11: quinze minutos e meio

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O hospital estava cansado das visitas desnecessárias e estressantes, colocando-os na sala da administração com a maior parte no sofá enquanto as partes interessadas sentavam-se à mesa com o médico, a assistente social, a psicóloga, e um investigador.

- Estamos com a ficha do paciente, que devido a investigação teve o sigilo parcial rompido. E devido ao conflito de interesses foi decidido que a responsabilidade legal pelo senhor Kim Seokjin será do hospital. - declarou a assistente social.

- Isso é injusto! Não pode afastá-lo de mim! Ele quer me ver? - exigiu Ji Jin-Hee.

- Lamento, senhor. Mas devido ao estado dele seu afastamento será por período indeterminado, uma vez que os seus cuidados o trouxeram até aqui. - afirmou.

- Kamsahamnida (kor: formal de obrigado)! - Hoseok agradeceu.

- Vamos ouvi-los, Hobi. - pediu Namjoon.

- As suas visitas estão liberadas, por curtos períodos e sob supervisão.

- Kamsahamnida (kor: formal de obrigado)... Eu poderia vê-lo agora? - questionou Hoseok ansioso.

- Vamos terminar a reunião primeiro. - insistiu Namjoon.

- Por que ele pode e eu não? Eu criei esse rapaz! Conheço-o desde que era criança! Quando perdeu a omma... - protestou Ji Jin-Hee.

- Senhor, devo dizer que saber que o paciente apresentar tantos problemas de saúde, quando estava em sua guarda, é assustador. Deficiência de todos os nutrientes principais, cicatrizes não explicadas... - relatou a assistente social.

- Que tipo de cicatrizes? - Hoseok questionou.

- A psicologa dele pode atestar como a recuperação tem sido difícil desde que perdeu a omma. Eu faço o máximo que posso por ele. - insistiu Ji Jin-Hee.

- Sim, é verdade. O quadro dele, há anos, deprimido e melancólico a maior parte do tempo. Mas a força de vontade não o leva a pensamentos pessimistas. Apenas a... dor de perder alguém tão importante o mantém psicologicamente debilitado. - a psicóloga particular afirmou.

- Conte do diário dele! Que ele coloca na internet, todos os absurdos que promoveu e o expôs! - instigou Hoseok.

- Diário? Aquilo é apenas uma história fictícia! Não há verdade naquilo, é apenas uma atividade prazerosa de uma mente doente, e que não deve ser levado a sério. Não há negligência alguma da minha parte. Este é o Jin! - Ji Jin-Hee afirmou.

- Este não é o Jin!

O investigador moveu-se pela primeira vez, cruzando os dedos sobre a mesa.

- O máximo por ele, é o que diz. O texto está sendo estudado e analisado. Foram feitos diversos exames no dia da chegada, e não foram apontados no sangue nenhum tipo de medicações sugeridos pela médica, ou suplementos para ajudar com a nutrição e deficiência de minerais essenciais, como potássio, que é importante para funcionamento do coração, e cálcio e ferro, dos quais, mesmo eu sendo da área de segurança, sei dizer a importância...

- Ele fica resistente às medicações, algumas vezes. - disse Ji Jin-Hee.

- Nunca me disse isso! Eu poderia sugerir... medicações diferentes para lidar. - apontou a psicóloga particular.

- Então não sabia da interrupção do tratamento? Isso caracteriza por interrupção por conta própria, correto? - questionou investigador.

- Eu não estava ciente desse quadro. - afirmou a mulher. - Quanto tempo ele ficou sem a medicação? Por isso a melhora dele não evolui em nada! A medicação desinibiria os transmissores da sensação de alegria e... uma boa alimentação daria nutrientes a ele para ter energia durante o dia. Uma dieta balanceada é tão essencial quanto as medicações! É um absurdo essa negligência! Ainda assim, o padrasto é a única pessoa com quem Jin tem maior intimidade, com quem sente-se seguro, e sob supervisão poderá seguir as prescrições corretamente.

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