Rancho Troll Bridge

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"Why do I find it hard to write the next line? Oh, I want the truth to be said." (m. True – Spandau Ballet.)


Killian estava começando a duvidar de sua sanidade.

Como poderia ter aceito o convite de uma estranha no meio da estrada?

Ele deveria admitir, porém, que Emma não lhe transmitia qualquer desconfiança ou causava arrepios em sua espinha. A jovem Nolan era extremamente bonita e tinha algo em seus olhos esverdeados que o prendiam e deixavam fora de órbita, mas Jones optou por ignorar tais pensamentos. Era um sentimento comum ao ver uma mulher tão bela depois de tanto tempo sozinho, não é?

(Ainda assim, Nova York estava cheio delas. Não era uma boa desculpa...)

E o homem não sabia se tentava refletir sobre as impressões causadas pela loira ou se amaldiçoava a rádio novamente. Ainda em Toledo, no estado de Indiana, Killian começou a desconfiar que os responsáveis pelas playlists de música lhe odiavam ou, talvez, conheciam sua história com Milah e queriam puni-lo por fugir da cidade.

Eram as únicas opções.

Jones tentava suportar as canções melosas de amor, traição e abandono, mas quando as caixas de som lhe agraciaram com os versos "You can't go on, thinking nothing's wrong, who's gonna drive you home tonight?"¹, ele não suportou e as desligou definitivamente.

— Recados da vida em forma de música... – suspirou – Ótimo, por acaso estamos em 2007 usando o MSN agora? – o moreno murmurou enquanto seguia o fusca de Emma pela estrada.

— O carro amarelo! – a voz de Daniel ecoou pelo veículo de repente, assustando Killian que, por um milissegundo, quase freou de maneira desnecessária e perigosa.

— Acordou é, dorminhoco? – Killian comentou divertido para tentar disfarçar o espanto. – Gostou do carro amarelo da frente?

— Uhum.

— E se eu te contar que nós estamos o seguindo e que ele vai nos levar para uma fazenda?

— Uma fazenda? – o menino indagou animado.

— Isso mesmo. Eles, provavelmente, tem muito espaço para você jogar bola e talvez alguns cavalos. Podemos nos divertir hoje, que tal?

— É a nossa casa nova?

Killian suspirou novamente, porém, de maneira mais pesada.

— Ainda não, meu filho... Nós só vamos passar o restante do dia e dormir lá para descansar. Amanhã voltamos para a estrada.

O pequeno Jones chegou a choramingar um pouco, reclamando que não queria mais ficar ali sentado e que estava cansado, mas o pai preferiu não prolongar muito aquela conversa.

E, mais uma vez, ele sabia que aquela viagem seria exaustiva e que o filho reclamaria algumas boas vezes nos quatro dias programados.

Mas quando seu bebê começou a falar tanto?

Danny crescera rápido demais. O menino estava sempre correndo, pulando e tentando chutar algum brinquedo por aí, fazendo inúmeras perguntas durante o dia e tagarelando a outra parte. Ele era bastante agitado, porém, Killian tinha sorte em ter um garoto tão curioso, mas bem educado ao mesmo tempo.

Era o que Ariel constantemente descrevia como "um doce". E ele concordava.

Não muito tempo depois, os dois carros passavam por cercas brancas tradicionais, atravessando alguns pastos e campos esverdeados. Jones pode observar o gado ao fundo, além de maquinários para colheita, dando uma prévia do ambiente que visitaria em breve. Mais para frente, o carro de Emma fez uma curva à esquerda, atravessando os portões que traziam o nome do rancho na placa superior: Troll Bridge.

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora