Capítulo XXII

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[…]
— É do Northwestern Memorial Hospital — naquele momento meu coração começou a errar algumas batidas. — Você conhece o Maxon O'Connell?
— Sim, sou mãe dos filhos dele, o que ele tem? — tentei manter a calma.
— Precisamos que venha até o hospital, não podemos dar informações pelo telefone.
— Okay, estou indo — “corri” para o quarto da Chelsie e comecei a chama-lá — Chelsie pelo amor de Deus abre a porta, eu preciso ir para o hospital — continuei batendo na porta — CHELSIE! — gritei e finalmente a porta foi aberta, tenho certeza de que os vizinhos escutaram o grito.
— O que foi Amora? — Chelsie perguntou.
— Maxon, ele está no hospital…
— O que ele tem? — Jason perguntou aparecendo atrás dela.
— Eu não sei, mas coloquem uma roupa e me esperem na sala, precisamos ir para lá! — não os deixei falar mais nada e fui trocar de roupa, parece que a temperatura tinha caído ainda mais, aquele vestido não estava esquentando e estava desconfortável. Escovei os dentes, penteei o cabelo, pus uma roupa mais confortável e quente, por último meus documentos e fui para sala onde os dois já estavam me esperando.
— Qual o hospital Amora? — Jason me perguntou enquanto me ajudava a entrar no carro.
— Northwestern Memorial Hospital.
— Okay, não vou demorar para chegar.
— Por favor Jason vá devagar por causa da neve! — pediu Chelsie.
O trajeto todo eu só consegui pensar no que podia ter acontecido com ele, os bebês começaram a se mexer muito, até parecia que eles sabiam que algo estava errado.
— Chegamos — Chelsie avisou enquanto Jason estacionava o carro no estacionamento do hospital — Precisa de ajuda para descer?
— Sim, a barriga está dificultando muitas coisas — ela me ajudou a sair e fui diretamente para a recepção do pronto-socorro, a moça parecia um pouco “ocupada” olhando o Instagram no computador, tossi e ela olhou para mim.
— Boa noite! Em que posso te ajudar? — a recepcionista perguntou.
— Maxon O'Connell, estou atrás dele! O que aconteceu com ele?
— A senhora é o que dele?
— Namorada — falei a primeira coisa que veio a minha cabeça.
— Ele sofreu um acidente de carro…
— Ele está bem? — perguntei interrompendo ela.
— Eu não posso falar nada, apenas peço que a senhora aguarde o médico na sala de espera.
— Moça eu preciso saber como ele está! — falei e senti meus olhos marejarem.
— Chelsie vá com ela para sala de espera, que eu vou conversar um pouco com essa senhorita — Ela veio até mim, colocou a mão no meu ombro me guiando para sala de espera.
— E se ele morrer? Quem vai ficar com os bebês? — perguntei limpando algumas lágrimas que estavam escorrendo.
— Amora tenha calma, nem sabemos o que está acontecendo direito.
— Que horas são? — perguntei para ela.
— São 3:42
— Meu Deus ele me deixou em casa era 22 h! Quanto tempo faz que isso aconteceu? Como aconteceu?
— Consegui tirar algumas informações com ela — Jason falou assim que entrou na sala de espera.
— Então fala logo!
— Um carro derrapou na neve e bateu no carro do Maxon, que ficou preso entre uma parede e o carro de trás. Ele está na sala de cirurgia, talvez possa demorar um pouco.
20 minutos… 50 minutos… 1 hora e 15 minutos… O tempo foi passando e nada de nenhum médico aparecer.
— Amora o médico — alguém me avisou, me despertando do meu leve cochilo
— Vocês são parentes do Maxon O'Connell?
— Sim, como ele está? — Jason perguntou.
— Está bem, ele quebrou a tíbia e teve algumas escoriações.
— Podemos ver ele? — perguntei.
— Esta tarde e ele está descansando da cirurgia, sugiro que voltem quando amanhecer.
— Eu não vou a lugar nenhum! Por favor me leve para ver ele, caso o senhor não quiser me levar eu dou um jeito de acha-lo sozinha! — falei batendo o pé.
— Amora vamos para casa, daqui a pouco dá a hora e nós voltamos para ver ele! — Jason pediu.
— Não, esses bebês não pararam de se mexer desde que recebi a ligação do hospital, eles e eu queremos ver o pai deles e eu não sairei daqui por nada neste mundo meu senhor!
— Está bem a senhorita fica, me siga por favor! — o médico se deu por vencido.
— Amora nos ligue depois para sabemos que vocês quatro estão bem! — pediram.
— Pode deixar! — dei um abraço neles e segui o senhor de jaleco.
— Ele ainda está sobre efeitos dos remédios para dor e da anestesia, então ele vai acordar um pouco “grogue”, qualquer coisa é só chamar — Ele se despediu e me deixou sozinha com Maxon, o que durou pouco já que tinha alguém batendo na porta.
