Mamãe Pato

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"I don't wanna be someone who walks away so easily, I'm here to stay and make the difference that I can make. [...] I won't give up on us, even if the skies get rough. I'm giving you all my love, I'm still looking up." (m. I won't give up – Jason Mraz)


— Alguém tem que contar. – Regina dizia pela enésima vez.

— Vai você, o celular era seu! – a ruiva retrucou.

Os Mills estavam sentados na varanda dos Nolan, como costumaram fazer desde o primeiro dia de sua estadia. Era como o próprio ritual da família: quando o final da tarde se aproximava e, consequentemente, as tarefas de Killian e Emma também, todos se encontravam ali para conversar e tomar o delicioso café de Mary Margaret.

O trio aproveitou aquele momento à sós, antes do restante aparecer, para discutir o que fazer quanto à mensagem de Liam. Era horrível pensar no irmão (e, para Robin, cunhado) como uma ameaça, mas como poderiam descrevê-lo de outra forma? Foi essa imagem que ele mesmo construiu, não tinham culpa.

Regina sentia sua consciência dividida: metade dizia para contar logo para Killian a respeito do outro Jones, enquanto a outra aparecia para implorar ficar quieta. E, bom, essa última gritava naquele momento vendo o irmão mais novo com a namorada e o filho, brincando na grama próximo ao casarão em que estavam. O canadense corria dos outros dois em uma espécie de pega-pega, fingindo tropeços e mostrando caretas apenas para fazê-los rir ainda mais e diminuir as passadas – e, claro, Thor estava sempre por ali, rodeando-os e participando de toda farra.

Ela simplesmente não conseguia pensar em despejar a tal bomba e destruir aquela felicidade. Não era justo.

— Mas olha eles! Killian finalmente tem tudo o que sempre sonhou e eu vou acabar com isso?

— Você não vai fazer nada, amor. A ameaça aqui é outra. – Robin interferiu. – Ou você prefere esperar para ver se um daqueles loucos acaba aparecendo aqui?

— Você acha que ele faria isso?

— Ele é um lunático, é claro que sim! – Locksley replicou novamente, recebendo um olhar duro de sua esposa. – E não adianta fazer cara feia. Eu sei que ele é seu irmão e que é difícil para você pensar assim, mas Killian foi meu melhor amigo antes até mesmo de te conhecer, eu não tenho interesse algum em Liam. Meu lado já está definido.

— Eu sei que ele está errado, amor, mas ele é da família... – a morena tentou.

— Robin entendeu, Gina. – Zelena comentou. – Ele só está falando que pra ele isso é mais fácil de admitir e resolver. De qualquer forma, nós sabemos o que deve ser feito. Liam sendo ou não da família, não pensou nisso antes.

Mills soltou o ar dos pulmões de maneira pesada, tentando dissipar parte de sua tensão através do ato, mas sem sucesso.

— Ok, vocês venceram, eu vou falar com o Killian. – afirmou ao se levantar e ajeitar a calça.

— Você já iria fazer isso antes, só quer dividir o peso da decisão. – a irmã brincou.

— Mas chama Emma também, amor. Ele vai precisar.

A morena assentiu e se virou para o trio, descendo os poucos degraus da varanda em direção à brincadeira deles. E seu coração faltou se despedaçar ao ver Danny pulando nos braços do pai, derrubando-o no chão e, logo em seguida, a loira se juntando a eles para rolar abraçados na grama.

E ela sequer comentaria da felicidade que as gargalhadas transmitiam...

Sua cabeça borbulhava pensamentos do tipo "eu vou acabar com isso", "vou estourar essa bolha da felicidade", "vou fazê-los triste de novo", e isso não era nada bom. Apesar disso, Regina sabia que precisava conversar com o irmão e, suspirando novamente, tomou coragem para chama-los.

Outro tom de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora