Epílogo Ludmila

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— E o que você tem a dizer sobre o caso? — A repórter perguntou com um gravador sobre a mesa, olhando fixamente a cara de Ludmila, que com óculos escuros, fingia um drama para conseguir alguns trocados através daquelas entrevistas.

Segundo seu pensamento, após passar dias naquela cópia falsificada da Fazenda, sem direito a nenhum sininho para sair, em volta a vários animais, porém sem nenhum prêmio ou homem da qual pudesse usufruir. Aquelas entrevistas, era o mínimo que podia fazer pela maior frustração que passou em sua vida, aproveitando enquanto era a nova sensação dos telejornais de sua cidade. Sua foto estampada não era das melhores, mas sobreviveria como sempre fez.

— Eu pensei que não conseguiria sair —fingiu estar emocionada, pondo a mão na boca,tendo como apoio sua amiga Luiza que a abraçava. — Éramos ameaçados a todo o momento, estava cercada depessoasquenuncatinhavistoantesequandoaspessoascomeçaramadesaparecerfiqueicommedo de ser a próxima, porque na nossa cabeça eles tinham morrido, sabe?

A repórter concordou, quando ela voltou a chorar. Então, a ruiva respirou fundo, enquanto Luiza pedia ao seu lado para ela ser forte e Ludmila concordou.

— Usei minha genialidade e falei a todos para se acalmarem, que resolveria os enigmas e tiraria todos de lá.

— Mas pelo que soubemos vocês estavam lá na intenção de ganharem um prêmio, não é verdade? — A reportar a questionou intrigada pela declaração da moça.

Ludmila revirou os olhos, os retirando em seguida e apoiando os braços sobre a mesa a fitando

séria.

— Quando estamos num jogo entre a vida e a morte, ninguém pensa no dinheiro querida.

Apenas em sair vivo! — A repórter assentiu surpresa, quando Lud voltou a encostar as costas na cadeira. — Coloca essa frase com destaque, por favor!

Pediu exigente e a moça concordou a fazendo sorrir satisfeita.

— E o traficante Dimas, a prostituta Marisol e o estudante Gabriel? Soubemos que você foi com eles para o cativeiro. O que tem a dizer sobre?

— Traficante? Prostituta? — Sorri divertida. — Não sei por que me surpreendo, mas esse tal de Dimas é um cachorro no cio. Parecia que nunca tinha visto uma mulher na vida e dizem as más línguas, quem fala muito nada faz, se é que me entende— Lud deu uma piscada sugestiva pra morena que soltou um riso sem querer. — E essa daí, nunca me enganou. Agora vejo que se juntassem tudo mundo, todo mundo transava e tira o atraso. Porém, pouco me importo, pois essa é uma entrevista sobre mim, não é mesmo?

A repórter sorriu compreensiva, continuando a entrevista, que finalizou logo depois. Ludmila se despediu da repórter com um abraço, onde a morena informou que em três dias sua matéria iria sair no jornal local.Ao fechar a porta,Lud pôde soltar o ar,jogar o óculos longe e retomar sua pose normal.

— Queria saber ser fingida como você!—Luiza comentou do sofá, ao ver a ruiva se jogar com as pernas em seu colo. — Mentir na cara dura pra reportagem local!

— Esses bandos de caipiras gostam de um drama. Só estou dando o que eles tanto querem! Não tenho culpa se meu pai, o diretor do curso e esses babacas da imprensa acreditam em qualquer coisa. Na verdade, qualquer notícia é melhor que a quantidade de leite que a vaca da fazenda da dona Irma faz. O povo quer ação e eu trouxe aminha.


— Não sei como não me incluiu nessa lista e me disse a verdade. — Luiza disse pensativa, vendo como sua colega era falsa.

— Vai me dizer que não está gostando do dinheiro? — Ludmila a encarou, a fazendo rir. —E eu precisava de alguém pra descontar minha raiva,sem qualquer tipo de agressividade física.O que as meninas dessa casa mereciam muito bem, junto com a vadia da Valentina.

— Soube do que aconteceu com ela?

— Pouco me importa isso! Essa garota já teve atenção demais! Quero aproveitar meus quinze dias de descanso psicológico da faculdade, naquela cachoeira maravilhosa, e depois, voltar pra rotina, voltando a depender do dinheiro extra que meu pai mandou pra me cuidar.

— Festa das meninas? — Luiza perguntou animada.

— Com os gostosos do hotel disfarçados e muita bebida porque preciso mesmo relaxar — Ludmila falou como uma prece.

Luiza deu um pulo comemorando, enquanto a ruiva voltava os pensamentos naqueles últimos dias e em tudo o que passou. Nas pessoas que conheceu e em tudo que presenciou. Desejando nunca mais passar por aquilo. De repente a porta se abre e uma das meninas da republica entra, a tirando de seus devaneios ao chamar seu nome.

— Lud, tem uma carta para você — Indicou na mão, junto com outras correspondências. — E está sem remetente.

— Manda pro inferno essa merda!

—  Manda pro inferno essa merda!

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Mais um epílogo <3

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