O confronto

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Cada dia que passa percebo meu pai mais ansioso, hoje tem exatos dois mêses desde que ele me falou sobre seus problemas com jogo.

O chamei para uma conversa. Entretanto, ele passou o tempo todo desviando do assunto. Para melhorar, falou que amanhã vai viajar outra vez e desta ficará fora por duas semanas. Perguntei para aonde e ele somente respondeu que estaria bem e que quando voltasse faria uma reunião conosco.

Sexta à noite passou a ser minha perdição, voltei com tudo para as noites cariocas e agora tenho Marcelo. Um colega de longa data, como companheiro de balada.

Deixo sempre o carro em casa, voltei a beber. Não muito, apenas para relaxar um pouco.
O motivo que eu havia parado há anos, foi que no dia do enterro de mamãe eu estava tão bêbado que não tive condições de me despedir dela. Após a notícia de sua morte eu surtei e encontrei no álcool meu consolo. O problema é que depois do efeito passar eu me senti pior, e o momento que perdi não mais voltaria.

Meu apartamento agora é gentilmente apelidado por mim de "matadouro". Exclusivamente mantido para comer a mulherada disponível para uma noite de muito prazer.
Contínuo morando no flet e Ruth vai ao apartamento as segundas e sextas para manter a ordem. Deixo lá também minhas roupas para lavar e as trago limpas e muito bem passadas. Meu único cuidado e em não deixar ela cruzar com as meninas na segunda de manhã.

Acabo de chegar na boate e já avisto meu alvo da noite, uma pretinha gostosinha que certamente vai gemer gostoso rebolando no meu pau.
Hoje vai ser a primeira vez que vou pegar uma negra depois daquela vaca.

Dispensei umas, beijei algumas e sorri para outras. Mesmo assim mantive meu olhar nela, bebi meu drink e fui em sua direção. O sorriso fácil, me abriu caminho e sem perder tempo com falas a puxei para um beijão.

-Qual o seu nome princesa? -Perguntei assim que me afastei.

-Janaína, e o seu gostoso?

-Hoje posso ser o que você quiser. -Respondi, mesmo não estando tão animado. O que não era um problema, já que agora eu tinha um estoque daquele bendito sabonete íntimo em meu apartamento.

Dancei colado naquele corpo até que me senti estranho. Os pelos do meu corpo se arrepiaram.
Passei meus olhos pelo lugar e meu sangue ferveu quando olhando em direção ao camarote eu a vi. Me encarando descaradamente estava ela.
Olhei para o seu lado e lá estava o corno, juntamente com mais duas mulheres.

-Mais é uma piranha mesmo. -Pensei alto.

-O que disse? -Perguntou Janaína, me olhando sério.

-Não é com você não princesa. -Falei a beijando outra vez.

Ao separar nossos lábios voltei meus olhos ao camarote e ela ainda me olhava, quando a luz passou em seus olhos tive a impressão de ver lágrimas e meu peito doeu. Isso somente até ela olhar para o lado e o corno a envolver em um abraço. Ódio me define.

Eu já estava pensando em sair dali. Entretanto, resolvi mostrar o que ela perdeu.

Beijei Janaína com mais ardor e quando nossos lábios se separaram eu tornei a olhar e ela já não estava mais lá. Somente o corno e as meninas permaneciam no mesmo lugar.

Dando a mão a Janaína fui em direção ao bar.

No meio do caminho senti uma mão queimar meus braços ao me puxar.

Virei com um sorriso, já consciente dê quem seria. Pois somente ela poderia me trazer tal sensação.
Não me enganei!
Puxei meu braço e a encarei, ela ficou muda por um tempo.

-Precisamos conversar. -Disse ela, cruzando os braços e olhando para minha acompanhante.

-Foi mal, como você pode ver, estou acompanhado. -Respondi com o coração acelerado e indignado com a sua ousadia.

MEU PECADO 🔞   Trilogia BAILE DE MÁSCARAS 1Onde histórias criam vida. Descubra agora