Uma noite mágica

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Mia sentiu mãos tocarem seu ombro quando o blecaute aconteceu, ela tremia de medo e por muito pouco não chorava. Estava arruinada! Sua festa estava arruinada, e não havia nada que ela pudesse fazer para impedir.

- Pa-pai? - gaguejou nervosa ao perceber que não havia agito algum, as pessoas estavam quietas como se nem estivessem presentes e era para ser o contrário. Era para estar tudo agitado, eles estavam sem luz, afinal!

- Fique quieta. - pediu a voz de Austin, pegando em sua mão. - Eles não vão ouvi-la.

- Não? - perguntou desesperada. - Por que não?

- Estão todos desacordados, Mia.

Seu nervosismo aumentou ao ouvir aquelas palavras, ela choramingou e fechou seus olhos enquanto implorava:

- Por favor seja só um pesadelo... - Um silêncio profundo se instalou no ambiente no segundo seguinte, até que uma luz forte explodiu do colar, isso fez com que Mia se assustasse e o agarrasse com força, pronta para arranca-lo de seu pescoço. No momento em que ela tocou o pingente de sol, uma força superior lhe jogou para trás com violência e ela literalmente voou contra a parede do salão. Não demorou muito para gritar de dor, de medo e principalmente de pânico.

Mia estava quase surtando por não entender o que estava acontecendo, quando imagens começaram a desfilar diante de seus olhos. Seu pânico aumentou quando varias mulheres se colocaram a sua frente, elas não estavam realmente lá mas Mia podia vê-las. Devido as suas fisionomias quase iguais, elas revelavam serem da mesma linhagem e todas traziam em seus pescoços um colar exatamente igual ao que ela mantinha preso ao seu.

- Que-Quem são vocês? - perguntou com voz falha, seu corpo caído ao chão era mantido pelos cotovelos nos qual ela se apoiava. Um clarão enorme tomou conta do lugar e a garota esticou a mão em cima dos olhos, para ver melhor.

- Somos suas ancestrais, querida. - disse uma delas. - Todo nosso poder está nesse colar e agora ele pertence a você. - Poder? Sim, ela podia senti-lo, podia sentir a força daquelas mulheres que transmitiam magia. Mas quem eram elas? Quem Mia era? Ou melhor... O que ela era? Sentiu um frio na barriga a medida que as via se aproximar.- É o seu dever salvar o nosso povo, o nosso reinado. - disse a mulher, antes de estranhamente esticar suas mãos para a frente, como se estivesse pressionando algo. As outras seguiram-na e Mia gritou alto quando uma dor forte invadiu sua cabeça, era como se elas estivessem invadindo sua mente.

- Resista, criança. - gritava uma delas ainda mais alto que o grito da ruiva. - Você consegue. Precisa se lembrar.

- PARA, POR FAVOR! - implorou com as duas mãos na cabeça. - ESTÁ DOENDO.

Ela jogou a cabeça para trás em um grito agudo que mostrava muita dor e lembrou de tudo, toda a última semana passou voando diante de seus olhos. Na maior parte as visões a respeito de Sebastian.O coração acelerou em seu peito e ela sentiu uma vontade imensa de chorar. Se sentia solitária e maluca. As mulheres esbelta diante dela continuavam a fazer gestos estranhos com as mãos e sua cabeça continuava a doer. Até que voltou a uma lembrança distante, uma que nem achava existir. Estava no colo de Candice,  com um ano de idade, dentro de um quarto luxuoso e parecia distraída como qualquer bebê de sua idade. A mulher por outro lado chorava e deslizava a mão por seus pequenos cachos ruivos, vez ou outra acariciava sua face.

- Eu sinto muito, minha menina...- a mesma voz de suas alucinações. Delicada e angelical. - Não queria deixa-la... Mas você é a minha vantagem... A salvação de nosso reino.

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