntei sentindo a minha respiração desregulada. – Você ainda me ama? – tudo saiu tão rápido que a minha cabeça doeu.

Ele olhou pra mim com medo no olhar, como se não estivesse acreditando no que eu estava falando.

— Eu preciso de uma resposta, Mendes. – falei sentindo o meu coração doer. – Eu não vou esperar pra sempre. Eu preciso...

— Não. – ele falou seriamente e trincou o maxilar.

Eu senti o meu chão sumir.

Eu fiquei boquiaberta por um tempo, assimilando aquela palavra que tinha saído da boca dele.

— Você não...

— Não. – ele repetiu.

Ele falava com convicção, mas o seu olhar dizia outra coisa. Os seus olhos estavam marejados e a sua mandíbula trincada.

— Não. – confirmei e ele assentiu com a cabeça.

Me aproximei dele e olhei bem em seus olhos.

— Obrigada. – senti as lágrimas escaparem enquanto eu fitava cada centímetro do seu rosto.

Agradeci por ele ter me libertado da minha ilusão de que ficaríamos juntos para sempre.

Me virei e saí rapidamente de seu quarto, correndo em direção ao meu e me afundando na minha cama. Eu não conseguia chorar, eu não conseguia fechar os olhos, eu não conseguia me mover. O "não" ainda ecoava pela minha mente.

Ele não me amava mais. E o meu coração ainda era dele.

***

Depois de passar a noite chorando e me sentindo uma garota de 15 anos com o seu coração quebrado pela primeira vez, decidi me afastar de tudo aquilo nem que fosse por alguns dias. Fiz uma mala pequena, deixei um bilhete em cima do criado mudo do meu quarto e fui em direção à porta principal.

— Ei! – escutei uma voz baixinha e me virei, assustada. Era o Noah.

— Noah, o que você tá fazendo? – perguntei enquanto ele colocava uma mochila nas costas.

— Acha que eu vou te deixar fugir sem mim? – ele perguntou com um sorriso no rosto, me fazendo sorrir por alguns segundos.

— Noah, não tem como, você tem que ajudar o Shawn com a arte, e...

— Ei, ei, ei... Calma! – ele disse segurando em meus ombros e eu respirei fundo. – Vão ser só alguns dias, certo? – eu assenti com a cabeça e ele sorriu. – Eu já fiz o trabalho da próxima semana e você também. Está tudo adiantado, ele consegue sobreviver por alguns dias. – deu de ombros, me fazendo rir. – Vamos? – perguntou, arqueando as sobrancelhas.

Eu não fazia ideia do destino, eu apenas entrei no Uber que o Noah chamou e fomos em direção ao aeroporto. Passamos o caminho em silêncio, pois ele acabou adormecendo no meu colo enquanto eu mexia em seu cabelo. Sem perceber, dei um sorriso fraco, me sentindo grata por não estar sozinha.

Ao chegarmos no aeroporto, o Noah acabou acordando sozinho com uma buzina e eu me controlei pra não rir da sua cara de assustado.

— Vamos? – ele falou sorrindo e esfregando os olhos.