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Saio do refeitório correndo, não sei o motivo de sair, mas saio, deixei minha comida lá servida e Tainá sozinha.
Quando chego ao andar das meninas paro um pouco de correr, ele não pode subir lá mesmo, entro no corredor do meu quarto.
Ouço passos atrás de mim, paro pois penso ser Tainá.
Porém não é.

-Bell, fala comigo.- Ele diz e me abraça.

-Você disse que não iria ficar com ninguém, nunca mais.- Eu digo, tentando me soltar dos braços dele, mas não consigo, pois me senti bem lá.

-Eu sei meu amor, eu sei, mas eu posso explicar. Você me deixa explicar?- Ele diz já sem me abraçar e olhando nos meus olhos.

-Prossiga.- Eu digo.

-Mas antes temos que sair daqui, não posso ser expulso, nem você.-Ele diz já saindo andando.

Eu o sigo de longe.
Ele vai para trás da escola, um campo verde, ele se senta no chão e eu faço o mesmo.

-Pode começar.- Eu digo séria.

-Então, quando nós fomos obrigados a nós separar eu vim para esta cidade, nunca mais voltei lá, nem para visitar ninguém pois lembraria de você, fiquei no interior da cidade mas depois de um tempo vim para cá, ao descobrir que tinha uma universidade de nome muito bom até no exterior eu pensei em fazer um curso aqui, só que como você sabe e sabe muito bem, melhor que qualquer pessoa, eu cometo delitos nos lugares, eu não podia ser expulso, então me aproximei de uma das filhas do maior sócio da universidade, foi difícil me aproximar dela e ainda ta sendo pois ela é nojenta, chata, entre muitos outros defeitos e nenhuma qualidade, mas ainda tenho que ficar com ela por mais um mês, se não perco minha bolsa.- Ele diz.

-Você nunca pensou em, quem sabe, ficar sem cometer delitos por somente um mês?- Eu pergunto séria.

-Eu ficaria, mas com isso, terminaria com aquele dragão e poderia ficar com você, o amor da minha vida.- Ele diz me olhando. - Mas agora não da mais, ela tem forte influência com o pai, então ela pediria para ele me expulsar.- Ele diz triste.

- Esperarei um mês, você irá se formar e aí ficaremos juntos, se passar desse tempo nunca mais olhe na minha cara e por favor evite aparecer na minha frente com sua namorada enquanto esse tempo passa.- Eu digo séria, me levanto e ele também se levanta.-Quanto tempo falta para você se formar?- Eu pergunto.

-Vinte e cinco dias.- Ele diz me olhando nos olhos.

-Ok, você tem vinte e cinco dias.- Digo e vou saindo de lá.

Ele me puxa pelo braço e me beija.
Eu deixo levar, óbvio, que saudade daquela boca.
Quando o beijo acaba eu dou um selinho nele e saio.
Olho para trás e vejo que ele ficou lá sorrindo para o nada.

Ok, tenho vinte e cinco dias para voltar a viver.
Vou para meu quarto e lá caio no sono, pois as aulas vão começar só daqui a alguns dias.

Continua...

REGRESSO (LIVRO3)Onde histórias criam vida. Descubra agora