Capítulo I

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Mamãe ultimamente vive passando mal, depois que meu pai morreu é 'normal' minha mãe ficar doente com facilidade. Já faz uma semana que venho chamando ela para irmos ao medico, mas como a boa teimosa que é, se recusa a ir ao médico. Porém amanhã ela não me escapa, nem que eu tenha que leva - lá  a força, ela passará no médico.
Olho no relógio e vejo que já está na hora de ir trabalhar, vou até o quarto de minha mãe que ainda está dormindo e deposito um beijo em sua testa.
Eu trabalho em um restaurante, não muito chique, mas bem frequentado por empresários. Não ganho muito bem, mas o dinheiro dá para pagar as contas e comprar comida . O dono não é nenhum senhor gentil, porém tenho que aturar ele, já que o único dinheiro que entra em casa vem desse emprego.
  - Boa dia! - digo assim que entro na área dos empregados. Alguns me desejam bom dia, sigo para o banheiro e troco de roupa , colocando meu uniforme , que é uma calça de alfaiataria preta , um colete preto , uma blusa social branca e por último o avental preto que fica amarrado na cintura com um bolso que fica o caderno de pedidos.
  O dia se passa sem nenhuma novidade, é a mesma coisa todos os dias : atender as mesas, anotar pedidos, senhor Rufino reclamando comigo. E por falar em senhor Rufino eu o avisei que não poderei ir trabalhar amanhã durante a manhã, ele reclamou muito e falou que eu teria que trabalhar a noite no final de semana, já que só trabalho durante o período diurno, ou seja, das 8 hr da manhã até as 18 hr da tarde.
Vou para o ponto de ônibus e me sento, esperando o mesmo chegar para poder ir para casa. Como moro do outro lado da cidade pego dois ônibus e nos finais de semana três.
Chego em casa depois de mais um dia exaustivo e encontro minha mãe na cozinha preparando o jantar.
  - Boa noite mamãe! Como a senhora está? - perguntei a abraçando.
  - Boa noite filha, estou bem.... Vá tomar banho para jantar,  fiz sua sobremesa favorita.
  - Okay , daqui uns minutos eu desço! - fui para meu quarto tomar meu banho e poder relaxar um pouco.
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Maxon O'Connell...

Hoje acordei disposto a achar uma mulher que possa gerar um filho meu, preciso de um herdeiro, mas não quero ter uma namorada ou esposa para tal ato, estou disposto a arrumar uma barriga de aluguel.
Sexta irei ter uma conversa com meu advogado/primo, que já está ciente do que eu quero fazer e ele irá me ajudar a encontrar uma mulher que esteja disposta a alugar seu ventre por nove meses.

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Amora...

Acordo com meu despertador tocando, tateio minha mão sobre o criado - mudo e desligo o despertador. Me levanto e sigo para o banheiro , faço minha higiene pessoal e tomo meu banho. Saio do banheiro e passo no quarto de minha mãe para ver se ela já acordou , ontem no jantar eu a avisei que levaria ela no médico e nem adiantaria ela recusar , pois não desistiria.
  - Mamãe já acordou?
  - Sim filha , já vou tomar banho para irmos.
Chegamos no hospital e depois de meia hora o nome de minha mãe foi chamado, seguimos para a sala onde minha mãe foi atendida pelo médico. Ele prescreveu algumas vitaminas e remédios para suas dores e também pediu alguns exames que seriam feitos hoje e poderíamos pegar os resultados amanhã, neste caso terei que trabalhar sexta e sábado à noite.
Fui trabalhar no período da tarde, aproveitei que teria que repor minhas horas ausente e resolvi ficar até as 20:30 , liguei para minha mãe a avisando que chegaria mais tarde.
No dia seguinte minha mãe e eu fizemos a mesma coisa do dia anterior, sentamos nas mesmas cadeiras da sala de espera , desta vez o nome de mamãe demorou para ser chamado. Fomos direcionada para a mesma sala do dia anterior, com o mesmo médico Dr Keys.
  - Olá - cumprimentamos o médico, que nós pediu para sentar.
  - Bem senhoras os resultados dos exames não são nada bons.
  - O que ela tem doutor? - perguntei preocupada.
  - Ela está com leucemia e uma forte infecção nos rins.
  - Mas tem tratamento? Né?- perguntei  com a voz em tom de desespero.
  - Sim , mas as chances de cura são poucas já que está em estado avançado... E o tratamento é caro.
  - O senhor pode me dizer o valor? - ele pegou um papel e escreveu alguma coisa, logo em seguida me estendeu o papel.
  - Esse é o valor do tratamento - havia mais de seis digitos escritos no papel, de onde tiraria tanto dinheiro para poder pagar o tratamento de minha mãe, o dinheiro que recebo mal dá para pagar as contas e colocar comida dentro de casa.
  - Não tem outra maneira? - perguntou minha mãe que estava quieta até agora.
  - Podemos colocar seu nome na lista de espera para realizar o tratamento, mas é uma lista muito extensa e não sei se a senhora aguentará até lá.
  - Daremos um jeito, muito obrigada doutor.
  Saímos de cabisbaixas do consultório, fizemos nosso caminho de volta em um silêncio que estava me agoniando.
  - Mamãe hoje eu voltarei tarde do serviço - avisei a ela assim que chegamos.
  - Tudo bem filha!
  - Amanhã conversaremos sobre o seu tratamento e não se preocupe dará tudo certo! - falei e a abracei - preciso me arrumar para ir pro restaurante, se a senhora precisar de alguma coisa, me ligue, darei um jeito de te ajudar rapidamente.
  - Pode ir filha , se algo acontecer chamo a dona Cármen para me ajudar, agora se arrume para não perder o ônibus.
  Fui para meu quarto e me troquei, hoje ficaria até o restaurante fechar. Passei na cozinha para pegar algo para comer e achei uma única maçã, para dividi-lá com a minha mãe eu a parti no meio, mordendo um pedaço e guardando o outro na geladeira. Me despedi de minha mãe e fui rumo ao ponto de ônibus.

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