Harry estava com frio e com medo. Sentia-se preso ao ambiente, as pessoas, aos sentimentos. Correndo perigo, acobertado de dor e com receio de ter errado em sua escolha, mais uma vez. Ele fechou os olhos e tentou se imaginar com Louis, um sorriso surgiu em seu rosto. Não era difícil se imaginar perto de Louis, não era difícil se imaginar beijando Louis, o abraçando ou até mesmo trocando carícias mais íntimas. Harry não queria sentir isso, ele na verdade, queria se inatingível, livre de sentimentos, expectativas e chegou a pensar que seria melhor ficar sozinho. Não sozinho no sentido amoroso, mas no sentido da vida, quem sabe se afastar de todos fizesse bem a ele? Mas ele simplesmente não poderia, ele havia feito uma promessa para si mesmo de que não decepcionaria sua família, todo seu esforço não seria em vão. Ele não decepcionaria suas expectativas.
Memorizou-se passando pelo corredor de sua grande e antiga casa, ele ouvia seus pais discutirem atrás da porta trancada, nenhuma das discussões de seus pais havera sido como a dele com Louis. Sua mãe não parecia sofrer por brigar com Des, Des não parecia ao menos se importar por brigar com Anne. Porque Harry, que mal conhecia Louis se sentia tão culpado a ponto de se segurar para não ir correndo atrás dele pedir perdão? Ele fez uma nota mental de que perguntaria a sua mãe quando a encontrasse, o por que de não se atingir nas discussões com seu marido. Era diferente, ele e Louis não eram casados, eles nem ao menos namoravam! Harry se sentia muito bobo por que ter se apegado tão depressa a alguém que jamais corresponderia ao seu entusiasmo. Ele acordava e procurava por Louis pela barraca, por que Louis era a primeira coisa que ele queria ver, era como se a imagem dele, pudesse mudar completamente sua rotina diária. Era como se Louis fizesse o seu dia mais feliz. Louis era o seu "começar com o pé direito" desde que se afastara de família e amigos.Louis entrou na barraca e encontrou Harry encolhido, a noite já havia chegado lá fora e ele nunca deixava Harry sozinho durante a noite, ele havia prometido a si mesmo que protegeria o garoto, mas lá estava ele. Algo havia mudado em seu rosto e, sob a luz fraca da lamparina, Louis não conseguia decifrar o que significava. Era quase como se ele já soubesse suas razões mas quisesse ouvir da boca de Harry que sim, ele era o motivo de sua chateação.
Com as palavras aprisionadas dentro do peito deles, e as cabeças cheias de questionamentos, Louis e Harry tracejaram seus olhares um para o outro. Prenderam a respiração, esperando. Então Harry se levantou vagarosamente do acolchoado e graciosamente saltou nos braços de Louis. Seus soluços eram o único som que podia-se ouvir por todo o acampamento, todos já dormiam.
-Harry, me desculpa. — Pediu Louis. — Você não é mimado, eu só não consigo te entender as vezes.
Louis tentava fazer com que a situação parecesse menos complicada, mas com Harry, bem, com Harry tudo era muito complicado. A começar pela sensibilidade excessiva.
-Não me odeie, Louis... Eu só não quero destruir minha família! — Choramingou no ombro de Louis que afagava seus cachos.
Então Louis se lembrou, de quando era ainda muito pequeno, seu pai havia fugido, seu pai havera simplesmente ido embora e deixado sua família para trás como se não fosse nada! Para Harry, provavelmente perder uma pai seria uma dor muito maior do que foi para Louis, já que Harry, conviveu com seu pai, traçou toda uma história com seu pai. Louis nem sabia o que era ter um pai.
-Gatinho, você tem razão. Eu prometo que não vou te magoar mais. Prometo. — Garantiu Louis, beijando a testa do menino. — Vamos encontrar outra forma de atingir Des!
-Louis, eu nunca, jamais iria te perdoar se matasse meu pai, nunca! — Disse Harry limpando as lágrimas ao encarar Louis nos olhos de forma sombria enquanto sua pupila dilatava escondendo o verde musgo que continha. — Eu seria capaz de destruir sua vida se você um dia fizesse isso.
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guerrilla; l.s
RomanceAlgo havia mudado em seu rosto e, sob a luz fraca da lamparina, Louis não conseguia decifrar o que significava. Era quase como se ele já soubesse suas razões mas quisesse ouvir da boca de Harry, que sim, ele era o motivo de sua chateação.