Capítulo 1.

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Olá! Turu bom?! Olha eu aqui Hehehehe gente, primeiro capítulo, primeira novidade, novo ponto de vista. Espero que gostem!

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POV: Jimin.

Quando começamos a desempacotar as nossas coisas, me dei conta do quanto eu sentia falta de Busan, lá era a minha casa, o meu lar. Mas dizem que as mudanças nos fazem bem, que podemos nos reinventar como as flores que passam pelas estações. Talvez eu não goste de mudanças, de ter tantos olhares sobre mim e isso é o que vai acontecer amanhã, quando eu passar pelos portões da minha nova escola e ter que encarar tantas pessoas novas e diferentes de mim.
É assim que eu encaro Seul, um lugar cheio de estranhos que parecem o oposto da minha pessoa. Seul é linda, com prédios enormes e com suas luzes aos céus iluminando nosso caminho, mas não é Busan... não é a cidade na qual cresci e aprendi a viver. Será que eu posso voltar para Busan e morar com os meus avós? Não, meu pai nunca iria permitir. Eu mal posso ir à esquina sem que o meu irmão esteja comigo.

― Jimin, o papai mandou a gente ir ao mercado. Vamos. - Peguei uma blusa no armário e segui meu irmão.


Tranquilizar Jihyun de que eu poderia pegar as verduras sozinho foi um pouco complicado, mas com um pouco de insistência consegui convencê-lo. Não sei se isso é normal, se todos os alfas são assim com os ômegas, ou se o meu pai e o meu irmão são loucos por quererem me proteger tanto. Acho que se eles pudessem ir ao banheiro comigo, eles iriam. Mas sério, me impedir de pegar legumes em um mercado porque pode ser perigoso é um pouco de mais, não é?!

― Caramba, são tomates! Não é como se eles fossem me devorar ou... - tudo bem, talvez eu possa ser um pouco desastrado e esse seja um dos principais motivos para eu não andar sozinho. - Senhor, me desculpe! Eu estava distraído e não o vi.

― Está tudo bem, é só uma torta! Eu pego outra. - o homem pegou a torta do chão e a jogou no lixo. - Não se preocupe, foi um acidente.

― Me desculpe, de verdade. Eu pego para o senhor, onde a pegou? - ele riu e pegou o saco de tomates que estava em minhas mãos.

― Eu fico com os tomates. Agora estamos quites.

― Mas são tomates. O senhor...

― Me chame de JinWoon. Quando você diz "senhor", me faz parecer velho. - ri ao notar que ele não parecia passar da casa dos vinte anos, com um sorriso gentil e olhos brilhantes. Um cheiro forte e um corpo esguio... Um alfa.

― Claro, mas... - Peguei os tomates de volta - JinWoon, eu demorei muito para escolher esses tomates.

― Achei que a minha torta destruída valesse os seus tomates. - o alfa se aproximou para tentar pegar as frutas novamente, mas eu desviei. Quando seu rosto ficou tão próximo ao meu?! Ele já estava tão perto de mim antes?!

― Você... - JinWoon se afastou, parecendo meio sem graça com nossa proximidade. ― Lhe deixo ficar com os seus tomates com uma condição... - o vi pegar seu celular no bolso de sua jaqueta e o entregar para mim. - Seu número.

― Como? - minhas bochechas com certeza ficaram super vermelhas.

― Eu não quero parecer uma pessoa tão atrevida, mas eu juro que nunca vi um ômega tão bonito em toda minha vida. - não consegui evitar que um sorriso se formasse em meus lábios.

― E essa cantada geralmente funciona?

― Não sei. É a primeira vez que uso ela. - balançou o celular na minha frente e acabei me rendendo, anotando meu número e devolvendo o aparelho para o mesmo.

― Jimin. Park Jimin.





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Conversar até tarde com um estranho não é o ideal a ser feito antes do primeiro dia de aula, mas não é como se algo dentro de mim não vibrasse por saber que estou fazendo algo que o meu pai e o meu irmão não saibam. Me sinto um rebelde enquanto converso com JinWoon, como um segredo obscuro que somente eu sei. Mas é como dizem, quem não tem segredos?
O meu pai diz que segredos tem uma definição bem simples, o qual poucas pessoas entendem, que é: " Um segredo é segredo se somente você souber. Um segredo não pertence a duas pessoas, mas a uma." Este pode ser o meu segredo, o meu pertencer que faltava para me descobrir um pouco mais, para que eu possa me descobrir sem o meu irmão e o meu pai, onde eu possa ser uma versão que eu não precise pensar que sou apropriado para a minha família.
Mas o que o meu pai quer dizer com segredos... que um segredo não pertence a mais de uma pessoa? Porque ele mesmo não faz uso de seu próprio ditado?! Fazendo eu e o meu irmão guardar o segredo da minha família. A minha marca de nascença atrás da minha orelha, a meia lua.

― Jimin, minha jóia! Vamos. - minha mãe me entregou a minha mochila me guiando para fora do meu quarto. A ômega me entregou o dinheiro para passar o dia e deu um beijo em minha testa. - Boa sorte!

A minha mãe sempre sabe o que estou sentindo, mesmo que eu tente esconder ela sempre sabe! Ela sabe que hoje vai ser um dia difícil para mim, me apresentar para um novo colégio e me adaptar aos costumes de Seul. Acho que a pior parte é ter que me apresentar a todos. Sorrir e ser gentil para não ser excluído, tentar ter algum amigo no meio de tantos alunos que provavelmente não vão querer nem olhar para mim.
Foi o que eu pensei até passar pelos portões do colégio Yonsei, com tantos pares de olhos me seguindo, era como se eu tivesse vindo com um grande "aviso" em minhas costas dizendo "Ei, olhe para mim".

― Calma, é só o primeiro dia. - Jihyun me abraçou e me arrastou para dentro do prédio logo em seguida.

― Mas eles precisam nos encarar? Parece até que somos uma atração de circo.

― Não é sempre assim, mas vocês são a novidade do colégio e o pessoal é curioso. - um garoto um pouco mais alto que eu estendeu a mão para mim com um sorriso no rosto. Um sorriso muito bonito, eu devo dizer. - Eu sou o Hoseok, representante das turmas do último ano. - se apresentou.

―Esse é o Jimin e eu sou o Jihyun. Eu estou no último ano e o Jimin no penúltimo. - notei uma entonação mais animada na voz de Jihyun, o que me fez rir assim que vi suas orelhas vermelhas.

― Sério? Eu achei que os dois eram do último ano. Esperem um pouco! - Hoseok correu até um garoto que guardava seus livros no armário e o arrastou para perto de nós. - Esse é o JungKook, ele vai te apresentar a escola, Jimin.

― Apesar de não querer... - ele reclamou e Hoseok deu um peteleco em sua cabeça.

― Me desculpe, Jimin, mas eu não posso fazer o tour com vocês dois porque o prédio do último ano é do outro lado do colégio e não falta muito para as aulas começarem. Mas vamos nos encontrar no almoço, eu prometo. Vamos, Jihyun.

― Ei, se cuida. - meu irmão deixou um beijo em minha testa sussurrando em meu ouvido. - Cubra a marca muito bem. - concordo com a cabeça.




☆☆ ☆☆



Não foi difícil perceber que JungKook é um alfa, mas isso não aconteceu porque ele me disse, mas sim porque seu cheiro amadeirado não deixava dúvidas sobre sua classe pertencente. Com certeza ele é um alfa completo, mas ele podia não parecer tão arrogante ou anti social, a única vez que o ouvi falar foi para dizer seu nome, e agora que ele deveria estar me explicando como a escola funciona, ele está somente apontando para as placas em frente às portas e não me diz nada.

― Então, JungKook... Você é sempre caladão? - minha única resposta foi o silêncio. Um silêncio tenebroso. Ele me ignorou completamente e subiu as escadas para o segundo andar. - Eu vi que a minha sala é...

― Nós estamos na mesma turma. A primeira aula é matemática. - o alfa entrou na última sala do corredor. - Professor, o aluno novo. Park...

― Jimin! - senti meu coração parar uma batida ao escutar a voz de JinWoon. Eu o encarei sem reação, não conseguindo me mover ou dizer alguma coisa.

― JinWoon...




POV: Jihyun.


Deixar Jimin com JungKook não era uma opção, já que eu iria o acompanhar para a sua aula, para saber onde seria sua sala. Mas Hoseok me arrastou para fora e começou a falar como funcionava o prédio do último ano e porque era tão afastado dos outros.
Falando a verdade, eu quase não escutei o que o ômega dizia, ainda mais quando ele sorriu para mim pela décima vez. Infelizmente sua sala não era a mesma que a minha, e eu também não poderia me dar ao luxo de buscar uma relação. Não estou dizendo que Hoseok aceitaria sair comigo ou coisa parecida, mas ele me encantou assim que o vi, e Jimin também notou.

― Jihyun, o professor mandou você ir pegar seus livros na biblioteca no prédio 1. - a beta ao meu lado me entregou uma folha com os nomes dos livros que eu deveria pegar e uma chave. - Essa é a chave do seu armário. Você pode deixar seus livros lá e voltar para a sala. O nosso intervalo é em meia hora, seja rápido.

Admito, matei um pouco do tempo na biblioteca. Não estou com ânimo para assistir uma aula de história sobre as crenças dos antigos. A maioria das histórias eu ouvi quando era criança, e as histórias que realmente são boas, como as dos deuses, fantasias de feitiços e bruxas, pareciam ter sido expurgadas do nosso ensino.
Peguei os livros para voltar para a sala, mas parei no meio do corredor quando escutei a voz de Hoseok, sussurrando no final do corredor com um homem mais velho à sua frente, não conseguia enxergar seu rosto por conta do boné em sua cabeça. Me fiz de tonto, e parei para escutar a conversa, fingindo mexer em meu celular.

― Hoseok, eles morrem. Estão mortos! Você se confundiu.

― Não! Eu vi, era a marca. A marca da morte muito bem desenhada! Era um deles!

― Olha, esses ômegas morrem assim que nascem, não tem como você ter encontrado um com essa idade. Lembre-se, eles são extintos e qualquer um que chegue a viver um ano de vida é considerado um milagre.

― Mas eu estou dizendo, eu vi!

― Se acredita tanto que encontrou um Ômega da Lua Azul, me traga provas e depois conversamos.

Isso não é bom, nada bom! E agora? O que eu vou fazer?!...

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