Fora dos eixos

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"It's hard to know If we should take it fast or roll real slow. And we could hold back but baby, what's the fun in that? When my heart is beating fast, going crazy, when you look at me like that I start thinking maybe, just in case, you probably kiss me." (m. Just In Case – Catherine McGrath)

Se Emma pudesse escolher, o ano de 2018 a ofereceu o melhor festival de Storybrooke de todos os tempos. Até o momento, pelo menos.

Após o quase-momento compartilhado na roda gigante, ela e Killian passaram o restante da noite como velhos amantes: estavam sempre de mãos dadas, dividiram sobremesas, ele se ofereceu para comprar suas bebidas e até mesmo lhe dava beijos esporádicos na têmpora. E então chegou o momento do show, o ápice de todo evento.

A loira sempre achou os dez minutos de queima de fogos o melhor momento do festival, além de descrevê-lo sempre por um viés romântico. Lembrava-se de presenciar o evento, ainda pequena, ao lado dos pais, e os via sempre abraçados, com rostos colados e até mesmo roubando rápidos beijos... Da mesma maneira que faziam no Ano Novo.

E Swan sempre sonhou com o dia em que seria ela em tal posição.

Emma teve alguns namorados ao longo de sua vida, mas poucos duraram o suficiente para que fossem convidados para o evento e, os dois que restaram, não compreenderam seu apego ao show. Ou imploraram para ir embora mais cedo ou simplesmente saíam "para pegar uma bebida" que, ironicamente, demoravam os exatos dez minutos. Com Killian, porém, era diferente.

E ele nem era seu namorado!

Jones permaneceu ao seu lado durante todo espetáculo, abraçando-a pela cintura com o braço esquerdo, enquanto a mão direita segurava a garrafa de cerveja, já pela metade, que Victor tanta havia insistido que comprassem. O toque era sutil e até mesmo inocente, muitos de seus amigos se posicionavam de tal maneira com ela, para tirar fotos ou cumprimenta-la, entretanto, tinha um quê a mais no gesto do moreno. Algo que não ousava chamar de paixão (muito menos amor!), mas certamente vinha de algum afeto puro e, definitivamente, recíproco.

Nos primeiros três minutos, ficou imóvel pensando sistematicamente em como deveria agir diante do carinho – e ela sabia que Killian estava oferecendo uma saída, pois sua mão não estava tão firme. Contudo, rapidamente ignorou suas paranoias e mergulhou de vez no momento, passando os sete minutos restantes agarrada ao seu tronco e com a mão esquerda repousada seu peito.

Ela pode sentir quando ele respirou aliviado, apertando-a um pouco mais contra si, aparentemente feliz por ter sido correspondido. Apesar disso, tinha medo do que aconteceria quando o show acabasse, mas se surpreendeu com um beijo na bochecha – idêntico ao que havia recebido anteriormente – e nenhum comentário a respeito.

Era como se aquilo fosse comum... como se fosse o normal deles.

A loira imaginou o que poderia esperar por ela no festival do ano seguinte, o que Killian seria para ela e o que teriam construído até lá, se isso acontecesse. E, silenciosamente, Emma rezou para que ele reassinasse o contrato com seu pai, prolongando sua estadia no Rancho Troll Bridge.

Em um mês os dois homens se sentariam para decidir o futuro de Jones na fazenda e ela esperava (suplicava!) que o moreno ficasse.

"Para sempre", talvez?

[...]

No dia que seguiu o festival, Emma notou que talvez não conseguiria tirar o sorriso bobo do rosto. Ao segundo, Killian percebeu o mesmo e, no terceiro, eles tinham certeza que seria impossível "seguir em frente" ignorando aquele dia de folga – mas ainda assim não disseram absolutamente nada a respeito.

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora