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Após deixar meu carro no estacionamento, que fica no subsolo da universidade, tiro minhas coisas e entro naquele local.
Acho que era a secretária, entrei por uma porta de ferro e tinha algumas cadeiras, outra porta que por sorte, ou azar, se encontrava aberta, mais cadeiras, agora em mais quantidades, uma porta que leva a uma espécie de recepção a minha direita, duas portas a minha esquerda, deixo minhas coisas em uma cadeira e sento na do lado, pego meus documentos e a impressão do e-mail, olho para frente e vejo um enorme corredor, com muitas portas fechadas e uma maior ao fim do espaço, aquela porta se abre e uma mulher de aproximadamente 1,65 de altura no máximo com uma barriga grande e um cabelo preto e liso que ia até o meio das suas costas.

-Olá, em que posso ajudar?- Ela pergunta, dona de uma voz extremamente fina que chegava até a ser irritante.

-Oi, eu ganhei uma bolsa aqui.- Me levanto e entrego a impressão do e-mail para ela, dou meu melhor sorriso.

-Ah! Claro, uma das alunas novas, venha comigo.- Ela diz e vai andando até a recepção e eu a sigo, claro.

Ela passa pelo balcão ficando do outro lado.

- Então Isabella, trouxe os documentos solicitados no e-mail?- Ela pergunta.

-Sim, aqui.- Digo e entrego os documentos a ela.

-Pesso que aguarde somente um momento.- Ela diz com um sorriso no rosto, apesar da voz irritante eu até gostei dela.

Fico lá por volta de uns 15 minutos.
Estava olhando para as paredes quando, finalmente, ela volta.

-Sua matrícula foi realizada com sucesso. Aqui está a chave de seu quarto, número 237 no lado direito, que é o lado feminino.- Ela diz e me entrega a chave.

-Obrigada.- Digo sorrindo simpática.

Pego minha única mala e minha bolsa com certa dificuldade.
Vou até a porta que está aberta, ao lado oposto do grande corredor.
Derrubo a malas.

-Merda!- Digo com raiva.

Um homem novo, um pouco gordinho, cabelos pretos, de aproximadamente 27 anos sai pela grande porta ao final do corredor, ele me vê e vem até mim.

-Oi, precisa de ajuda?- Ele pergunta com um sorriso.

-Oi, preciso sim.- Digo com um sorriso envergonhado.

-Qual número do quarto?- Ele pergunta pegando minha mala.

-237- Eu digo pegando minha bolsa que foi o que restou.

-Ok, segundo andar do lado direito, você é aluna nova né?- Ele pergunta sorrindo.

Ele sai andando e eu o sigo.

-Sim, você vai me levar até o quarto? No lado feminino?- Eu pergunto estranhando.

-Sim, qual o problema?- Ele diz rindo.

-Você vai se encrencar, até onde sei os alunos homens não podem pisar no lado dos dormitórios femininos.- Digo séria.

Ele começa a rir.

-Por que está rindo?- Eu pergunto estranhando.

-Quem disse que sou aluno?- Ele ri mais.- Fernando Pereira, professor de geografia da universidade.- Ele estica uma de suas mãos.

Eu dou um aperto de mão nele.

-Desculpa, pensei que fosse aluno.- Digo a ele.

-Tudo bem, já fui aluno daqui sim, mas faz tempo já.- Ele diz rindo.

Fomos conversando até o quarto certo, é incrível ver uma pessoa com apenas 26 anos que já trabalha em uma universidade federal renomada no país, ele se formou aos 22 anos, aqui mesmo, e depois começou a dar aulas aqui.

Paro de frente ao quarto de número 237, ele larga as malas no chão e sai.

-Nos vemos por ai.- Ele diz sorrindo.

-Até mais.- Digo dando meu melhor sorriso.

Olho para fechadura e logo depois para a chave e depois de alguns segundos abro a porta.

Continua...

REGRESSO (LIVRO3)Onde histórias criam vida. Descubra agora