Epílogo Liz Hunter

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Liz, tinha uma lista de coisas que jamais pensou fazer na vida: beijar uma mulher, ter amigos e confiar em um homem novamente. Os últimos acontecimentos a levaram justamente a esse ponto.

Sentada na velha poltrona, Liz, descansa as pernas sobre a mesa de seu escritório. Bebe o whisky barato num só gole,depois acende um cigarro deixando que a fumaça tome conta do ambiente, enquanto pensa nos acontecimentos da última semana.

Era como se estivesse num paradoxo ou experiência extracorpórea. Jamais imaginou viver tantas emoções em um período tão curto, seus trabalhos sempre eram feitos calmamente e de forma impecável, mas nesses últimos dias nada tinha saído da forma como estava acostumada.Suas emoções foram levadas ao limite e sua reação diante do novo, acabaram a surpreendendo. O sorriso vem fácil ao lembrar das suas muitas facetas, nunca imaginou que uma carta anônima mudaria seu modo dever o mundo e as pessoas.

Samus, Matheus e Karen, despertaram em Liz um lado que achou estar adormecido após anos sem se envolver emocionalmente com ninguém. Os primeiros, inicialmente se mostraram um pé no saco, depois com os percalços que passaram,foram se mostrando fortes e inteligentes. Karen com seu jeito inocente desde o primeiro momento, a fez querer protegê-la da falsa amiga.

O certo é que tudo está diferente depois da sua breve estadia no hotel maluco.

Seu computador notifica a chegada de um e-mail. O remetente é desconhecido, porém o conteúdo denúncia a identidade de quem a enviou.

"Cara, Fora da lei...

Não é do meu feitio ser gentil,mas sinto-me na obrigação de agradecer a você pelas palavras e momentos que tivemos.

Se cuide ou vai acabar presa, não é sempre que se consegue a ajuda de um militar para fugir da polícia.

Até breve."

Um sorriso se abre em seu rosto ao lembrar da última noite em que estiveram juntas, da cumplicidade entre elas e todas as sensações novas que dividiram, ficaria guardada em sua memória. Algo assim nunca mais se repetiria, Samus a marcou de um modo que nenhuma outra mulher conseguirá fazer novamente.

Seu celular toca e na tela aparece um número privado, ela faz ideia de quem se trata.

— Tem ideia do quanto é complicado falar com você Dafne? — O humor de Matheus é algo que nuncamuda.

— Qual o nosso próximo mistério Velma? — Ela pergunta, lembrando da primeira conversa amigável quetiveram.

— Descobri algo interessante sobre uma empresa química alemã e acho que com o seu talento para persuadir as pessoas a falar, podemos desmascarar toda a trama.

— O que te faz pensar que eu vou aceitar bancar a detetive com um garoto inexperiente como

você?

— Ah Velma, confesse, formamos uma boa dupla, sou bem convincente e você está morrendo

de saudades de mim.


Liz sorri, algo que tem feito com muita freqüência nos últimos dias.

— Anda muito convencido do seu talento com as mulheres, Nerd.

— Sabe que só uma delas me atrai né?!—Matheus usa um daqueles tons de voz esquisitos de quando está tentando convencê-la de algo. — Uma pena que vou morrer virgem, já que ela é uma maluca que só pensa em estrangular pescoços masculinos por aí.

Ambos riem com gosto. A diferença de idade não era algo relevante. A afinidade entre eles surgiu aos poucos e quando deram por si, falar sobre qualquer baboseira nerd ou as mortes friamente calculadas de Liz, era algo tão natural quanto falar sobre o tempo.

Escuta aqui sua gótica estranha,nem ouse se esquecer de mim ou dou um jeito de acontecer qualquer coisa bizarra com você — Matheus usou exatamente esse tom quando se despediram, nem parecia o nerd frio que encontrou no aeroporto.

Liz sorri, Samus tinha planejado sua fuga antes da polícia aparecer e Matheus atrasava sua partida com suas conversas malucas.

Acha que eu não sei que você e Samus tiveram uma noite bem movimentada? Isso é um absurdo, eu que devia ter ganhado esse prêmio, afinal sou o virgem aqui. A vida é muito injusta!

A mercenária sorri e decide que ele vai ter seu prêmio, mesmo que não seja do modo que ele gostaria. Matheus continua a resmungar qualquer uma das suas coisas sem sentido e ela o interrompe com um beijo quase obsceno. O deixando totalmente sem ação.

Enquanto ela divaga pelas lembranças, Matheus a explica o que pretende fazer e ao fim da ligação ele dá um prazo para ela pensar por mera formalidade, mas ambos sabem da resposta.

As coisas parecem monótonas demais para a mulher depois de sua chegada, os casos que trazem para ela não têm motivos fortes o suficiente para justificar em uma morte violenta. Talvez tenha ficado sentimental demais, agora sua vingança parecia algo tão raso e infundado, diante dos problemas reais que as pessoas enfrentavam por aí.

Ela decide que, pelo menos por hoje, precisa tomar um ar ou quem sabe assistir a alguma daquelas séries policiais que adora, curtindo a companhia de Morfeu, que andava bem carente, depois de ter passado a semana com a velha vizinha do apartamento da frente.

Os dias se passam lentamente, Liz decide pegar um trabalho e fazer algo útil em prol de alguém, mesmo que por dinheiro. Planejou uma morte lenta e dolorosa, mas no fim acabou enfiando os pés pelas mãos e teve que improvisar. Quando tudo acabou, ela não sentiu o êxtase de antes e o rosto de Karen lhe veio à mente, talvez se aceitasse a proposta de Matheus, pudesse fazer um pequeno desvio de trajeto revê-la.

Parecia uma tremenda ironia do destino que uma assassina de aluguel, passasse a ter sentimentos por pessoas tão diferentes. Mas, a vida sempre reserva surpresas inimagináveis para aqueles que se aventuram pelo desconhecido.

Ao sair de casa em direção às novas aventuras aquela manhã, após garantir que a velha vizinha cuidaria de Morfeu pelo tempo que fosse necessário,Liz Hunter,nem percebeu o envelope branco sem remetente em baixo de sua porta.

Ao sair de casa em direção às novas aventuras aquela manhã, após garantir que a velha vizinha cuidaria de Morfeu pelo tempo que fosse necessário,Liz Hunter,nem percebeu o envelope branco sem remetente em baixo de sua porta

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