Meu norte

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Mais uma vez não consigo responder aos comentários que tanto amo. Por favor! Não parem. Leio à todos com muito carinho.
Creio ser um problema do aplicativo.

Mesmo estranhando o comportamento do meu pai, apertei o botão e chamei Thomas.

-Pai Thiago não está, ele acabou de sair e volta semana que vem.

-Mande-o voltar. -Ordenou com uma voz que parecia de um bêbado.

-Pai! Olhe para mim. -Pedi.

Ele pareceu vacilar e quando me olhou fiquei estarrecido. Seu olho direito estava mais baixo e parado e sua boca levemente torta. Sem conseguir falar me aproximei apressadamente dele.

-O que aconteceu pai? Por que não me ligou pedindo ajuda? -Antes que ele pudesse me responder Thomas entrou e paralisou com aquela imagem.

-Mande Thiago voltar. -Insistiu ele com a voz arrastada e mais baixa.

Me levantei sem ter me dado conta que havia ajoelhado de frente para ele. Liguei para Thiago, que pelo tom autoritário da minha voz, avisou que voltaria em trinta minutos, pois ainda não tinha entrado no avião o aeroporto.

Thomas estava parado no mesmo lugar. Seguramente em choque com a aparência do nosso pai que sempre foi de um homem poderoso e inatingível e agora parecia tão frágil.

-Sente-se Thomas. -Falei enquanto lhe entregava um copo com água.

Ele se sentou e eu me sentei ao lado dele no sofá, de frente ao meu pai que estava em minha cadeira.

-O que aconteceu pai? -Questionei novamente.

-Quando o outro chegar eu falo. -Respondeu com a voz arrastada.

Talvez pela boca estar torta, ele sempre baixa a cabeça para falar. A culpa já me consumia, pois enquanto ele precisava de mim eu estava dando graças à Deus por ele estar longe.

Thomas continuava calado, mas batia os dedos sobre a perna. Sinal que estava extremamente nervoso. Segurei sua mão e ele me olhou com tristeza, na certa se punindo por ter pensado como eu. Apertei mais sua mão deixando ele entender que tudo ia ficar bem e que eu estava ali para ele como sempre estive. Percebi que ele recebeu a mensagem quando expirou, liberando o ar que ele inconscientemente prendia.

Os minutos de arrastavam e meu pai nada falava e nem ao menos nos olhava. O medo de perdê-lo também me apavorada. Entretanto, por ser o mais velho dos irmãos me mantive aparentemente firme.

-Porra Thales! Que mer... -Se calou quando viu nosso pai e quando este levantou o rosto, Thiago ficou sem cor.

Me levantei e o conduzi para o sofá, me sentando entre ele e Thomas.

Agora sentado, vi meu pai se levantar com uma certa dificuldade. Eu queria ajudar, mas conhecendo como o conheço, isso somente pioraria tudo.
Ele andou devagar e mesmo tentando esconder percebi ele arrastando um pouco a perna direita, se sentou na poltrona de frente para nós. Em seus olhos a vergonha era transparente.

-Eu tive um pequeno AVC no começo do mês.

-E por que somente agora estou sabendo disso?

Ignorando minha pergunta ele prosseguiu:

-Eu estava em Vegas tentando levantar um dinheiro e acabei perdendo até o que eu não tinha. O médico falou que foi estresse e por motivos óbvios eu não pude retornar até ser liberado por ele, somente voltei porque ele designou uma equipe para me acompanhar.

-Se não tinha dinheiro, como voltou? Por que não me ligou pai?

-Meus cartões ainda não foram cortados, aluguei um jatinho bem equipado, que já retornou com a equipe que me acompanhou, apenas uma enfermeira ficou e foi ela quem me trouxe até aqui.

MEU PECADO 🔞   Trilogia BAILE DE MÁSCARAS 1Onde histórias criam vida. Descubra agora