— Pode entrar.
— O doutor Scott pediu para que trouxessem uma coberta para você.
— Muito obrigada!
— De nada, se precisar estarei no final do corredor a direita.
— Okay! — sorri para ela que logo se retirou. Reclinei a poltrona, coloquei os pés sobre o apoio e me cobri.
— Viu o papai está bem, agora vocês podem me deixar dormir um pouco, boa noite bebês! — conversei um pouco com eles e finalmente fechei os para dormir.
— Ei… Amora… — escutei Maxon me chamando.
— Hum? — murmurei ainda sonolenta.
— Acorda, já são 8 horas da manhã — informou.
— Pode ser 8 da manhã para você, mas para mim ainda são 4 da madrugada, então me deixe dormir!
— Okay — fechei os olhos e tentei a voltar a dormir, fiquei 20 minutos lutando para dormir, porém, o sono já tinha ido embora.
— Você está bem? — perguntei me arrumando na poltrona.
— Sim, só estou sentindo um pouco de dor e você?
— Estou bem, só preciso de ajuda para levantar daqui! — comentei dando risada — Você pode me fazer um favor?
— Diga!
— Não morra até esses bebês completarem 21 anos! — pedi.
— Eu não posso controlar isso, não posso impedir a morte — deu risada tirando sarro.
— Você está achando engraçado? Você tem ideia no susto que nos deu? Você acha que meu pedido foi uma piada? POIS, NÃO FOI! — falei me alterando com ele.
— Amora fique calma! Eu só quis te fazer rir. — se explicou!
— Não posso rir de algo que possa machucar quem eu amo — sussurrei e algumas lágrimas escorreram.
— Está tudo bem aqui? — uma enfermeira perguntou entrando no quarto.
— Sim — Maxon respondeu.
— Não — respondi — Você pode de ajudar a se levantar?
— Sim, quantas semanas? — ela perguntou enquanto me ajudava.
— 28!
— A senhora quer que te tragam algo para comer aqui, ou a senhora vai comer da cantina?
— Pode me chamar de Amora, sem a senhora por favor! — pedi — Eu vou comer na cantina aproveito para andar um pouco e muito obrigada pela ajuda!
— De nada, se precisarem de mim, é só chamar e senhor O'Connell seu médico vem às 9 horas. — ela se despediu e saiu.
Peguei minha bolsa e fui para o banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto, penteei o cabelo e fiz xixi. Avisei ao Maxon aonde ia e entreguei seu celular que estava comigo.
— Vou quer um suco de abacaxi e uma salada de frutas por favor! — pedi ao balconista da cantina.
— Aqui está! — entregou o meu pedido, eu paguei e escolhi um lugar para sentar lá mesmo.
- Hum... preciso ligar para o Cameron e falar que não posso ir hoje — peguei minha bolsa e comecei a procurar meu celular entre a bagunça dela. — Devo ter deixado no quarto — terminei de comer e voltei para o quarto. Quando ia abrir a porta escutei uma voz feminina vindo de lá, uma voz ouvida poucas vezes por mim, mas mesmo assim nunca seria capaz de esquecer de Wanessa.
— Ou você fica comigo, ou a imprensa vai ficar sabendo que tudo isso é uma farsa! — ela o ameaçou.
— Faça isso que você vai para cadeia, ou pensa que eu não sei que foi a responsável pela queda da Amora e pela morte de um dos bebês.
— Você não tem provas!
— Diferente de você eu tenho e minha relação com ela não é da sua conta.
— EU VOU ACABAR COM VOCÊ MAXON O'CONNELL! — ela gritou furiosa — com você e com aquela mulherzinha, se prepare para perder mais dois bebê — ela soltou aquela típica gargalha de bruxa, senti frio na barriga, confesso que aquilo havia me dado medo.
— O QUE EU DISSE SOBRE VOCÊ PREJUDICAR ESSAS CRIANÇAS?! — entrei gritando no quarto e indo para cima dela — nem tente encostar em mim! — a peguei pelo cabelo e gentilmente a coloquei para fora do quarto e tranquei a porta.
— Você escutou tudo? — Maxon perguntou.
— Por que você não me contou que foi ela? — perguntei andando pelo quarto.
— Porque não era uma coisa que você precisava saber.
— É sério mesmo que você falou isso? FOI EU QUEM FOI EMPURRADA E CAIU ESCADA A BAIXO… EU QUE FIQUEI MACHUCADA E DOLORIDA… FOI UM PEDACINHO DO MEU CORAÇÃO QUE FOI TIRADO DE MIM. — gritei transtornada com ele.
— MESMO ASSIM, O FETO QUE MORREU NUNCA FOI SEU E VOCÊ SABE DISSO… VOCÊ TEM QUE PARAR DE AGIR COMO SE FOSSE A MÃE DELES PO**@ — Maxon gritou também.
— Okay — peguei meu celular, minha bolsa e sai do quarto, no corredor tinha várias enfermeiras me olhando, com certeza escutaram a briga. Segurei o choro até conseguir pegar um táxi.
— Para onde a senhorita vai? — o moço perguntou.
— Não sei… eu… eu só queria um lugar que eu pudesse gritar ou chorar a vontade!
— Está bem!

Boa noite! ❤

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