Prologo

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A estrada estava lisa pós um dia de constante chuva, o óleo que o caminhão derrubou podia parecer um acaso, se não fosse o fator primordial de algumas situações, assim como uma sequência de fatos leva a uma consequência, aquele final de noite não foi diferente.  

Primeiro, se naquela manhã Nicholas não tivesse brigado com seu pai novamente, por um assunto bobo, ele havia deixado de colocar o lixo no dia anterior e aquela velha conversa de responsabilidades antes de diversão não teria vindo a tona, o que não o teria atrasado a seu treino de sábado.  

Chegando atrasado ele levou uma penalidade, não grave por ele ser o capitão do time e então não poderiam ficar sem ele no jogo do fim semana que vem, então o Treinador só o penalizou em ter que recolher o equipamento, mas já foi o suficiente para contribuir com o seu humor.  

Ele já não estava de muito bom acordo com tudo o que o deixou propenso a sair com alguns amigos aquele fim de tarde e beber.  

Outro fator foi a garota, Bianca  não sabia que seu namorado iria se atrasar para o encontro e muito menos sabia ela de todas as circunstâncias que o dia dele teve, o pai, o treino, e depois a bebedeira.  

O que a fez ligar impaciente para lembrá-lo que ficou de busca-la na casa de sua amiga para um jantar comemorando os dois anos de namoro.  

A chuva não ajudava, e ele não atendia ao telefone, e Bia, como era chamada estava ficando preocupada.  

Enquanto isso o motorista mesmo com a chuva carregava seu caminhão imaginando que assim que a tempestade desse uma trégua ele simplesmente pegaria a estrada.  

A chuva por sua vez parou, o rapaz em meio aos amigos viu o telefonema da namorada, o motorista decidiu pegar a estrada, e a garota decidiu tentar mais uma vez a sorte de falar com seu namorado, antes de pedir um taxi.  

Se a chuva continuasse...  

Se o motorista não tivesse pegado a estrada...  

 Se Nicholas não tivesse atendido ao telefone novamente...  

 Se Bianca tivesse pedido um taxi...  

E se...  

Mas não foi assim, pois o motorista saiu na estrada não verificando que um dos tonéis de óleo estava vasando, o rapaz ficou apavorado ao ver que se esqueceu de seu encontro e pegou o carro negligenciando as cervejas que tomou, e a garota, bem ela esperou na varanda da casa de sua amiga, sorridente.  

Quando Bia entrou no carro, um arrepio correu por sua espinha, ela viu que o namorado estava um pouco passado na bebida, mas mesmo assim ela fechou a porta, sorriu para ele, o beijou, e colocou o cinto.  

Os policiais tentavam explicar aos pais dos dois que mesmo que o rapaz estivesse totalmente sóbrio, o óleo na pista juntamente com a visibilidade fraca de uma noite chuvosa contribuiu para o acidente, e que o carro por um milagre não pegou fogo e que os dois não morreram imediatamente por sorte.  

O caminhão estava do lado certo da rodovia até que a chuva voltou a ficar intensa, deixando a visibilidade daquela curva quase impossível e assim que o carro virou, os faróis identificaram, Nicolas até tentou desviar, porem o óleo da pista fez com que os dois veículos derrapassem, o acidente foi quase inevitável.  

A garota estava ligada a máquinas, somente elas as mantinham viva, seu coração batia, mas o seu cérebro, o responsável pelas funções importantes inclusive aquelas que fazem você ser quem você é, esse havia morrido há uma hora, e os pais da garota tinham uma decisão a tomar, desligar as máquinas  por completo sendo que não seria isso que a mataria, ela já estava morta. 

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