Epílogo

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"Five hundred twenty-five thousand, six hundred minutes, how do you measure a year? In daylights, in sunsets, in midnights, in cups of coffee? In inches, in miles? In laughter, in strife? [...] How do you measure a year in the life? How about love? [...] Measure your life in love." (m. Seasons of Love – RENT, the musical, 2005)


Killian voltou a trabalhar dezesseis horas por dia e em turno dobrado. Dessa vez, porém, pelos motivos certos. E acompanhado de David.

Com o casamento e gravidez no caminho, Jones teve que pensar no futuro um pouco mais cedo que o usual, incluindo a maneira como se reorganizariam na cabana.

Mary Margaret até mesmo sugeriu que ela e o marido trocassem de casa, mas os recém casados logo recusaram a proposta. Eles sabiam que, inevitavelmente, um dia, teriam que ocupar o casarão, considerando a idade que avançava para os proprietários, mas, por ora, gostariam apenas de ser Emma e Killian. E nada além.

Por esse motivo, então, o senhor Nolan concordou com uma reforma no local para aumentá-lo, adicionando um novo cômodo para o bebê – e ampliando o quarto de Daniel para que ele não ficasse enciumado com a chegada de outra criança para dividir atenções.

Dessa forma, sempre que as tarefas diárias do rancho se encerravam, o moreno começava a trabalhar em casa.

Entretanto, era impossível realizar a parte inicial no período noturno, pois era o momento em que a nova estrutura seria planejada e levantada. Sendo assim, Jones teve que sacrificar algumas trilhas e obrigações para acompanhar o arquiteto e empreiteiros contratados por David – e aquela, talvez, foi a pior semana de todas. Contudo, quando as paredes externas estavam concluídas e só lhe restava atividades na parte interna, o canadense passou a se organizar para realizá-las após o expediente.

E lá iria ele em jornada dupla novamente...

Nos primeiros dias, Swan se irritava facilmente com o barulho dos cortes de madeira, martelos e outros instrumentos. E, para piorar, o odor de alguns produtos químicos usados (especialmente para limpeza e pintura), a deixava extremamente enjoada. A loira ficava, então, resmungando a todo instante antes de, enfim, carregar Daniel para o casarão e deixar os homens dormirem na cabana, pois recusava-se a retornar até que conseguisse entrar em casa sem desejar vomitar.

(O que não aconteceria tão fácil, ele sabia.)

E foi exatamente assim que, logo após a lua de mel, Killian Jones virou colega de quarto – ou sala – de David Nolan.

E que Deus abençoasse Mary Margaret! Como ela dormia com aquele ronco estrondoso todas as noites e ainda acordava de bom humor?!

O canadense poderia até reclamar da mudança drástica de seu "status", considerando que poucos dias antes ele e Emma dormiam juntos num quarto de hotel à beira mar no Havaí, mas sabia que era por uma boa causa.

Aliás, uma excelente!

Ele faria de tudo por sua família e, agora que ela estava crescendo, teria que lutar pelo bem estar de uma pessoa a mais... E o faria sem nem pensar duas vezes.

— David! – Jones quase gritou, jogando uma almofada no sogro.

Eram três da manhã e o senhor parecia ter engolido uma tuba.

— O que foi? O que aconteceu?! – Nolan acordou assustado, disparando questionamentos ao se levantar depressa.

Os dois estavam na sala de estar, deitados em colchões improvisados no local mais limpo da cabana. E, mesmo com as luzes apagadas, o mais velho podia sentir o queimar da carranca que o genro lhe direcionava.

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora