"Casa" não é lugar

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"In my world, before you, I lived outside my emotions. Didn't know where I was going 'til that day I found you, how you opened my life to a new paradise. In a world torn by change, still with all of my heart 'til my dying day, I do cherish you for the rest of my life." (m. I Do [Cherish You] – Mark Wills)


A cabana estava completamente silenciosa e escura quando Emma entrou, era como se ninguém estivesse por ali. E, se não conhecesse bem o aroma do perfume de seu namorado, poderia até mesmo dar as costas e sair procurando por ele no rancho.

Swan esperava encontrá-lo no quarto, contudo, foi surpreendida com a imagem do moreno adormecido no sofá e agarrado ao que parecia ser seu antigo violão.

Ela teve que sorrir ao vê-lo tão sereno daquela maneira. Honestamente, era algo bem diferente do que imaginou ao ouvir Liam dizer que o irmão não estava passando bem. Contudo, fora ingênua, pois deveria ter percebido que aquilo não passava de uma simples desculpa esfarrapada para sair correndo do casarão.

Aproximando-se com passos quase silenciosos, ajoelhou-se de frente para o companheiro sonolento e fez seu melhor para retirar o instrumento de seus braços e deixá-lo apoiado no chão. Swan emitiu uma breve risada ao ver os pulsos de Jones marcados pelas cordas e nós, devido a pressão que fazia ao apertar o objeto contra si, como se estivesse protegendo-o de algum perigo.

Ou simplesmente matando a saudade...

Quando teve sucesso em sua tarefa, começou a chamá-lo, acariciando seus ombros e o chacoalhando suavemente. E não demorou muito para que o canadense abrisse minimamente os olhos e a oferecesse um sorriso abobado, mergulhado nos traços de um rosto ainda inchado pelo cochilo.

— Oi. – a loira sussurrou, mexendo em seus cabelos negros.

— Olá, linda.

— Oh, galanteador! – acusou provocativa. – Vejo que andou se divertindo um pouco por aqui. – continuou com um comentário, lançando um olhar para o instrumento que havia retirado anteriormente.

— É, acho que sim... Fiquei um pouco nostálgico, eu diria.

— E como foi?! – indagou ao levantar-se e reivindicar um pouco do sofá para se sentar, acabando sendo puxada para deitar-se ao lado do moreno.

Ela não estava reclamando.

— Melhor que imaginava... Me fez bem. Não foi como aquele dia com o violão da Ruby, foi–

— Só você. – ela complementou, dando um beijo estalado no peito de Jones.

O homem assentiu.

— Será que algum dia eu ganho um show privado? – Emma perguntou, apoiando o queixo no ombro dele para encará-lo corretamente.

— Quem sabe você ganha uma serenata?!

— Serenata?

— Clichê demais?! – questionou com uma careta. – Na minha cabeça pareceu uma ideia interessante.

Ela riu, escondendo o rosto na curva do pescoço de seu namorado.

— Foi romântico, não se preocupa. – a loira afirmou. – E clichês de vez em quando são muito bem vindos.

— Bom saber disso, senhorita.

— Vou ficar esperando minha serenata. – disse esperançosa. – Mas, falando de algo realmente sério agora, fiquei preocupada quando seu irmão contou que você estava aqui.

— Hm... Onde está Daniel? – interrogou para mudar de assunto.

— Com os avós e uma casa inteira de tios querendo mimá-lo. – replicou com um pouco de impaciência. – Agora pare de querer me distrair... aconteceu alguma coisa?

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora