Capítulo 8.

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POV: JINWOON

Decidimos esperar nas escadas da saída de emergência do hospital, para não correr o risco de alguém nos reconhecer. Os jornais não paravam de noticiar o acontecido na escola, e as rádios pareciam ter sempre um meio de voltar a falar sobre os Lobos de Seul. Muitas opiniões são divididas, como se não soubessem o que esperar de nós, mas o que nos faz sempre procurar um esconderijo, é a polícia, que não para de nos caçar pelo país. Não sei exatamente como vamos nos esconder depois que o Jimin se recuperar, mas precisamos dar um jeito.

- JungKook... - aquela voz na minha cabeça continuava me dizendo que eu tinha sido muito duro com o garoto, que eu não devia ter usado palavras tão pesadas. Mas eu estava irritado, com raiva de mim mesmo por deixar que Jimin levasse um tiro e por ter colocado ele nessa posição.

- Que foi?

- Me desculpe, hoje mais cedo... Eu estou irritado e de algum modo achei que descontando minha raiva em você faria sentido. Peguei pesado com você...

- Eu não vou me desculpar, eu quis dizer aquelas coisas. - acabei rindo. - Não me arrependo.

- Tudo bem. Eu entendo. Mas você sabe o que esta acontecendo aqui, não sabe?

- O que?

- Coração nulo.

- Ah, isso. Eu pensei nisso. Quem ele vai escolher? Porquê eu ainda estou aqui e pretendo o conquistar de qualquer forma, não importa as circunstâncias. - JungKook se aproximou da porta, abrindo uma fresta para olhar o movimento no corredor.

- Eu imaginei. Não vou lhe impedir, mas não vou negar que estou confiante. Eu conheci Jimin assim que ele chegou em Seul, em poucas horas.

- Tempo não determina tudo. Pode ter passado dez anos com ele, mas somente um vai saber o que realmente esta em seu coração.

- Um morre; o outro vive. Tudo esta nas mãos do Jimin. - JungKook não parava de olhar para fora, como se tivesse algo interessante acontecendo. Me aproximei e seus olhos não paravam de encarar uma mulher sentada na recepção, que ficou de costas para nós.

- Acho que vi uma arma com ela.

- E por que... - a mulher olhou para o lado, para falar com a enfermeira. No momento que vi seu rosto, eu puxei JungKook e fechei a porta. - Vamos. É a SooYun, temos que ir embora. Agora!

- Quem?

- SooYun. Assassina dos Corvos. Rápido! - acionei o alarme de incêndio e corri para subir as escadas para pegar Jimin e darmos o fora daqui. Se mandaram SooYun, não há nada que possamos fazer.








POV: JIMIN.


O tiro não se compara com a dor que estou sentindo em meu corpo, com a ardência constante que cresce e queima a cada minuto, como se algo tentasse sair de dentro para fora; como um parasita que não tem mais espaço para crescer e precisa lhe rasgar por dentro para se libertar. Eu ainda escuto os sons, sinto as mãos em mim, mas dura poucos minutos, porque logo algo me puxa de volta para a minha mente inundada de sonhos.

Eu o vejo sobre mim, segurando minha cabeça e dizendo palavras que não conheço. O ambiente iluminado pela lua trás a sensação de aconchego, mas a cada palavra que o velho senhor diz, faz a minha cabeça doer e eu tento lutar, tento o fazer parar de me fazer sofrer dessa maneira. A dor vem de dentro, como se fosse a minha própria alma sendo torturada e levada ao limite. Ele continua a sussurrar em meus ouvidos, toda frase parece sem sentido, mas a cada terminação eu grito, esperneio e peço socorro. Onde eu estou? O que ele esta fazendo? Quero ir para casa!

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