60: união

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Ver Yoongi sentado no chão do corredor o surpreendeu, e imaginou ter vindo dele o grito quando saiu do quarto de Jin, agora que o mais velho tinha certeza de ambos terem sido deixados pra morrerem queimados, que um havia sido empurrado da escada na tentativa do duplo homicídio. Jimin aproximou-se primeiro, sentando no chão ainda ao lado de um dos namorados quando também se sentia impotente com a situação. Taehyung lhes levou garrafas de água em uma sacola, que abriu sem beber até terminar de discar.

Appa, pode rastrear meu número? — Yoongi pediu.

— O seu número? Não pode apenas me dizer onde está? Foi sequestrado? Está em movimento adeul (kor: filho)? — questionou no outro lado da linha.

— Meu antigo número. Tentaram matar dois amigos meus, em um incêndio. Duplo homicídio qualificado, acho... Algo grande. Ele roubou o telefone a linha que deixei com um deles.

— Amigos? Adeul, no que se meteu?

— É o mesmo caso, appa. O padrasto tentou matá-los.

— Certo. Câmbio desligo?

— Filhote de tigre para toca.

Era possível perceber na voz que havia se acalmado, com um controle e inteligência emocional que nenhum deles conseguia ter, ainda que deixasse os demais intrigados com conversa tão breve e sincera que qualquer um temeria ter com os pais.

— Seu appa é mafioso ou algo do tipo? Ele te deu uma arma e age tranquilamente quando a usa, e pode rastrear facilmente... — Taehyung supôs.

— Não. É coronel da polícia. Mas como conhece o mundo me ensinou a atirar com 12 anos, e quando fiz 15 me deu a arma. Disse que se responsabilizaria pelo o que eu precisasse fazer, mesmo se matasse alguém, mesmo quando eu me tornasse adulto. Mas que se eu usasse desnecessariamente ele mesmo atiraria em mim. — frisou Yoongi.

— Assustador. — Jimin falou.

— Assustador é saber que realmente atiraria em mim...

— Por isso ligou pra ele depois de disparar aquele dia? — perguntou Taehyung.

— Sim. Agora é questão de tempo até que...

Atendeu o telefone que tocou em suas mãos.

Adeul, seu telefone tentava sair da região quando foi encontrado. Está sendo trazido para a cidade.

— Certo appa. Kamsamnida (kor: obrigado formal).

Desligou com um suspiro, baixando a cabeça para esfregar os olhos cansados.

— O padrasto do Jin foi preso. — Yoongi declarou.

— Tão rápido? — perguntou Taehyung.

— Os amigos do adeul do meu appa foram não só ameaçados, como sofreram tentativa de homicídio. Ele o mataria se fosse eu invés de Jin ou Jungkook...

Não puderam ver Jin nas horas seguintes devido a delicadeza de seu estado, ainda sob risco de uma convulsão pelo impacto emocional que sofrido e que não tivera oportunidade de processar. Até que acordasse e pudesse ser assistido pela sua psicóloga não imaginavam como as coisas estariam confusas para ele.

O estado de Jungkook não era grave, todavia despertou em metade da manhã, com a cabeça latejante. Com analgésicos pôde receber visita após o almoço, quando Yoongi não quis vê-lo por ainda estar irritado demais por não ter sido avisado do que faria, deixando o paciente mais recluso mesmo que estivesse contente em saber que Jin estava bem, e ainda mais por saber que quem o ferira estava preso.

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