Capítulo 16

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  O Sol está nascendo, as ruas estão silenciosas, no aeroporto aviões pousam edecolam, pessoas que não se conhecem esbarram-se, em poucos minutos o dia ficaráagitado. Há um homem de terno preto na plataforma, segurando uma placa com trêsnomes escritos: Lydia, Elise e Sophie.   

  Assim que os aviões das meninas pousam, elas se locomovem até ele, o homemas cumprimenta brevemente e as leva até um Porsche, estacionado na frente do aeroporto. 

Abre a porta de trás do carro para que possam entrar, elas trocam olhares curiososentre si, Sophie e Lydia entram no carro, já Elise, parece estar contrariada, analisando ohomem que sai de sua frente sem dizer nenhuma palavra fazendo sinal para que entre logoe assim possam chegar ao destino.   

  Elise não para de pensar em como teve coragem de fazer esta viagem, não acreditaque tenha despistado seu pai. Naquele momento, sua cabeça girava entre preocupação eestranhamento pelas duas ruivas, aparentemente gringas e ao melhor estilo Barbie que elaodiava. Percebe que uma delas está tão incomodada quanto ela, pela velocidade mais quevagarosa do motorista.   

  A viagem segue com um silêncio intenso no carro, até a moça ruiva da janela darbatidinhas no ombro do motorista, com uma irritação latente.

 — Ei, senhor? Você está em um carro possante, não acha que podemos ir maisrápido?

 O homem ignora a constatação, apenas dobrando outra esquina.— Idiota — a ruiva resmunga cruzando os braços.A moça sentada no meio revira os olhos, mas não se mete na conversa.

 — É tio, sem querer concordar com a Barbie aí, mas desse jeito vamos levar doisdias para chegar. 

— Quem você está chamando de Barbie, sua esquisita? Quem pensa que é?— Elise Pacheco, piloto de rally! — responde com arrogância e recebe comoresposta um cerrar de olhos, e um dar de ombros.

 — Tanto faz — diz Elise revirando os olhos e sustentando a mentira. 

— Você pode ser conhecida na sua cidade, mas nunca ouvi falar de você emSydney, aliás meu nome é Lydia e não Barbie — sua voz sai meio debochada, como sequisesse puxar briga. 

— Continua sendo Barbie, toda perfeitinha, cheia de não me toque — Eliseprovoca.— Você nem me conhece sua otária, não sabe nada sobre minha vida, no máximoconhece os filmes em que atuei — rebate Lydia. 

— Também nunca ouvi falar de você, desculpe. É famosa é? — Elise debocha,mas é interrompida. 

— Meninas, acalmem-se por favor! Estão parecendo duas crianças — diz a outraruiva.— E você, quem é? — questionam as outras duas ao mesmo tempo. 

— Sou Sophie, obrigada por perguntarem e já que finalmente consegui falar,preciso perguntar uma coisa. Vocês também receberam uma carta? 

— Ficaram emsilêncio, entreolharam-se e assentiram.O silêncio tomou conta e demorou mais um pouco para se dissipar entre as moças,até que Sophie cutucou o motorista.

 — Poderia nos informar se falta muito? — O homem lançou um olhar peloretrovisor mantendo seu silêncio.   

  Sem insistência ela resolveu não perguntar mais nada, novamente o silêncio seinstalou, Elise colocou seus fones e ficou analisando a paisagem pela janela, Lydia olhaalgo em seu celular e Sophie apenas observa.  

  Ao chegar na frente do hotel, todas olham admiradas para a construção eapesar do cansaço, a ansiedade já ganhara espaço juntamente com a curiosidade deconhecer o ambiente. Eram muitas perguntas ainda sem respostas. Depois que saíram docarro, o homem entregou uma folha com o emblema do hotel, contendo o número de umquarto, após isso entrou no veículo sem dar nenhuma explicação e foi embora.   

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