03: o quarto

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Hobi
Preciso de ajuda

Nam
Claro,
como posso ajudar?

Hobi
A tirar alguém de casa,
por favor

Nam
Desculpe, não entendi...
Agora? Quem está preso
dentro de casa?

Hoseok tentou digitar, entretanto não conseguia pressionar as teclas corretas pela mão que tremia raivosa e pela vista marejada, e depois de receber diversas mensagens sem conseguir decifrar, Namjoon preferiu telefonar.

— Calma, Hobi. O que está acontecendo? Que ideia é essa? — Namjoon perguntou.

— É meu vizinho, Nam... — falou Hoseok.

— Aquele que quase não sai de casa, o da faculdade?

— Como posso deixar ele lá... Eu não... quase não dormi essa noite, e não vou dormir sabendo o que o padrasto faz com ele.

— Calma, amor. Eu não estou entendendo nada. O que esta acontecendo com ele?

— Eu o levei no hospital aquele dia, alguém o machucou. Foi o padrasto...

— Não seja precipitado, principalmente sem provas. Algum louco pode ter invadido...

— Apenas para bater nele? Não, Nam. Foi alguém da casa, e a única pessoa além dele é o padrasto...

— Não tem como provar.

Enviou as fotos tiradas quando encontrou Jin amarrado.

— Este é ele, amor? — questionou Namjoon, mantendo-se calmo pelo outro.

— Sim. — Hoseok confirmou.

Outra crise de choro o fez sentar-se no sofá, tentando não desesperar-se para poder raciocinar o que fazer.

— Hobi, não fica assim... Tem que levar as fotos à polícia. Estou indo aí, e resolvemos isso, está bem? — avisou Namjoon.

— Tem... tanto tempo que a mãe dele morreu... Há quanto tempo isso acontece? Há quanto tempo, Nam? Do que ele tem medo? Por que não disse nada a ninguém? — Hoseok questionou.

— Isso pode acontecer se ele sente-se seguro, então não percebe o que está acontecendo. Principalmente se começou quando estava vulnerável e há tanto tempo.

— Eu vou lá, Nam. Vou voltar lá agora!

— Não! Não vai. Você fica sentado em casa que estou chegando, está bem? Não quero que faça isso sozinho.

Esperou, em pouco tempo ouvindo a moto sabendo que o namorado havia deixado a oficina mecânica com seus funcionários. O mais alto entrou com a chave que tinha, encontrando o outro sentado de olhos vermelhos, impaciente.

— Não fica assim, Hobi. Se você tem provas, então vamos chamar a polícia, certo? — Namjoon o consolou.

Hoseok sentiu os braços quentes ao seu redor, de pele tão contrastante contra a sua, que levava uma cor avermelhada tanto quanto os cabelos de origem indígena, tão lisos. Em pouco tempo Namjoon discou para a denúncia ao mesmo tempo que não soltava o namorado, e preparou chá para acalmarem-se enquanto esperavam a viatura, que parou discretamente antes de tocarem a campainha. Ouviram Hoseok, percebendo-o inconformado com a situação e vendo as fotos no aparelho antes de irem à casa vizinha.

— Hoseok, não é mesmo? Eu disse para que não viesse mais, mas não precisava chamar a polícia. Poderia vir falar comigo. — pediu Ji Jin-Hee.

— Está escondendo Jin, cometendo abusos com ele! — Hoseok acusou.

— Não, eu não estou. Estou ajudando-o. Ele está aqui embaixo, então não quero que ele nos escute. Essa conversa pode ser muito estressante para a saúde dele.

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