Capítulo 21

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  Quando todos saíram do salão de festas pensativos, a voz robótica retorna eanuncia:  

  "Espero que tenham se divertido nessa primeira fase, assim como eu também. Osegundo enigma já está pronto, mas aproveitem a noite para descansar crianças. Porém,cuidado! A noite é hora de criança dormir e não sair por aí brincando. Suas únicaspreocupações têm de ser com os monstros debaixo da cama, ou fantasmas no corredor."  

  A reação de todos com a notícia varia da raiva ao temor. Uma pessoa haviaacabado de morrer e alguém estava se divertindo com aquele joguinho, onde ninguémsabia quem seria o próximo alvo.   

  Com as mãos na cintura, Ludmila percebeu que para alcançar o que queria, teriade ser inteligente e escolher bem suas próximas companhias a partir dali. Enquanto muitosreclamaram e comentaram suas frustrações, a ruiva permaneceu atenta, classificando namente os fracos e montando sua própria estratégia. "Eu que não sou a próxima vadia amorrer! " ― Tentou convencer a si mesma.  

  ― Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto, depois de toda essa merdade desvendar enigmas e tentativas frustradas de sairmos deste inferno, ainda teremos delidar com algum louco nos ameaçando? ― Dimas esbraveja cheio de ira enquanto o restodo grupo entreolha-se.   

  O autocontrole de todos parece ter sumido, todos estão à beira de um ataque deloucura. Frustrado com toda a situação e com a notícia da morte da garota, não consegueficar parado, anda de um lado ao outro do quarto.   

  ― Isso é sério? Uma pessoa acabou de morrer, eu poderia ter morrido naquelamaldita sala, que tipo de pessoa planeja algo tão sádico? ― Lydia diz, sentindo sua facequeimar de raiva. ― Não acredito que caí nessa armadilha tão óbvia, pensei que mevingaria de minha "querida" irmã e agora estou presa nesse inferno, onde todos sãosuspeitos, incluindo a mim.  

  Samus que até agora têm se mantido neutra decide se manifestar, volta-se para ogrupo e diz destemida:  

  ― Já está mais do que na hora de mantermos o controle e mostrar para esse filhoda puta, quem manda nessa merda! ― Samus toma a frente do grupo, tentando botar umpouco de ordem na baderna que o aviso causou.   

  Sente-se fatigada e a falta de seus remédios, começa a trazer os primeirossintomas, mas agora não pode perder tempo com isso. Já tinha perdido o foco quandodecidiu cair nas provocações daquela bandidinha de quinta. É hora de mostrar o motivode ter chegado ao posto máximo de sua carreira  

  ― Vamos montar um sistema de rondas. Está mais do que claro que alguém vaiatentar contra nossas vidas enquanto estivermos dormindo e não é isso o que queremos― ordenou em tom de comando. ― Vamos nos dividir em grupos, e dessa forma, sempreteremos alguém de sentinela.  

  Dimas ouve com atenção o que diz a mulher, mas logo se mostra contra a ideia:

― De jeito nenhum concordo com esta merda de equipe de ronda. Devemospermanecer juntos, ninguém pode prever o que pode acontecer. Uma coisa é certa, essesloucos não estão para brincadeiras. Sou definitivamente contra! Não vou seguir ordem demulher alguma, aliás, o lugar de mulher não é mesmo na frente de um fogão? 

  ― Ah, estava demorando ― Samus revira os olhos revoltada. ― O imbecil aí seacha melhor só porque tem uma droga de um pau no meio das pernas, é? Eu devia temostrar o que aconteceu com o último desavisado que fez uma piadinha dessas comigo.Aliás, devia te contar, porque não sobrou nem a carcaça do infeliz. Então meça suaspalavras, porque da próxima vez, não respondo por mim, seu monte de bosta ambulante.  

  Dimas ergue os cantos dos lábios em um sorriso debochado, com a petulância damulher : 

  ― Olha, sem querer interromper, mas já interrompendo, escutem bem, porque nãovão me ouvir falando isso de novo. O idiota tem razão ― Ludmila entra no meio, sempaciência para aquela discussão. ― Devo concordar que é uma péssima ideia, querida esó para constar, você não manda em nada aqui.  

  Até mesmo as pessoas mais calmas mostram seu grau de loucura elevados. Comvoz um pouco mais calma Ludmila continua:  

  ― Li num livro que separar é igual morrer ― fala convicta. ― Então, pelo bemdas garotinhas mimadas que estão neste lugar e não sobreviverão até o fim da noite, eudiscordo ― pisca com deboche para uma das garotas no salão.  

  ― Da última vez em que ficamos separados, uma pessoa morreu. Odeio ter deconcordar com esse ser, mas prefiro a opção de ficarmos todos juntos ― Lydia diz comcerto receio. "Assim talvez eu consiga ficar de olhos em todos os espertinhos aqui".   

  O ambiente é inundado pelo som dos participantes que iam da concordância àdiscórdia. Com o tumulto causado, uma voz se sobressai em meio as outras.   

  ― E eu não lembro de ter colocado isso em votação. Isso é uma ordem! ―Devolve Samus. ― É o melhor a se fazer, porra! Já tirei tropas de situações muito piores.  

  ― Uma ordem? Faça-me rir, garota, acha mesmo que vou te obedecer? Claro quevocê não faz ideia de com quem está lidando ― Dimas ameaça  

  ― Nem você sabe com que está lidando ― responde Samus, com o maxilartrincado de raiva  

  Ludmila arfa nervosa com a mulher, prevendo a merda que aquilo ia dar. 

Samus direciona um olhar furioso em direção aos três que foram contrários à suaideia, a oficial mostra não saber lidar com afrontas e o que Dimas faz de melhor é afrontara todos.  

  ― Acho que devemos evitar brigas, então vamos fazer uma votação. Quem é afavor das rondas? ― indaga Gabriel, numa tentativa de acalmar os ânimos exaltados doscompanheiros de cárcere  

  Todos, com exceção de Dimas, Ludmila e Lydia, erguem a mão, demonstrandoque concordam com a ideia de Samus, o que a faz inflar o peito orgulhosa.   

  ― Ótimo. Vamos nos dividir em grupos ― Samus continuou com as mãos atrásdas costas e caminhando lentamente. ― Os três valentões podem ficar juntos. Desta formavão ter bastante tempo para me xingarem pelas costas ― sorriu com ironia apontandopara Dimas, Ludmila e Lydia. ― O segundo grupo pode ser vocês três ― desta vez aponta para Gabriel, Marisol e Sophie. ― Eu fico com as duas garotas ― indicando Karen eValentina. ― E vocês três formam o último grupo ― aponta com desdém na direção deLiz, Gabriel e Elise. ― Só tomem cuidado, porque essa bandidinha é uma má influência  

  ― Vou ter que ficar com o cachorro no cio? ― Ludmila questionou chocada, masviu na feição de Samus que aquele era o veredito final. Olhou para seus companheiros elevantou uma sobrancelha enojada  

  "Quem essa Samus pensa que é? Ela pode até ser general, mas não estou nem umpouco afim de cumprir essa ordem, ainda mais com dois estranhos" ― pensa Lydiaolhando para seu grupo.  

  Dimas nada satisfeito com o resultado da votação, enxerga nas duas garotas quenão concordaram com a ideia, uma chance de mostrar que isso não tem como dar certo etoma uma decisão.   

  Com um leve gesto chama a atenção das garotas para um lugar afastado, ondepossam falar sem que ninguém os ouça.  

  ― O que vocês acham de acabarmos com essa palhaçada de ronda? — Elas seentreolham, assentindo em concordância.  

  ― Ela pode até ser importante em alguma parte do mundo, mas aqui, não éninguém ― Lydia sorri travessa.  

  ― Vamos colocar ela no seu devido lugar! ― Ludmila finaliza  

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