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Des estava receoso com o discurso que faria durante a tarde, seus discursos sempre eram muito turbulentos e todo o seu receio aumentava ao imaginar a ação dos rebeldes, temia que como prometido por Louis Tomlinson, os rebeldes se manifestassem e tudo voltasse a ser como antes. Não que Des seja um líder egoísta que prefere tomar atitudes sem consultar o povo, talvez ele apenas soubesse o que era melhor para eles e simplesmente o fazia. Louis Tomlinson como o líder assíduo dos rebeldes, obviamente não acataria com as novas imposições do governo de Des. Como alguém tão jovem poderia ser tão idealista e ativo nas atividades políticas? Todos conheciam Tomlinson, e os de mente fraca seguiam seus estímulos revoltosos.

-Querido, tudo vai ocorrer perfeitamente bem. - Disse Anne na tentativa falha de acalmar o marido.

-Eu sinto, Anne. - Murmurou Des virando o rosto para que a esposa não lhe tocasse, Des não era do tipo que aceitava carícias da esposa sem que lhe fosse pedido. - Eu sinto que Louis Tomlinson atacará novamente. O vilarejo está tilintando em agonia.

-Ele é apenas um jovem, Des. Você sabe como os jovens são e você também sabe que ele não vai sossegar até lhe ver fora de cena. - Murmurou Anne se levantando da cadeira de frente a do marido.

-O que você sabe, Anne? Você é uma ignorante, é apenas uma mulher e não sabe o que diz. - Resmungou Des ríspidamente enquanto bufava e a condenava com os olhos.

-Perdão, Des. Você tem razão. - Se tinha algo que não só Anne temia mas todo o vilarejo -tirando Louis Tomlinson- era contrariar Des, contrariá-lo é algo que as pessoas que dão valor a vida não tendem a fazer.

-Ótimo. Agora saia de minha sala, quero ficar sozinho. - Ordenou Des e a esposa assentiu com a cabeça saindo apressadamente e encostando a porta de maneira delicada para não irritar o marido.

Des Styles, líder de uma ilha/vilarejo imperialista, não tinha intenção nenhuma de abrir mão de seu cargo por temer aos rebeldes. Ele estaria preparado para qualquer coisa, ele sabia disso, sua guarda estaria intensa e mantinha o discurso na ponta da língua. Se tinha algo que ele adorava fazer, era ditar as regras e hoje seria particularmente, um ditado. Ao subir no palanque da praça já lotada, sentiu um calafrio percorrer a espinha apenas por imaginar a reação do público com suas imposições e o castigo que seria aplicado publicamente em um rebelde "repugnante" que fugia das leis da vida.

Harry que estava na lateral do palanque acompanhado por Anne, sua mãe e Gemma, sua irmã, estava extremamente nervoso, ele odiava os discursos do pai justamente por saber o quão eram exagerados e o quão Des era injusto com o povo que era omitido de seus direitos. O discurso então começou, as pessoas que antes não se calavam, cessaram suas falas ao que Des esboçou um sorriso metódico e arqueou uma sobrancelha. Des falava sobre o quanto esperou por aquele momento e ressaltava que tudo o que estava fazendo era para o bem das gerações futuras, queria apenas passar a imagem da antiga família para as novas famílias que eram constituídas com a chegada de novas eras.

-As pessoas, estão simplesmente perdendo a noção de como uma família é fundada. Todos sabemos que o pai, tem o papel de líder da casa, e a mãe? A mãe lhe serve como apoio e estímulo, cuidando da casa e dos filhos para manter a estabilidade do lar. - Afirmou Des sorrindo falsamente terno para a esposa e os filhos - Nós, homens, não podemos permitir que nossa rainha do lar trabalhe, isso é simplesmente inaceitável, o trabalho e o sustento é algo de nossa responsabilidade, foi por isso que introduzi uma nova lei e hoje a trago até vocês. - Ouviu-se um chiado baixo vindo da multidão que parecia confusa com o discurso até então - Está estreitamente proibido que mulheres trabalhem em Noham.

A multidão bulbuciou reclamando, chiou e quando pensaram em se manifestar a respeito, notaram o quão armados os guardas estavam então preferiram permanecer calados. Des sorriu satisfeito ao notar que não podiam, não tinham como reclamarem, e aliás, nem deviam reclamar até mesmo por que aquilo era para o próprio bem de todos.

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