DOIS CORAÇÕES E UM DESTINO

CAPÍTULO 09

PV: NARRADOR

Nunca houve um alvoroço tão grande quanto ao que estava acontecendo nesse momento em Star City, um ônibus desgovernado e em alta velocidade chocou-se contra um carro na entrada da cidade deixando muitos mortos e feriados, os hospitais estavam lotados e todos os médicos em alerta, foi o pior acidente de todos os tempos.
A rede de hospitais Merlim se propôs a ajudar os que estavam mais feridos e assim fizeram.
O hospital estava uma locura, tinha médicos e enfermeiros correndo contra o tempo para salvar o máximo de vidas que podiam, dentre os médicos encontrava-se Tommy Merlim melhor cardiologista e também filho do diretor do hospital Malcon Merlim.
- Preciso de ajuda aqui! Tommy gritava desesperado ao tentar reanimar uma jovem loira de olhos tão azuis quanto os seus que havia sofrido uma parada cardíaca, o que ele não sabia é que essa jovem era a mesma pessoa com quem ele iria encontrar-se a algumas horas atrás, Felicity estava inconsciente e havia sofrido uma parada cardíaca, seu caso era preocupante.
- Vítima do carro ou do ônibus? uma enfermeira pergunta.
- Os paramédicos disseram que é do ônibus, veio junto com os outros, Tommy responde sem nem olhar a enfermeira pois sua concentração estava em trazer a jovem de volta a vida.
- Prepare a sala de cirurgia e avise ao meu pai, ela sofreu uma grave concussão na cabeça, depois tente descobrir de quem se trata precisarmos avisar aos parentes entendido?
- Vamos moça! reaja, eu não vou perde-la, Tommy falava mais para si, leve-a para a sala de cirurgia agora! depois faça o que eu pedi.
- Sim senhor! a enfermeira assente e logo em seguida sai com Felicity indo fazer o que lhe foi ordenado.
- Doutor! encontrarmos uma senhora gravimente ferida ela está muito agitada é uma das vítima do carro, um enfermeiro gritou e de imediato Tommy correu ao seu encontro.
Seus olhos arregalaram e sua respiração faltou por alguns segundos quando percebeu de quem se tratava.
- Aí meu Deus! Raíssa? mas... como?... Tommy não conseguia forma uma frase coerente de tão aflito que estava.
- Minha afilhada, ela estava comigo no carro, preciso saber se ela está bem... Por favor, Oliver está sozinho precisa avisá-lo, ela é importante pra ele...
- Raíssa, não fale preciso que se acalme, Tommy a interrompe tentando acalma-la.
- Não! por favor encontre-a, Felicity... me prometa que vai ajudá-la, Raíssa insiste e ao tossir sangue e ao entrar em convulsão Tommy se desespera.
- Não, não, não! Você não vai vai morrer entendeu! ele começa a fazer uma massagem cardíaca em Raíssa mas já era tarde demais, Raíssa deu seu último suspiro o deixando completamente abalado.
- Doutor, é tarde demais nós a perdemos, Tommy é trazido de volta a si pelo enfermeiro que tocava levemente seu braço.
- Onde está a outra vítima do carro? pergunta angustiado.
- O senhor a conhecia? o enfermeiro pergunta com pesar.
- Eu nunca a vi, mas conhecia a madrinha dela, íamos nos encontrar algumas horas atrás, Tommy responde tristemente.
- Sinto muito, mas a moça não resistiu, morreu a caminho do hospital...
- Não pode ser! Tommy parecia não acreditar no que acabou de ouvir, seus olhos marejaram diante dessa informação, ele não a conhecia mas só o fato de saber que ela era afilhada de Raíssa e importante para seu amigo mudava tudo.

