REGRESSO (LIVRO3)

5

Esqueço totalmente que deixei Tainá para trás. Levanto da cama e saio do quarto com meu celular no bolso do Jeans claro que visto.
Procuro pelo refeitório mas não a encontro.
Volto para o quarto procurando por ela em todo o trajeto, nada dela.
Entro no quarto e ouço um choro baixo no segundo andar.
Subo correndo as escadas.
Vejo a luz do banheiro ligada, tento abrir a porta mas está trancada.

-Tainá, sou eu Tainá, abre aqui por favor.- Eu grito do outro lado da porta.

Um minuto se passa, eu já estava a ponto de gritar por ela novamente, mas ouço a fechadura sendo aberta.
Olho para dentro daquele banheiro escuro, uma menina frágil com cortes nos braços.
Ela se senta no chão, me sento ao seu lado.

-Por que faz isso? Para ter alívio?- Eu pergunto, pois sei muito bem o que ela faz, sei por experiência própria...

-Sim.- Ela responde.- Como você sabe que é para aliviar?

-Eu fazia, mas depois percebi que não precisava daquilo, que tinha muito ainda para viver.- Digo olhando para a parede a nossa frente, assim como ela fazia.- Promete para mim, de suicida para suicida, que vai tentar parar?- Eu pesso a ela isso, mesmo a conhecendo a tão pouco tempo eu sei mais ou menos o que ela sente.

-Vou tentar.- Ela responde olhando para mim, eu olho nos olhos dela, e vejo verdade. Um brilho, talvez por ver que alguém se preocupa com o estado em que ela está.

-Esta bem então, mas agora vamos levantar, você vai fazer um curativo e iremos aproveitar as regalias deste lugar, pois você ainda tem muito o que aproveitar na vida.- Digo a ela sorrindo, me levanto e logo em seguida ela faz o mesmo.

Acabamos o curativo dela, trocamos de roupa e então saímos daquele banheiro escuro, descemos a escada e então saímos do quarto.

Estava muito calor aquele dia, com isso Tainá não pode usar roupas compridas, ela estava de camiseta o que fazia com que todos olharem para seus curativos.

Sentamos estilo borboleta no chão, uma grama verde em uma sobra de uma árvore enorme que tinha de frente para o refeitório.

De repente passa por nós Dafine, suas cachorrinhas e Alex.
Não conto para Tainá sobre o que eu e ele falamos.
Esperei eles passarem logo, antes que eu começa-se a chorar, mas de repente Dafine se aproxima de nós duas.

-Olha só, se cortou de novo em, continua assim tá, retardada, vê se faz um favor para todo o mundo e morre de uma vez.- Ela diz isso é sai rindo, vejo seu grupinho se afastando, ao mesmo tempo vejo Tainá levantar e sair correndo, tudo tão rápido que meu corpo não responde os comandos de meu cérebro, segundos depois saio atrás dela, vejo ela subindo correndo as escadas.

Corro o mais rápido possível, mas não consigo alcançar ela, vou até nosso quarto.
Ao entrar correndo olho para todos os lados mas não tinha nada.
Subo as escadas e olho no banheiro, mas ela não estava lá.

Saio do quarto correndo para procurar ela.

Continua...

Desculpa a demora meus amores.