Com as mãos trêmulas, Dimas encara novamente o papel pardo, como se aquilo fosse algo impossível de estar acontecendo. Mantendo em seu interior a pequena esperança que seu momento de vingança havia chegado, lê novamente a mensagem recebida.
— "Eu preciso do seu talento"! — O que aquilo significava? Seria a sua chance?
Esperava obter ali, uma informação que o ajudasse a encontrar o bastardo que matou seu irmão, mas seus olhos estreitos o deixavam em dúvida com aquela mensagem vaga.
Seus olhos continuaram vagando pela carta ainda confuso, passou os dedos entre os longos fios de cabelos que estavam soltos em seu rabo de cavalo, em sequência esfregou a barba por fazer.
— Será que alguém está brincando comigo? Se isso for uma brincadeira, encontrarei o maldito que a fez e o farei pagar. — Resmunga para si mesmo, enquanto direciona os olhos pela redondeza em busca de alguma evidência de quem mandara aquela carta.
Incrédulo com aquele papel, Dimas rumina a sua vida miserável e uma voz interna fala mais alto. "Pode ser a sua chance, cara. Não a deixe escapar!"
Sem muito tempo para decidir o que fazer sobre o que acaba de acontecer, uma limusine preta para em sua frente e a porta traseira é aberta, ele espera,olha ao redor e volta ao carro parado, buscando alguma resposta para aquele episódio inusitado. O motorista usa um uniforme preto e óculos que não deixa visualizar seu rosto, desce do carro e o convida:
— Senhor Dimas Ribeiro, por favor, entre no carro, tenho instruções para o acompanhar até o aeroporto, onde o senhor deverá tomar um avião que o levará a seu destino.
Que destino aguardava o homem mais temido da comunidade da mangueira?
Olhando uma última vez ao redor, Dimas decide que vai descobrir o que aquilo significa. Entra no carro, seguindo as instruções do homem e se acomoda no banco de couro traseiro do carro de luxo.
Chegando ao aeroporto outro homem de uniforme preto o espera, este o conduz para um saguão onde outras pessoas o olham ao se aproximar. Dimas, mostrando o cafajeste que sempre foi, tem seu olhar atraído para uma bela mulher com cara de poucos amigos. Também estava no local, uma segunda mulher que o olhava em antecipação.
Juntando-se ao grupo, Dimas senta em uma desconfortável cadeira de plástico, acende um cigarro ao mesmo tempo em que a jovem lança um olhar de insatisfação em sua direção.
Debochado, o homem pergunta:
— A princesa aceita um cigarro? — A mulher de cintura fina, seios pequenos cabelos longos, castanhos e levemente ondulado, rola os olhos em sua direção, cruzando os braços sobre o peito e lhe ignora.
O outro homem, um loiro de olhos verdes, lança um olhar mortal em direção a Dimas, enquanto este observa a mulher de cima a baixo.
"Isso vai ser interessante."
O homem uniformizado, retorna com a expressão fechada e ao se aproximar do grupo anuncia:
— O avião espera por vocês, me acompanhem.
— Para onde estamos indo? O que diabos está acontecendo? Como podemos ter certeza de que isso não é uma armadilha? Quem são essas pessoas?— Dimas pergunta desconfiado.
O homem carrancudo lança um olhar furioso em sua direção, declara:
— Não sou pago para responder as suas perguntas — ele abre um pouco de seu paletó deixando que todos percebam um coldre juntamente com uma arma. — Apenas para enfiar vocês dentro desse avião. Estão todos entendidos?
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Paradoxo
Mystery / ThrillerTreze pessoas são levadas acreditar que irão realizar o seu maior desejo, mas, acabam em uma armadilha. Agora terão que vencer desafios enquanto procuram uma saída e tentam não ser pegos. Seria possível um grupo tão diferente de pessoas serem atraíd...