Casa nova

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"I'm never gonna look back woah, I'm never gonna give it up no, please, don't wake me now. This is gonna be the best day of my life." (m. Best Day Of My Life – American Authors)


Killian estava sorrindo mais e os Jones caminhavam para uma excelente adaptação.

Algumas semanas haviam se passado e o canadense se alegrava com o estabelecimento de uma rotina sólida – algo que, para seu filho, considerava primordial. Pela manhã, antes do café, ele e Emma alimentavam os cavalos no estábulo, seguindo caminhos opostos logo em seguida, pois a loira saía para ajudar a mãe com o preparo e limpeza do banquete diário oferecido e ele se encaminhava para a horta. Como David havia lhe ensinado, Jones deveria arar a terra, colher, regar e administrar o plantio das sementes, nunca deixando faltar qualquer um dos alimentos ali.

Àquela altura, ainda, Daniel já estava mais independente e não precisava do pai para lhe guiar até o café ou para a cozinha de Mary, o pequenino o fazia sozinho – exceto pelo despertar, pois o mais velho sempre o chamava antes de se encontrar com Swan.

E, por falar na mulher, a "hora da horta" deveria ser uma de suas preferidas do dia, sem qualquer pudor em assumir.

A janela lateral da cozinha possibilitava ver parte da plantação ao fundo, então Emma era sempre agraciada com a visão de um Killian Jones bem suado em sua regata. Usualmente, o moreno optava por calças jeans, botas ou coturnos e camisas lisas cobertas por alguma peça xadrez, entretanto, para trabalhar com a enxada, o homem sempre vestia menos pano. E a loira adorava isso, especialmente quando podia ver seus músculos flexionando ou quando ele parava para beber água.

Swan sequer tentava impedir tais pensamentos, abraçando completamente a ideia de que se sentia atraída por ele. E, como sua mãe sempre dizia, "tenho olhos para usá-los". Por outro lado, sabia que não teriam qualquer envolvimento... por diversos motivos.

Sendo assim, que mal tinha em observar?

— Olhando as árvores novamente, filha? – Mary Margaret sempre provocava ao perceber a distração da jovem.

E a outra dava de ombros.

— Tenho olhos para usá-los, certo? – replicava de maneira jocosa.

Nos primeiros dias, a senhora Nolan até mesmo tentou sugar maiores informações da loira, mas não conseguia absolutamente nada. Eventualmente, acabou desistindo, contentando-se em presenciar a amizade da dupla que crescia cada vez mais.

O que era, definitivamente, um bom sinal.

Killian e Daniel passaram a alternar os dias em que almoçavam com a família, dando-os um pouco mais de privacidade e mantendo aquilo que o moreno descrevia por "sensação de normalidade"... E era compreensivo o pai querer um pouco mais de tempo à sós com seu filho. Os jantares, entretanto, não conseguiram passar pelo "filtro Mary" e pareciam terem se tornado sagrados.

Antes disso, Jones e Swan tinham uma infinidade de tarefas a cumprir, fosse soltar os animais no pasto e depois recolhê-los ou atender aos pedidos dos clientes, como as trilhas e caminhadas. Danny, para alívio do moreno, estava sempre perambulando pela propriedade atrás de algum dos adultos ou encontrando alguma criança dentre os clientes para brincar.

O canadense gostava do fato de que estavam caindo em uma rotina estável e que poderiam começar suas vidas ali, construindo memórias e tradições. Ele tinha abandonado todo hábito que adquirira ao lado de Milah, afirmando para si mesmo que ele e o filho poderiam ter algo muito melhor e mais significativo.

E era verdade... Killian apenas não previu a participação dos Nolan nisso.

Além dos jantares oferecidos por Mary, os dois foram intimados a participar de suas "quintas mágicas", como Emma havia muito bem descrito. Era o dia em que, basicamente, a família inteira se sentava de frente para a televisão e assistia a programas de reforma e construção.

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora