The Red Rose

Capítulo 11.

POV: JIMIN

Quando exatamente eu saí daquela casa? Quem me tirou de lá e por que eu não consigo tirar os olhos desse vermelho escarlate em minhas roupas? Posso jurar que estava sentindo dor, que tinha machucados e cortes pelo meu corpo que pareciam muito mais importantes do que a roupa manchada que uso. O cheiro e o aspecto de sangue fresco não é como eu imaginava, nem de perto eu diria que o sangue é tão viscoso e ao mesmo tempo tão líquido; ele brilha e cheira como metal enferrujado, causa ânsia e arrepios pelo corpo todo cada vez que inspiro, me lembrando de quem é esse sangue e de como ele veio parar em meu corpo. Heechul deu um tiro na própria cabeça, como se aquilo não fosse nada. Eu o fiz fazer isso. Se eu pensar com clareza, NaBi nunca disse nada, eu disse; As palavras sussurradas saíram dos meus lábios, com a minha voz e com o meu toque.

- Jimin? - esse sou eu. Jimin, um assassino. - Ei, esta me escutando? - a sensação de macio e da água gelada em meu rosto me tirou dos meus pensamentos. JungKook sorriu quando me viu o encarando. - Nós precisamos tirar essa roupa de você. - pela primeira vez olhei ao redor, vendo um banheiro escuro e uma luz pequena acesa encima de nossas cabeças.

- Que lugar é esse? - tirei o pano humido de suas mãos.

- Minha casa. Eu não podia te levar muito longe com essas roupas cheias de sangue e com você todo machucado.

- Os seus pais...

- Eu moro sozinho desde os quinze anos.

- Como? Por que?

- É mais seguro para a minha família. Eu ainda não sei controlar o meu lobo, e eu não posso arriscar que eles se machuquem toda vez que eu me irritar com uma questão de matemática, não é? - JungKook se virou e pegou umas roupas que estavam encima do vaso sanitário. - São minhas e as menores que tenho. Quer ajuda para se trocar?

- Eu... Me desculpe, mas como me encontrou JungKook? Eu não falei para ninguém onde eu estaria. - toquei seu braço, o fazendo olhar em meus olhos.

- O seu cheiro... Eu lembro de cada detalhe dele e...- sua mão tocou a minha, seu cheiro inebriante me hipnotizou, seu calor parecia um velho conhecido. Eu o vi.

As crianças continuavam brigando e Jihyun ainda me defendia enquanto eu chorava escondido atrás da arvore. Elas disseram que eu era esquisito, que o meu jeito de falar era errado e tiraram sarro de mim e do Jihyun, mas eu não sei me defender como o meu irmão. Ele continuou lá, gritando com eles e brigando com qualquer um, e eu decidi me esconder e chorar.

- Por que você esta chorando? - o garoto parou na minha frente.

- Eles... disseram que eu sou esquisito.

- Eles também falam isso pra mim. Quer brincar? - ele me mostrou os brinquedos em suas mãos. Aceitei o boneco e corremos para a caixa de areia.

O dia estava acabando, e nós ainda brincávamos um com o outro. JungKook e eu decidimos brincar de esconde esconde pelo parque, e era a vez dele de me encontrar. Ele estava demorando e eu decidi o procurar no lugar que havíamos combinado de usar para contar. O encontrei no nosso lugar, e ele não estava sozinho. As mesmas crianças que tinham sido más comigo estavam ali, também o provocando e falando coisas feias para ele. Em um impulso de coragem, eu corri e empurrei a menina que apontava o dedo para ele.

- Vai embora! Nós não gostamos de você! - ela mal se moveu e gritou comigo.

- Olhe para esse esquisito, ele fica nos encarando com esses olhos de monstro. - Olhei para onde ela apontava; os olhos de JungKook oscila entre o castanho e o vermelho. Me assustei e me afastei, com medo. Nunca havia visto nada como isso, e ao mesmo tempo que eu sentia aquele medo do desconhecido, eu queria perguntar como ele fazia isso. Mas JungKook viu meu olhar de espanto e saiu correndo.