PV: TOMMY

Segurei firme a bancada diante de mim, e uma respiração pesada escapou por minha garganta, em todos esses anos como médico nunca deparei-me com uma situação como essa, ontem falei com uma moça de voz gentil e doce, e hoje quando estava preparando-me para encontrá-la deparei-me com o pior acidente que aconteceu nos últimos anos em Star City, a única pessoa que eu conhecia dentre as vítimas era Raíssa e eu não consegui salva-la, sua afilhada que eu só conhecia de nome não havia sobrevivido e pelo o que ela disse era importante para meu amigo.
- Mas que droga! gritei exasperado batendo com as mãos contra a bancada do banheiro, ergui meus olhos encarando com pesar meu próprio reflexo, como eu daria essa notícia ao Oliver, Raíssa era a única pessoa com quem ele mantinha contato nos últimos anos, ela era importante pra ele assim como essa tal Felicity que eu sequer tive o prazer de conhecer.
- Douto Merlin! preciso falar com o Senhor....
- Já estou saindo só um minuto, respondi impaciente, lavei o rosto e soltando um longo suspiro caminhei em direção a porta abrindo-a em seguida.
- Eu trouxe o relatório que o senhor pediu sobre o acidente, a chefe das enfermeiras Samantha Watson fala assim que saí do banheiro.
- Desculpe incomodá-lo mas o senhor pediu urgência...
- Não têm problema, a interrompo,
- O que conseguiu? pergunto indo direto ao ponto.
- Infelizmente as notícias não são boas, tivemos muitas vítimas fatais, incluindo as duas mulheres que estavam no carro, sinto muito Doutor, Samantha fala com pesar ao ver minha expressão aflita.
- Todas as vítimas já foram identificadas? pergunto interessado.
- A polícia já está fazendo um levantamento mais específico, haverá uma perícia para saber o que realmente aconteceu, já avisamos aos parentes das vítimas que pudemos indentificar, entre todos só uma jovem não foi identificada ainda, no momento ela está em cirurgia com o seu pai, ainda não da para saber se ela vai sobreviver...
- É claro que vai! a interrompo novamente.
- Meu pai é o melhor em fazer o impossível, ele não vai deixá-la morrer, falei confiante.
- Doutor... bom eu não sei se devo dizer isso... mas o Doutor Merlim ficou bastante impressionado com essa moça...
- Como assim? pergunto confuso.
- Não sei ao certo... mas algo nela chamou a atenção dele parecia que a conhecia...
- Mantenha me informando sobre o estado de saúde dela, e assim que a cirurgia terminar e meu pai estiver livre me avise, falei sério e já encaminhando-me a saída.
- Sim senhor... Ah, eu já ia esquecendo de avisá-lo, a Doutora Snow está a sua procura pediu para o senhor procurá-la...
- Farei isso agora mesmo, falei respondi e Samantha assentiu em concordância.
Caminhei a passos largos até a sala da Cait e enquanto caminhava pelos corredores do hospital foi difícil iguinorar o tumulto e a confusão que se estalou depois do acidente.
- Samantha me disse que você queria falar comigo, algum problema? perguntei assim que entrei na sala da Cait.
- Só queria saber como você estava, soube que conhecia uma das vítimas que infelizmente não sobreviveu, eu sinto muito de verdade Tommy, Cait fala carinhosa e vindo abraçar-me, aceitei mais que satisfeito.
- Preciso falar com o Oliver, Raíssa era quem cuidava dele, eu não sei como ele vai reagir a essa notícia, até porque ao que parece a afilhada dela que também não sobreviveu era importante para ele...
- Eu sei que vai ser difícil dizer isso a ele Tommy, mas se têm alguém que pode fazer isso é você...
- Como está a situação aqui? pergunto interessado.
- Já fizemos tudo o que podíamos fazer, agora é só esperar essa confusão de parentes aflitos se acalmar, foi um acidente horrível, o ônibus estava lotada e ambos os veículos explodiram, tivemos muitas perdas hoje Tommy, Cait fala com pesar e eu assinto tristemente.
- Eu vou ter que ir ver meu amigo logo, não posso demorar pra falar com ele, não sei como vai ser nossa conversa... mas não posso deixá-lo lá...
- Eu também acho melhor você falar com ele logo, vai avisar a a mãe dele? Cait pergunta e só agora lembrei-me desse detalhe.
- Eu não sei, talvez eu deva falar com ele sozinho, não sei como será a reação dele, Oliver vai sofrer muito com essa notícia, alguma coisa me diz que essa afilhada da Raíssa era mais que uma amiga pra ele, Oliver não lida bem com perdas Cait, estou muito preocupado com ele fui sincero.
- Meu pai ainda está em cirurgia...
- Eu sei, ele me pediu para cuidar do pós operatório da moça, pelo o que pude ver o caso dela está bastante complicado, ele vai induzi-la ao coma, parece que se formou um coágulo no cérebro dela e até que essa lesão desapareça, ela vai ficar dormindo, só espero que ela sobreviva já chega de perdas por hoje, Cait fala e um suspiro cansado passa por sua garganta.
- Eu queria falar com meu pai, mas vou ver meu amigo primeiro, não vou ficar tranquilo enquanto não conversar com ele, falo com pesar minha voz não passando de um sussurro, Cait assente e deseja-me boa sorte.
Assim que saí da sala da Cait tratei logo de me arrumar, tinha muitos profissionais nesse hospital e preocupado como eu estava não conseguiria fazer nada então decidi criar coragem de ir falar com meu amigo, só esperava que ele não surtasse de vez depois do que eu lhe contasse.