Dedilhando

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"Well, life has a funny way of sneaking up on you when you think everything's okay and everything's going right. And life has a funny way of helping you out when you think everything's gone wrong and everything blows up in your face." (m. Ironic – Alanis Morissette)


Emma e Killian foram ingênuos ao imaginar uma tarde agradável e à sós em plena Storybrooke.

O casal foi interrompido quando refletiam sobre quais luzes iriam levar para o rancho – porque, sem sombra de dúvidas, optar por tamanho pequeno, médio ou grande era uma decisão extremamente importante e que não poderia ser feita em apenas quinze minutos de discussão. Ou os quase quarenta que já gastavam.

E ainda contando...

— Emma! Killian!

A voz familiar os chamou, prendendo a atenção da dupla, que girou o corpo para observar o inseparável grupo. Cinco pares de olhos brilhantes e ternos, os agraciando e cumprimentando com largos sorrisos nos lábios.

— Senhora Joan! – a loira replicou surpresa, logo recebendo um abraço da mulher.

E com Jones foi o mesmo, um ato repetido por todas elas e que, de maneira alguma, os surpreendia.

As beatas sempre mostraram-se acolhedoras e pegajosas – no bom sentido da palavra, se é que ele existisse. Especialmente na cidade, onde estavam próximas ao seu "habitat natural", como Killian denominou, e, portanto, deveriam dar exemplo de fraternidade para toda a comunidade cristã.

Bom, isso era o que elas diziam, mas Swan suspeitava que era uma falha desculpa para justificar velhos hábitos.

De qualquer forma, eles não ligavam. Em semanas, aquele fora o único encontro inesperado que não trazia nenhuma dor.

— Como estão Mary e David? – Diane indagou.

— Estão muito bem, obrigada por perguntar. – Emma respondeu brevemente. – Mamãe está super animada com as vendas dos doces agora no inverno.

— Eu fiquei sabendo. – a outra comentou. – Ontem liguei para sua casa para fazer uma encomenda, mas, infelizmente, não nos falamos muito. Sua mãe parecia ocupada e com vários clientes por perto.

— Ora Martha, deixe de ser boba, Mary deveria estar ocupada com outros pedidos, não pode estar sempre disponível para fofocar com você. – Joan retrucou, fazendo Killian rir discretamente, pois tinha esquecido completamente como o grupo podia ser uma espécie de caos enlatado. – E todos sabemos que os Nolan não abrem o rancho para clientes em dezembro!

E foi então que o moreno compreendeu toda a situação.

Não era, exatamente, o que Martha estava falando, mas, se fossem olhar pelo lado literal, ainda tinham hóspedes no Rancho Troll Bridge.

— É verdade, senhora Joan, mas ela está certa também. Em partes. – ele começou, esclarecendo o mal entendido. – Hm, meus–minha... família veio para as comemorações de final de ano.

"Aquela palavra saíra com mais dificuldade que o esperado", ele pensava.

Ao sentir a tensão do namorado, Emma rapidamente levou uma de suas mãos para seu ombro, acariciando delicadamente por cima da jaqueta de frio, como se o certificasse de sua presença. Ele não estava sozinho.

E, obviamente, o gesto mais íntimo não passou despercebido pelos olhos atentos e inquisidores das senhoras.

— Oh, me parece que temos então grandes motivos para celebrar esse ano!

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora