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    Harry estava tomando sua quinta cabaça de água e ainda assim ofegava desesperado, por que era tão ingênuo? Ele gostaria de entender as coisas como elas realmente eram. Se Gemma estivesse ali, certamente lhe daria dicas de como parecer menos estúpido na frente de pessoas importantes, bem, Louis não era tão importante mas Harry não gostava de vê-lo lhe encarando com penúria.

-Está mais calmo? — Perguntou Louis franzindo o cenho de forma preocupada enquanto afagava as costas do gatinho assustado.

-Porque eu sou assim? Eu não sei de nada! — Reclamou chateado e tentando conter o tremor das mãos enquanto bagunçava os cachos.

-Há coisas que você é muito jovem pra entender, gatinho. 

-Mas você também é jovem e entende, eu não. — Choramingou escondendo o rosto na curva do pescoço de Louis.

   Louis não sabia que sensação era aquela, mas ele gostava de ter o felino soberbo perto de si, com toda certeza ele perdia a noção do tempo quando Harry o tocava de qualquer forma possível, a pureza do cacheado poderia ser farejada a quilômetros de distância e isso mexia e borbulhava o coração do mais velho.

-Sabe Harry, com o tempo e com a criação, as pessoas aprendem coisas diferentes, eu fui criado em uma realidade diferente da sua, — Suspirou afagando as orelhas aveludadas do menino. — por exemplo: enquanto eu aprendia a caçar, você aprendia a escrever, compreende? Você quer aprender as coisas que eu sei e eu confesso que te invejo por saber escrever e eu não! 

-Aonde quer chegar? — Perguntou o menino curioso enquanto brincava com o botão da roupa que usava cabisbaixo.

-Quero dizer que nem todos os conhecimentos são iguais e você sabe muita coisa, sim! Não se subestime, você é inteligente, só é.... puro. — Sorriu deixando um beijo na testa do rapaz que acompanhou os movimentos de Louis com os olhos verdes arregalados.

-Sabe de uma coisa? Agora que vou ficar com vocês e sou um rebelde oficial, posso te ensinar a escrever, você quer? Eu te ensino!  — Animou-se Harry levantando empolgado.

-Está falando sério? — Questionou Louis expondo um sorriso grandioso.

-Estou, mas... Eu não tenho mais a Gemma por enquanto, então precisarei de sua ajuda para compreender algumas coisas, é como uma troca de mercadorias. — Completou o menino andando de um lado para o outro.

-O que tanto quer entender? — Perguntou Louis curioso. 

-O que... O que estava acontecendo naquela cabana? — Questionou Harry mordiscando os lábios nervoso, ele ainda estava preocupado com o amigo e Louis o carregou para longe do acampamento para conversarem "a sós".

-Bem, acho que agora que está mais calmo, eu posso explicar. 

    Harry se sentou ao lado de Louis esperando pela explicação, e Louis? Bem, Louis não sabia por onde começar e o cacheado encostar a cabeça em seu ombro fez com que aquela sensação estranha retornasse, a sensação de contato direto com a pessoa mais pura do mundo. Seu coração acelerou. 

-Quando duas pessoas se gostam, bem, elas namoram ou até mesmo se casam. — Começou Louis fazendo com que Harry pensasse em seus pais, seu pai não parecia gostar de sua mãe. — Algumas pessoas casam sem gostar por questão de status social mas... Isso não vem ao caso. Casais que se gostam, se beijam e trocam carícias. 

-Nós não somos um casal, somos? É algo obrigatório? — Perguntou Harry se endireitando no lugar e olhando para Louis atenciosamente. 

-Não, gatinho, nós não somos um casal, algumas pessoas se beijam por beijar, não quer dizer que se gostam o suficiente para ser considerado amor. — Respondeu Louis sorrindo terno. 

guerrilla; l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora