Epílogo Matheus

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  No avião, indo embora pra casa. Com a sensação de que viveu a tão sonhada aventura. A sensação de que respondeu ao chamado da aventura. Mas, sem anões, Gandalf e anel. Apenas uma moça gótica bonita. Que ele gostaria de saber mais sobre.

  Entretanto, ao analisar os acontecimentos, Matheus, considerava a partir dali, cuidar de suas relações com pessoas. Deveria largar um pouco os livros, tomar sol, conhecer gente. Aprender que o humano acuado muda suas características. Fica imprevisível. Aprende a trabalhar em equipe, ouvir, respeitar. Uma vez alguém disse que em tudo sempre é o Homem. A conversa era sobre um seriado: The walking dead.Sempre é o Homem.Zumbis são figurantes.O Homem que mata,corrompe,seduz, finge,erra.Contudo ele próprio é a cura. No fim, a história perpassa sempre pelo humano. As reações emotivas ou racionais. Não importa, é o humano o cerne de toda questão. Senão tudo se resumiria a tiros, murros, explosões. A causa do interesse é: como ele vai reagir? Vai lutar? Matar? Sobreviver? E essas respostas serão contaminadas por amor ou ódio.

  Talvez essa seja a grande aventura.

Paradoxo, paradoxal: Termos que se referem às opiniões contrárias, divergentes. Isso era uma definição dos sentimentos que vivia. Dentro de si havia um misto de emoções paradoxais, heterodoxas, loucas simplesmente. Talvez escrevesse sobre a experiência. O avião pousa,estava garoando. Matheus procura um táxi, pois quer ir logo para casa. Ao chegar, liga o notebook e finalmente escreve o livro que há muito tempo planejara e nunca teve coragem de começar. A experiência que viveu lhe fez pensar que não deveria mais atrasar seus sonhos e planos. Deveria abandonar o jornalismo e fazer letras. Viver conforme a vida de professor lhe proporcionasse. Afinal, o que importa? Ter ou ser? Qual o propósito de tudo? Apenas existir? Ser mais um rosto na multidão?

  E de tudo havia uma sensação nova.

  Sempre que se lembrava de Liz, um sorriso formava-se em seu rosto sem que pudesse controlar. Ele que era frio e calculista, que projetava as pessoas em personagens de livros, que tentava encaixar o mundo em um perfil psicológico moldado por páginas de livros, estava livrando-se dessas amarras que limitavam sua visão de mundo. Ali olhando a tela do notebook, com um arquivo em branco de word e um cursor piscando, finalmente havia descoberto a razão que procurava para tentar algo novo em sua vida. Viver com intensidade, agarrar-se ao momento,sentir novas emoções.Não esperar que a vida lhe dê todas as respostas. Até mesmo porque descobrira que algumas respostas têm de ser conquistadas, arrancadas, descobertas.

  Não sabia ainda qual título que começaria o texto. Deixaria a escrita, o ritmo da escrita e os sons das teclas ditar o pulso, a velocidade da música. Deixaria o texto se criar sozinho, sem formatações, planejamentos, rascunhos, ou tudo que fosse prévio, ou pudesse ser de algum modo nota do antes que acontecesse. Queria tentar viver de primeira, sem ensaios, sem regras. Mas sabia que teria uma moça em sua história. Escolheria um nome com a letra "L" saberia de quem falaria, descreveria, mas não queria expor a pessoa que mais admirou dentro do jogo. Ela era forte, uma líder nata. Uma pessoa que não é possível que não se admire. Tinha uma forte presença. Era invejável. E ele o cara que nem sol tomava. Engraçado perceber o quanto era fraco perto de alguém como ela. Mesmo assim, escancarando suas fraquezas queria muito ficar ali; pequeno, indefeso talvez. Mas, com a certeza de que era por ela que ele morreria para salvar. Ela valia a pena. E para não esquecê-la jamais, ele a tornaria imortal nas páginas de um livro. Tal como os outros personagens que amava. Entretanto ela era real.

  Havia quatro meses que ele se dedicava aos seus novos projetos livros autorais e investigações, estava concentrado no planejamento quando seu pai o surpreende, informando sobre correspondência para ele.

 Matheus, curioso largou os papéis em que trabalhava. "Da última vez,uma carta sem remetente mudou muito a forma dele pensar.O que seria agora?"Ao ler o conteúdo da carta, percebe que é algo que poderia ajudá-lo nos seus projetos, afinal, cem mil reais não faz mal a ninguém. Faria?

Ainda hoje tem mais

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Ainda hoje tem mais . <3

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