Capítulo 9 - Ludmila

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Acordar cedo nunca é fácil para Ludmila, porém, desde que decidiu ser mais menininha quando passou para a faculdade, a ruiva acorda cedotodos os dias para tomar um bom banho, arrumar seus cabelos e se maquiar, só então, toma seu café e vai para a aula.

"Vida de universitária não é fácil. "

Pensava ao se olhar no espelho, enquanto uma infeliz batia na porta querendo usar, que um dia aquele sacrifício valeria a pena.

Hoje não foi diferente. O celular tocou cedo a primeira soneca, mas seu cérebro já dizia que apenas no terceiro alarme ela iria se levantar. Segundo ela, era uma maneira de dispersar o sono, mesmo sua vizinha do quarto ao lado, da república onde morava, reclamando todas as manhãs do barulho infernal que o aparelho reproduzia.

— Desliga essa merda, Ludmila! — gritou, batendo na parede, como de costume.

— Se a sua luz não brilha, não venha apagar a minha, querida! — Disse em tom irônico para que sua colega ouvisse, deixando a música tocando, apenas para irritá-la. — Ninguém mandou tomar meu iogurte. Cadela! — falou baixinho, virando-se para o lado e voltando a dormir.

Não demora muito para que o terceiro alarme toque e a garota se levante mais cansada do que nunca. As disciplinas eram puxadas e ela teve que virar a noite em um projeto para a aula do dia seguinte. Se soubesse que Arquitetura fosse tão puxado, teria escolhido Artes, assim como sua amiga Azaleia.

Após deixar os cabelos lisos, ela passa uma base de leve para esconder as olheiras e faz seu habitual delineado de gatinho. Usa um batom vermelho, para dar volume aos finos lábios e tenta ignorar uma das meninas batendo à porta, dizendo que já está lá há mais de uma hora. O que era verdade, mas não iria debater com um ser tão insignificante.

Ludmila sai do banheiro com um sorriso triunfante, passa no quarto e pega a mochila, tira o celular do carregador e verifica suas mensagens, grupos chatos se manifestando, sua mãe lhe desejando um bom dia e alguns contatinhos que havia deixado no vácuo na noite anterior. Ela suspira, pensando que precisava mesmo aliviar aquela tensão em corpo.

Ao sentar na mesa de café da manhã, Luiza, uma garota negra de traços finos e cabelos cacheados, que acordava no mesmo horário que ela, está lendo o jornal do dia. Ripra si mesma pensando se a garota não tinha internet.

— A Amazônia agradeceria se usasse seu aparelho, ao invés de tirar a moradia de um periquito por dia — diz com ironia, ao pegar o pão em frente a garota.

— A gente aprende com as mudanças da vida — dá de ombros, bebericando seu café. — Bom dia também, Lud!

— Bom dia!

— Tem correspondência para você! — avisou, fazendo a ruiva revirar os olhos.

— Já disse que pode queimar todas as faturas que chegar em meu nome — relembrou a conversa que teve com ela assim que assinou o contrato para ir morar ali.

— Mas não é uma fatura — Luiza olhou para ela com um sorriso de canto. — Está mais para uma carta.

Ludmila faz uma careta estranhando.

— E quem no século XXI, ainda faz ou manda uma merda dessas?

— Sei lá! Leia e descubra.

Ludmila olha para a mesa de centro da sala e morde o lábio intrigada. Sendo vencida pela curiosidade, corre até a mesinha procurando a carta com destinatário para ela. Ao encontrar, senta no sofá logo atrás e cheira para saber se não foi engano. Não, ela pensa. Nenhum dos garotos que havia ficado seria brega o suficiente para lhe enviar aquilo. Mesmo receosa e vendo que era mesmo seu nome que estava ali, abre com cuidado o envelope e tira o pequeno papel de dentro.

Em letras digitadas, sem quaisquer vestígios de um remetente, iniciando da seguinte forma.

"Eu preciso do seu talento!

Você será bem remunerada por isso. "

Logo após vinha o endereço do local, com dia e hora marcada.

"Que merda é essa? "

— Então, o que é?

— É um convite, mas acho que me confundiram com a vizinha dos 401.

— A garota de programa?

— É! — Anda até Luiza e lhe entrega o papel para que a mesma olhe.

— Exagerada! Isso está parecendo uma proposta de estágio. Você não estava reclamando que precisava de um extra, pois queria sair debaixo das asas do seu pai? Então, olhe a oportunidade aí.

— Não custa tentar, né?

Mais um capítulo!! E conhecemos a Ludmila a personagem da @KarinaTavares417

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Mais um capítulo!! E conhecemos a Ludmila a personagem da @KarinaTavares417

Karina, obrigada por nos ter aceitado o desafio, por suas ideias e por sua personagem. Dedicamos a você esse capítulo.

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